Não! Jamais devemos esquecer!

Ela começou teu relato no começo, um pequeno colóquio com seu inseparável diário, escritos que nos ajudam a entender o horror que ia aniquilando corpos, almas principalmente dos judeus, depois desprezo intenso aos negros, ciganos querendo a todo custo que a raça branca a pura fosse sempre a primordial. Portanto, a menina pré-adolescente ainda, naqueles longínquos anos entre 1940 e 1945, de imediato parece tão distante, pois neste começo eu ainda nem tinha nascido, mas o clamor desta menina, permanece vivo tal poder sempre vai ter das palavras quando intensas permanecem indefinidamente nas mentes, dos que passaram, presenciaram tais tormentos, ocasionados pelos incautos seres também humanos os nazistas, que num semitismo intenso provocaram tantas dores, infelicidades quase incalculáveis pra nós viventes agora, porque pra eles a preservação das raças, tinha que ser primordial, para isso nem que fosse a escravização e matança indiscriminada, maus tempos aqueles!

Raça pura!.. Que seria nós brasileiros pra eles como nossa bela mistura?...

Tempos ruins naqueles inícios de 1940, para aquela menina, com seus pais e amigos, que tiveram de permanecerem escondidos no interior de uma casa, por causa da invasão dos alemães na Holanda, todos com medo dos nazistas opressores, a garota escritora ao começar a adolescência, dia após dia escrevia seu diário, a menina desejava o término da guerra, uma tênue esperança, que cessasse o ciclo da incontida violência, talvez um dia ela pudesse ser a grande escritora! nos dias de reclusão ela ia relatando suas ambições, desilusões, satisfações, até o seu anseio de continuar o grande enlevo amoroso de adolescente, nos seus escritos tão marcantes, nos permite visualizar aquela criatura prematura nas idéias, julgava tudo e todos, não restringia em dizer o seu modo de pensar, se estivesse vivendo local e tempos normais seria a garota que dificilmente não conseguiria ir em frente nos seus anseios, porque vivendo ali com os demais, as dificuldades ultrapassando a nossa maneira de compreender como um ser tão jovem, com os outros conviverem diariamente na iminência de serem aprisionados, mortos de maneira cruel, às vezes sem poderem fazer até mesmo as necessidades básicas de maneira normais.

Dois anos iam passando, o diário ia se avolumando ela a nossa escritora escrevia, algumas vezes a desesperança outras vezes uma bela esperança da vitória dos que lutavam contra o terrível mal, que já estava martirizando, exterminando tantos infelizes, mas a possibilidade deles saírem dali com vida quantas vezes sentia ser quase impossível.

Não só a possibilidade de descobrirem eles ali que complicava a vida de todos, mas sim a falta de alimentos, vários dias só com um tipo de alimentos, verduras, legumes quase sempre a necessidade de consumi-los estragados pra não passarem mais fome, cada bombardeio eles ficavam na espera de que fossem as próximas vítimas, os barulhos inconfundíveis também das metralhadoras, deixavam as 8 pessoas em intenso pavor.

As notícias nos rádios algumas vezes falavam que os aliados avançavam, confirmando as derrotas dos alemães, os alegravam voltando as esperanças, mas as confirmações de muitos judeus capturados, homens, mulheres, até velhos e crianças obrigados a se deslocarem das suas casas invadidas e fazerem a peregrinação até aos horríveis campos de concentrações, isso os deixavam mais tristes, temerosos do que a eles poderiam acontecer, tudo ia com detalhes colocados no famoso diário.

E foi no fatídico 1.º de agosto de 1944, que nossa personagem termina seu diário, ou melhor, interrompem a sua continuação, o famoso diário da nossa importante personagem, a escritora Anne Frank com apenas 15 anos de idade, as 8 pessoas foram capturadas, os algozes tinham mais pessoas inocentes para martirizar, tudo por causa de insensíveis mentes diabólicas, portanto os nossos infelizes personagens já pressentiam que suas sortes já estavam decididas.

De posse destes dados desse incrível diário, posso concluir com a minha mania de tentar entender o que se passa até nos íntimos das pessoas, embora que este episódio se passou há mais de 60 anos.

Então caminhavam já sem liberdade aquelas infelizes criaturas, todos calados completamente tristes, pois aquela tensão do momento pra eles deveria ser terrível, a incrível Anne Frank com certeza chorando muito, porque apesar de decidida, personalidade muito forte, naquela criatura que mal se estava despontando para a vida, mas de acordo com a bagagem adquirida, mesmo naqueles anos escondida, lia estudava observava as pessoas analisava sempre sua vida até os momentos que teve de se esconder mesmo assim era muito emotiva, daí a minha conclusão de seu choro, com sua mente criativa devia pensar:

--- Adeus vida, porque logo não a terei mais, adeus sonhos, que tentei ter de sempre continuar a ler, escrever as minhas histórias, adeus sonhos de escritora!

Com efeito, Anne Frank e sua irmã também jovem, morrem num campo de concentração, Bergen-Bergen, morte ocasionada pela epidemia de tifo, consequentemente da péssima condição de vida naquele inferno! Deram cabo de um precioso legado que talvez ainda nós teríamos neste nosso conturbado mundo, interromperam a vida daquela que nos brindaria com maravilhosas histórias.

Nós sobreviventes conhecedores destas atrocidades não só da encantadora Anne Frank, mas sim de todos aqueles que foram vítimas daquele grande mal, não devemos acumular ódios, pra que não continue o círculo vicioso que sempre circula no nosso mundo, mas, meu Deus, nós aqui, não! Jamais devemos esquecer!...