A ACÁCIA
 
 
 
“..., conduziram-no, ao cair da noite, para o Monte Moriah, onde o enterraram, assinalando a sepultura com um ramo de acácia.” (Ritual de Mestre\).
 
 
                               Quando, extenuados, os exploradores chegaram ao local de encontro, seus semblantes desencorajados só expressaram a inutilidade de seus esforços. Caindo literalmente de fadiga, (um) Mestre tentava agarrar-se a um ramo de acácia. Ora, “para sua grande surpresa, o ramo soltou-se em sua mão, pois havia sido enterrado numa terra há pouco removida.” (Oswald Wirth).
 
“Os Mestres que foram na procura do Mestre Hiram Abif, encontraram um monte de terra que parecia cobrir um cadáver, e a terra recentemente removida; plantaram ali um ramo de acácia para reconhecer o local. Conforme outra versão, a acácia teria brotado do corpo do Respeitável Mestre morto, anunciando a ressurreição de Hiram”. (Manual de Instrução para o Grau de M\ M\ da Gr\L\ de Chile).
 
Mesmo que a morte de Hiram Abif seja um dos fatos mais importantes dentro da ritualística do 3º Grau, não resulta estranho que existam diferentes versões derivadas de diferenças nas  traduções tanto da Bíblia como de antigos Rituais maçônicos. Mas todos eles coincidem com que na sua sepultura surge um ramo de acácia.  
A Acácia é uma planta abundante em Jerusalém e, por crescer em qualquer parte do mundo, as suas características diferem de região a região. A Acácia oriental produz a denominada “goma arábica”, que entre nós não vinga. No sul do Brasil temos múltiplas espécies de Acácia assim como em todo o mundo. Há cerca de trezentas variedades de Acácia, tornando-se assim difícil definir qual precisamente constitui a planta maçônica.
A Acácia é símbolo característico do 3° Grau do Rito Escocês Antigo e Aceito. No Brasil floresce no mês de junho por ocasião das festividades do solstício de inverno; nas cerimônias de adoção de Lowtons, que são celebradas no dia 24 de junho, a flor de Acácia e empregada para ornamentação do Templo.
Os antigos Egípcios tinham a Acácia como planta sagrada, era também adorada pelos árabes. Maomé destruiu o mito da Acácia, que os árabes denominavam de Aluzzá, e a aclamação Huzzé pode ter origem nesse vocábulo. Se Moisés recomendava que o Tabernáculo, A Arca da Aliança, a Mesa dos pães da propiciação e demais adornos sagrados fossem construídos com madeiras de Acácia, isso não significa que o seu uso fosse originário daquela época, pois nos mistérios egípcios o seu uso já era conhecido. Moisés que estivera no cativeiro certamente colheu dos egípcios o uso da Acácia sagrada.
Hiram Abif esculpiu os Querubins e todos os demais ornamentos em Acácia que, posteriormente, cobriu com lâminas de ouro.
Todas as religiões místicas antigas possuíam uma árvore simbólica para venerar. Na Maçonaria antiga encontraremos o Lótus nas regiões do Egito, o Mirto na Grécia, o Carvalho na região dos Druidas. Nos antigos rituais maçônicos não é mencionada a Acácia; ela surge concomitantemente ao aparecimento do Terceiro Grau.
Os Templários, ao recolher as cinzas de Jacques de Molay, as cobriram com ramos de Acácia, evidentemente cônscios da existência do paralelismo com Hiram Abif.
A adoção da Acácia no sentido místico e simbólico tem o significado do “indestrutível” do “imperecível”, porque se trata de uma madeira imputrescível devido a sua composição resinosa.
Os primeiros Maçons organizados retiraram da história de Israel os principais conceitos e, assim, a Acácia por simbolizar a “imortalidade” da alma, foi aceita como símbolo sagrado. Quando o Mestre diz: “A Acácia me é conhecida” que dizer que, “esteve no túmulo”, que se encontra ressurrecto O significado místico da imortalidade, que equivale à indestrutibilidade e que o Ser é indestrutível, é o ponto culminante da filosofia maçônica.
Na cerimônia de iniciação a planta simboliza a presença da natureza que difere do homem por pertencer a outro reino. Assim a Acácia representa sempre e primordialmente, um duplo símbolo, o da mortalidade e o da imortalidade, o do luto e o júbilo, o sagrado e o profano.
Quando o Mestre afirma que: ”A Acácia me é conhecida”, equivale informar ter ele atingido o clímax do simbolismo, o mestrado e a sua harmonização em Hiram Abif.
Portanto, a Acácia está ligada à crença da “Vida além túmulo”, que é um dos Landmarks maçônicos.

Fonte: Dicionário Maçônico de Rizzardo da Camino
 
 
 
 

Eráclito Alírio da silveira
Enviado por Eráclito Alírio da silveira em 12/03/2010
Reeditado em 19/03/2010
Código do texto: T2135100