Cachaça no barril em Restaurante próximo a
                        Três Corações - MG

                 
Foto do arquivo de Laércio Beckhauser

Cachaça

s. f.
1. Espuma que na primeira fervura se tira do suco da cana-de-açúcar.
 
2. Aguardente extraída das borras do melaço e das limpaduras da cana.

O que é aguardente de cana ou caninha?

É uma bebida com a graduação alcoólica de 38 (trinta e oito) a 54 graus G.L. (cinquenta graus Gay Lussac), obtida do destilado alcoólico simples de cana de açúcar ou da destilação do mosto fermentado de cana de açúcar, podendo ser adicionad a de açuacar até 0,6 g (seis decigramas) por 100 ml (cem mililitros).

Fonte:
Livro: O Mundo da Cerveja Caseiro e de outras Bebidas - by Laércio Beckhauser - página 37 - 1984 -
Cedepesc - Joinville - SC - Brasil

http://www.v-brazil.com/images/cachaca-mineira.jpg
 
 FESTA DA CACHAÇA MINEIRA
 
Tradição centenária na fabricação   História e Lendas        
Sabinópolis - MG


LENDAS, CONTOS E HISTÓRIAS DA CACHAÇA EM MG.


Belo Horizonte


A capital da Cachaça.


Essa seria a melhor definição para a capital mineira.

Mesmo sem ter sequer um produtor da bebida, Belo Horizonte é o melhor lugar para se degustá-la.

O forte da cidade são os bares e, principalmente, os especializados, cada vez mais cheios de novidades.

Em todo o canto da capital podem ser encontradas boas comidas e boas cachaças.

Nada mais normal, já que BH ainda ostenta o título de cidade com maior concentração de bares por habitante do país.
Um excelente lugar para encontrar cachaças de todas as regiões de Minas e a preços reduzidos é o Mercado Central.

Há inclusive uma loja que se dedica apenas à comercialização das mesmas.

E com preços mais em conta do que as lojas especializadas.


Salinas


Dentre todos os alambiques do norte de minas, os de Salinas, a 624 km de BH, estão em evidência.

Januária, Pirapora, e Curvelo foram grandes pólos produtores de cachaça, mas Salinas rapidamente mostrou que boa parte das pingas mais famosas do estado saem do seu solo.

São mais de cem alambiques espalhados pelos arredores da cidade.

A marca mais conhecida é, sem dúvida, a rara Havana de Anísio Santiago. É produzida de cana Java e envelhecida entre 10 e 15 anos em tonéis de bálsamo.
O preço de sua dose é comparável ao dos mais nobres uísques. A produção anual não ultrapassa os cinco mil litros e ocupa as adegas de ilustres apreciadores.
Os presidentes da França, Jacques Chirac, e de Cuba, Fidel Castro guardam em suas adegas garrafas de Havana.

A maioria dos produtores de Salinas envelhece suas cachaças em tonéis de umburana e bálsamo, deixando-as levemente perfumadas, amarelas e suaves.

Entre as marcas mais conhecidas estão a Seleta, a Boazinha, a Salineira, Salicana, a Indiazinha, a Erva Doce e a Lua Cheia.



Sabará


A cidade ainda conserva várias construções históricas como a Matriz de Nossa Senhora da Conceição. Alguns dos destaques são o Museu do Ouro, que funciona na antiga Casa de Fundição e expõe móveis do ano 1700 e ferramentas utilizados na fundição e cunhagem do ouro; a igreja de Nossa Senhora do Ó, o principal cartão postal de Sabará; e a Igreja de Sant'Ana, que não aparece nos guias de viagens. Uma boa opção é o Armazém do Jotapê criado há três anos ao lado do alambique que fabrica a Cachaça do Jotapê. O restaurante foi uma forma de melhor atender os visitantes que buscavam a cachaça e procuravam tira-gosto. A cachaça do Jotapê é envelhecida por, no máximo, um ano em tonéis de jequitibá.

Tiradentes
São oito igrejas espalhadas pelos morros da cidade, que homenageiam o herói da Inconfidência Mineira. A mais imponente delas é a Matriz Santo Antônio de Pádua, com ricos altares de talha dourada. Guirlandas de flores igualmente douradas e o órgão alemão comprado em 1788 completam o conjunto de ornamentos e entalhes no estilo rococó, assinado por Aleijadinho. Há ainda a igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, com várias pinturas nos tetos e imagens de santos negros.

A mais bela vista da cidade está no largo da Igreja São Francisco de Paula, no morro de São Francisco.

