A corrupção nossa de cada dia

Saiu no portal da UOL algum tempo atrás: “No índice de percepção da corrupção, que inclui 180 países, divulgada pela Transparência Internacional o Brasil está na 72ª colocação. Estabelecido por meio de pesquisas realizadas entre homens de negócios e especialistas dos 180 países, vai de 10 para um Estado considerado "limpo" a 0 para um considerado "corrupto". Nossa nota é 3,5.”

No Brasil essa mazela chamada corrupção política vem de muito antes do impeachment de Collor, ou das frases seguidas e amplamente divulgadas: "Eu não sabia" do atual mandatário da nação sobre os desdobramentos do mensalão. Nossa triste história política remonta os anos 50, quando o ex-governador de São Paulo, Adhemar de Barros, foi acusado de receber financiamento clandestino em sua campanha, na época chamada sarcasticamente de “caixinha do Adhemar”.

Para se livrar das denúncias Adhemar contratou alguns compositores para compor uma música que contava uma história contrária a espalhada pela oposição e pela imprensa. A versão musical dizia em sua letra: "Quem não conhece/ Quem não ouviu falar/ Na famosa caixinha do Ademar/ Que deu livro, deu remédio, deu estrada/ Oh caixinha abençoada".

Visto que as sacadas literárias, poéticas e marqueteiras bem utilizadas pelo meio político são uma arma contra o Estado democrático de direito, ou seja, opinar e divulgar ações de Homens públicos, quando se passam apenas como atores de uma urdida maior. O atual sistema facilita e vende ideologias e posições em troca de mesadas, votos secretos e qualquer propina, isso tudo ridiculariza a necessidade do nosso voto ser obrigatório.

Partidos que até pouco tempo atrás levantavam a bandeira da ética e da lisura, hoje deveriam ser os últimos a subir no poder, porém ao que tudo indica não vão ser.