Corrupção

Seria ótimo se no Brasil, as pessoas entendessem que a corrupção tem origem na apatia e na ignorância delas própias. Seria melhor ainda, se essas mesmas pessoas tivessem um grau suficiente de compreensão para entender que, o que é bom para o Brasil, é muito diferente ou está muito distante do que, infelizmente, elas não conseguem perceber.

Entender a corrupção no Brasil obriga-nos a recorrer à história e resgatar um pedido de Pero Vaz de Caminha a El Rei, quando solicitou clemência para um seu sobrinho que estava envolvido com crimes na Corte. O nome disso é nepotismo. Passados tantos anos, agora sem a corte, assistimos a neta do presidente do Congresso Nacional, pedir ao vovô que nomeie seu namoradinho para um cargo no Senado Federal. Isso, dentre tantos outros casos, deixam de constar da lista de indignações de nosso humilde povo, para fazer parte do anedotário do parlamento brasileiro ( vovô sabe disso! ).

Se isso é pouco, porque é passado, recorramos ao mais recente desejo de nosso presidente Lula. Segundo ele próprio anunciou, deverá se licenciar da presidência para, segundo deduções nossas e demais pessoas de bom senso, para se dedicar à campanha eleitoral da companheira Dilma.

O fato é inusitado. Nunca antes isso aconteceu na história deste país. Esse é mais um ato que propicia a corrupção.

Esses e outros fatos republicanos nos faz lembrar um tal Francisco Bento Targini, (Visconde de São Lourenço) nascido em Lisboa e que veio para o Brasil em 1783, mais precisamente para o Ceará, onde ocupou o cargo de arrecadador de Rendas até 1789. Em 1807, transferiu para o Rio de Janeiro, quando foi nomeado como tesoureiro-mor do Reino. Irreverentes, os cariocas popularizaram uma quadrinha que dizia: Quem furta pouco é ladrão/Quem furta muito é barão/Quem mais furta e mais esconde/Passa de barão a visconde. Em 1810 o Sr. Targini foi elevado a Visconde.

Para melhor ilustrar, vale a pena citar Stephen Kanitz em uma reportagem da Revista Veja, nº 1600, Ano 32, nº 22/199, Página 21 em que diz: O capitalismo remunera quem trabalha e ganha, mas não consegue remunerar quem impede o outro de ganhar roubando.

Para concluir vale informar que na Dinamarca e na Holanda, existem 100 auditores fiscais para cada 100.000 habitantes. No Brasil existem apenas 8 auditores para cada 100.000. Com a palavra o desgastado TCU.

Rui Azevedo - Professor

Artigo publicado no Diário do Povo - Teresina-PI. em 06.03.2010

Rui Azevedo
Enviado por Rui Azevedo em 08/03/2010
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