+VIOLÊNCIA, POLÍTICOS E NÓS, MORTAIS.

VIOLÊNCIA, POLÍTICOS E NÓS, MORTAIS.

A vida banalizada; a educação banalizada; a saúde esculhambada; a justiça... Prefiro não comentar, porque no meu entender, tudo perpassa pela classe política que em nosso país é escrota! O pior é saber que eles estão lá porque nós, de certa forma os colocamos, mesmo não sendo eu nem você, na particularidade, mas no geral, sim. A sorte deles, os políticos, é que o mesmo povo que os elege não sabe monitorar, nem cobrar, haja vista ARRUDA e sua corja no Distrito Federal. A História política dele pouco influenciou contra o retorno dele, pois forjou o painel do Congresso Nacional, renunciou para não ser cassado, mentiu deslavadamente, tem outros envolvimentos desonestos e, como se não bastasse, foi apoiado por Roriz que também renunciou sob acusação de roubo e assemelhados. Tudo isto no Planalto Central, onde se imagina esteja a nata polida da nossa classe política. Mas lá se aposta muito no isolamento geográfico que o planalto faculta, talvez induzindo tantos desses "pralamentares" a imaginar que nós não sabemos de nada. Dito diferente: pensam, talvez, que haja unanimidade nos eleitores que esquecem em quem votaram.

A nossa sorte parece mesmo ser a Democracia, apesar dos pesares. Por sua conta, a imprensa nos brinda com a bandalheira dos políticos desde as mais altas câmaras municipais e assembléias legislativas às mais simples nos rincões do Brasil. Como no nosso regime de votação elege quem tiver mais votos, geralmente se elege quem tem mais dinheiro e conchavo político. Os bons candidatos, aqueles que não querem "sujar as mãos", dificilmente se elegem por motivos óbvios.

Contudo, não podemos deixar de reconhecer que houve mudanças. A prisão do Arruda não nos deixa mentir, pois todos esperávamos que ele logo sairia com um tradicional "HABEAS CORPUS". A nossa justiça fez sua parte e sinaliza a todos os demais poderes que todos têm que fazer a parte que cabe neste "latifúndio" de 8.500.000 km2 de país tropical.

Focalizo a classe política pela lógica da democracia em que os poderes são autônomos, mas ao congresso nacional compete legislar por um país melhor. Os nossos pralamentares legislam, com honrosas exceções, para os próprios interesses e daqueles que bancaram suas ricas e pomposas campanhas eleitorais. A gente não vê, por exemplo, nenhum político lutando para que todo parlamentar não tenha plano de saúde, nem filho estudando em escola privada. Não precisaria ir muito longe, pois assim teríamos duas grandes mazelas resolvidas: O SUS E A REDE PÚBLICA DE ENSINO em todos os níveis.

Há prosa demais para ação de menos. Há intelectuais de mais sonhando com teorias, mas sem competência para "moer a cana". Isto fica bem claro no Sistema Único de Saúde que, teoricamente, nos faz arrepiar pela grandeza e beleza da sua concepção. Sua efetivação, contudo, dá com os "burros n’água", pois quem chega para ser atendido numa emergência quer médico e remédio, não desculpa esfarrapada retirada dos bancos da academia.

Não podemos ter Sonho sem ter Feijão, Orígenes Lessa me permita esta intromissão e rima. Preferindo o feijão com arroz, espero que um dia possamos deixar de sermos famintos pela mirabolância conceitual em detrimento de uma práxis estrutural. Nada mais prático do que uma boa teoria, talvez seja assim que imagino.

No viés dos políticos, temos que assumir nossa “meã” culpa. Neste sentido talvez Pelé tenha razão e agora muitos compreendam o porquê dele ter dito que brasileiro não sabia votar. Incorporo neste “link” a questão da vida banalizada pela violência: a polícia prende, a justiça solta. A polícia não prende nem a justiça questiona a polícia que não prendeu. Toda nossa justiça é recorrente: nenhum processo julgado deixa de ter uma instância a se recorrer. As estatísticas mostram os nossos presídios cheios de pobres, pretos e suas derivações tipo preto/gay/puta ou pobre/gay/puta, etc.. Os crimes bárbaros como o do menino Hélio, no Rio de Janeiro, consternam a todos. Mas a subliminar impunidade nos cala e ficamos em nosso travesseiro com medo de ir a rua, ao teatro, cinema, clube, compras, etc.. A gente pode ser a próxima vítima. Se essa vítima for de dinheiro também será mais chorada e até com direito a passeata na principal avenida como a Copacabana ou Boa Viagem. Ato em defesa da paz! Até que nova pessoa sofra outra violência bárbara e a gente esqueça-se da anterior, não obstante a globalização da violência que nos leva até a confundir onde determinado crime aconteceu.

Então a gente se pergunta:

- Até quando?

- Cadê os Políticos que não fazem leis mais duras?

- Por que o Judiciário não articula com os parlamentares as mudanças nos nossos códigos, principalmente o penal que está há décadas anacrônico?

- Por que as pesquisas de violência não são levadas a sério, se deram certo em outros países?

- Por que sempre se acha que política na rua é sinal de segurança, quando, na maioria dos casos é perigo iminente?

- Por que os orçamentos em segurança, educação e saúde são tão pequenos e sempre que se precisa de dinheiro é deles que se retiram?

- Por que será que não se pensa numa forma carcerária em que os próprios detentos se auto-sustentam com o suporte do estado?

- Até hoje todas as pesquisas provam que a impunidade é a maior causa da violência. Então Por que não se investe em um sistema que puna ricos e pobres, garantindo a justiça "cega" que tanto queremos?

A vida, banalizada; a educação, banalizada; a saúde, esculhambada; a justiça... Prefiro não comentar, porque no meu entender, tudo perpassa pela classe política que em nosso país é escrota!

Enquanto esse jogo não muda, espero em Deus proteção. Pra mim, pra você, pra todos nós que somos dignos, vivemos praticando o bem e, quando pecamos, o nosso pecado não alcança a integridade física nem moral dos outros...