A produção de cachaça é bem limitada e exclusiva.
A cachaça Maria Fumaça, por exemplo, nunca excedeu 1.800 litros por ano. Ela é envelhecida em tonéis de carvalho por no mínimo 12 meses e no máximo 36.

Só é possível encontrar a Maria Fumaça no restaurante dos produtores, que fica na estrada que leva à Calçada dos Escravos.

Outra cachaça produzida na região é a Espírito de Minas, de coloração amarelo- clara fabricada e amaciada na Fazenda Santa Luzia, no distrito de São Tiago, arredores de Tiradentes.

Diamantina

A cidade forjada junto com a exploração do diamante guarda ainda hoje muita história pra contar e cachaças de qualidade.

Imperdíveis em Diamantina são: a Igreja Nossa Senhora do Carmo, que, conforme se diz tem a torre construída nos fundos por um capricho de Chica da Silva, que não gostava do repique dos sinos; o Museu do Diamante, onde estão expostos objetos usados na classificação do diamante, na pesagem do ouro, na tortura de escravos e muita arte sacra; e a Casa de Chica da Silva, residência do contratador João Fernandes de Oliveira e sua escrava Chica da Silva.

Na região do Serro, é produzida a cachaça com o enigmático nome de Dama da Noite.

Envelhecida em tonéis de umburana, ela têm qualidade sensorial superior e é saborosa e perfumada.

Já a Coluninha, destilada no distrito de Coluna do Serro, se destaca por ser uma cachaça mais seca e encorpada.

Betim

Na fazenda Vale Verde, no distrito de Vianópolis, se produz uma das mais premiadas e tradicionais cachaças mineiras, a Vale Verde. Hoje são produzidos 200 mil litros de cachaça por ano.

Um dos diferenciais da Vale Verde são as seis variedades de cana utilizadas na produção e o não uso de fubá e farelo de arroz na fermentação, mas sim do bagaço e da garapa. Atualmente além de destilaria a Vale Verde é Parque Ecológico.

Outro diferencial são os filtros de carvão para retirar a acidez natural e de resina para eliminar os metais pesados.

Toda uma estrutura foi criada para visitação, com guias, podendo-se acompanhar todo o processo de produção com direito à degustação no final.

Há também um museu, formado da coleção pessoal do proprietário, com mais de 1500 garrafas.

Além da Vale Verde, está sendo produzida também a Minha Deusa, ainda nova no mercado.

Congonhas

A cidade, distante 89 Km de BH, não tem alambiques, mas é parada quase obrigatória por causa de um nome: Aleijadinho. Foi aqui que o escultor deixou suas mais importantes obras. Só pra se ter uma idéia a cidade conta com 78 obras das mais diversas do artista.

As mais conhecidas - e talvez mais belas - são os doze profetas no adro da Basílica do Senhor Bom Jesus do Matosinhos, talhados em pedra sabão, e que, segundo uma das muitas versões sobre as obras de Aleijadinho, representam os inconfidentes, movimento pelo qual Aleijadinho teria simpatia; e a Via Sacra de Jesus Cristo relatada em 66 figuras esculpidas em cedro dispostas em seis capelas do Morro do Maranhão que é conhecida como Passos da Paixão.

Outras obras importantes: Igreja de Nossa Senhora da Conceição, com fachada de Aleijadinho e trabalhos de douração de seu pai, Manoel Francisco Lisboa e a Igreja Nossa Senhora do Rosário, a mais antiga da cidade construída no início do século XVIII por escravos.

Coronel Xavier Chaves

Reza a lenda que Tiradentes, pediu um gole de cachaça antes de ir para a forca. Se não o pediu, dizem os aficionados, deveria tê-lo feito.

A aguardente, que aquecia os ideais dos revolucionários mineiros das últimas décadas do século XVIII, era também produzida na fazenda do irmão caçula do alferes, o padre Domingos da Silva Xavier.

O mesmo alambique ainda produz uma cachaça cristalina exatamente como há 200 anos. Desde aquela época o negócio está nas mãos da família de Tiradentes.

O destilado tem um nome: Boa Vista. Ela é envelhecida em tanques de parafina dentro do chão, e não em tonéis de madeira, o que explica ser tão cristalina.

A única forma de comprar a Boa Vista é visitando o sítio onde ela é produzida.

Ela não foi colocada no mercado por opção do proprietário do sítio, que não têm intenção de produtividade, mas sim de fazer como os antigos gostavam.

Para melhor receber os visitantes, foi construído dentro do alambique da Boa Vista um bar, onde se pode comprar e degustar a cachaça.


