PARA TODAS AS MULHERES

Hoje é um dia especial. Daqueles dias em que a gente amanhece com vontade de cantar, distribuir sorrisos à revelia, uma sensação de que tudo está a favor e os bons ventos não vão nunca mais parar de soprar. Hoje é um daqueles dias em que o canto do pássaro soou mais alto e sua afinação pareceu-me exceder ao natural e o coração parece explodir de tanta vida. Fato também é que muitas vezes sofremos e choramos com a mesma verdade e intensidade e não deixamos de ser mais fortes e menos felizes por isso. Hoje eu acordei com os sentimentos à flor do coração. Sou mulher.

Hoje, seremos lembradas, homenageadas e especialmente queridas. Ser mulher é permitir cachoeiras de emoções que tomam conta de nós, nos invadem por inteiro e, muitas vezes, como uma arma secreta, se bem usadas, permitem-nos alcançar alvos aparentemente inatingíveis no coração do ente amado que se rende sem perceber que entregou as armas. Momentos que não são mentiras, apenas avivados com as matizes da sensibilidade peculiar que nos tornam diferentes.

Mulheres que amam, que se desdobram, que se pintam, que se despem, se repetem e se improvisam e que, com uma capacidade sobre-humana, mercê de Deus, se fazem diferentes e únicas, vencedoras e vencidas, sem se derrotar.

No nosso dia, queremos almejar que o sentido dessa data há de repercutir como ondas que se espargem sem se perder, pois nossa luta é diária e o dia a dia é real e rotineiro. Nossas buscas, nossas dúvidas e medos e ousadias são parte de uma personalidade complexa Somos ainda aquela que dá colo, mas precisa também se aconchegar. Que, muitas vezes, tão forte, tão guerreira, mas com necessidade de se enroscar, de deitar sobre um braço forte e se deixar vencer.

Benditos os homens que nos compreendem, nos aceitam como somos, com qualidades e defeitos, entendem nosso choro e escutam nossas queixas, suportam nossas tensões pré-menstruais, nossos pós-parto e sabem que, no frigir dos ovos, somos insubstituíveis em nosso papel e que temos muita lenha pra queimar.

Ave, mulheres sozinhas, por opção ou por destino, mas jamais solitárias, que se superam e se bastam, como boas companhias para si mesmas e aprenderam que o amor ainda pode ser e, de uma forma ou de outra, também se entregam às suas paixões, às suas emoções e se mantêm belas e igualmente admiradas e amadas pelos seus.

Peçamos a Deus que olhe por nós mulheres, que se compadeça, que vele por nós, para que o amor frutifique ainda mais e que possamos ser mais amadas e não mais ultrajadas, humilhadas, execradas e diminuídas, para que cumpramos com dignidade, o nosso abençoado papel nesta vida.

Bem aventuradas, portanto, sejam todas as mulheres, de todas as tribos, nações, cores e raças, libelo de Deus para provar que há jeito para a humanidade, pois, enquanto houver uma mulher se desvelando, como aves que dispersam as sementes do bem, se perpetuarão o amor e a esperança no seio desta terra.