Jequitibá

A 40 quilômetros de Sete Lagoas, em Jequitibá, uma cachaça engarrafada há apenas quatro anos têm feito muito sucesso.

A cachaça Isaura, em homenagem à escrava que teria vivido na região, ganhou o prêmio América do Sul 2000 de Qualidade.

A cachaça se prepara para alçar vôos mais altos e conquistar o mercado internacional. Envelhecida por três anos em tonéis de carvalho, a cachaça tem no rótulo da garrafa uma peculiaridade: a foto da antiga casa da escrava Isaura.

O produtor da cachaça acaba de lançar uma nova marca com um nome bem sugestivo: Duvido (que ocê não goste).

Essa cachaça é branca e ideal para coquetéis. Segundo o produtor, não degustar pura a cachaça envelhecida é um pecado.

Veja mais dados aqui:

ROTEIRO DA CACHAÇA


Belo Horizonte
Santa Luzia
Sabará
Caeté
Caraça
Ouro Preto
Mariana
Congonhas
Entre Rios
Coronel Xavier Chaves
São João Del Rei
Tiradentes
Nova União
Belo Vale
Brumadinho
Betim
São Joaquim de Bicas
Itatiaiuçu
Jequitibá
Diamantina
Salinas


Fonte:
http://www.desvendar.com/especiais/cachaca/roteiro_cach.asp#


PROCESSO DE PRODUÇÃO DA CACHAÇA


O processo de produção da cachaça artesanal é custoso e cheio de detalhes. Apesar de feita exclusivamente do caldo de cana, sem a adição de produtos químicos, cada cachaça carrega características de seu produtor. Cada um tem seu segredo, garantem os produtores. Os detalhes especiais estão espalhados por todo o processo, desde a escolha do tipo de cana, passando pela época certa da colheita, o tempo de moagem, os ingredientes e o tempo de fermentação, a forma de destilação e os tonéis para o envelhecimento, até o engarrafamento.
1- A Cana
É a matéria prima para a fabricação da cachaça. São cinco as espécies mais utilizadas por várias razões incluindo-se aí o teor de açúcar e a facilidade de fermentação do caldo. Várias universidades e algumas instituições do estado têm investido constantemente na pesquisa da cana de açúcar, tendo obtido resultados positivos em mais de dez variedades, com períodos de maturação diferentes, que permitem estender o tempo da safra. A cana usada na produção do destilado artesanal é colhida manualmente e não é queimada, prática que precipita sua deterioração.
2- Moagem
Depois de cortada, a cana madura, fresca e limpa deve ser moída num prazo máximo de 36 horas. As moendas separam o caldo do bagaço, que será usado para aquecer as fornalhas do alambique. O caldo da cana é decantado e filtrado para, em seguida, ser preparado com a adição de nutrientes e levado às dornas de fermentação. Algumas moendas são movidas por motor elétrico, outras por rodas d'água, e têm a função de espremerem a cana, para dela extraírem o suco.
3- Fermentação
Como cada tipo de cana apresenta teor de açúcar variado, é preciso padronizar o caldo para depois adicionar substâncias nutritivas que mantenham a vida do fermento. Como a cachaça artesanal não permite o uso de aditivos químicos, a água potável, o fubá de milho e o farelo de arroz são os ingredientes que se associam ao caldo da cana para transformá-lo em vinho com graduação alcoólica, através da ação das leveduras (agentes fermentadores naturais que estão no ar). A sala de fermentação precisa ser arejada e manter a temperatura ambiente em 25°. As dornas onde a mistura fica por cerca de 24 horas, podem ser de madeira, aço inox, plástico ou cimento.
4- Destilação
O vinho de cana produzido pela levedura durante a fermentação é rico em componentes nocivos à saúde, como aldeídos, ácidos, bagaços e bactérias, mas possui baixa concentração alcoólica. Como a concentração fixada por lei é de 38 a 54 GL, é preciso destilar o vinho para elevar o teor de álcool. O processo é fazer ferver o vinho dentro de um alambique de cobre, produzindo vapores que são condensados por resfriamento e apresentam assim grande quantidade de álcool etílico. Os primeiros 10% de líquido que saem da bica do alambique (cabeça) e os últimos 10% (cauda) devem ser separados, eliminados ou reciclados, por causa das toxinas.
5- Envelhecimento
Constituindo-se no processo que aprimora a qualidade de sabor e aroma das bebidas, o envelhecimento é a etapa final da elaboração da cachaça artesanal. A estocagem é feita, preferencialmente, em barris de madeira, onde ainda acontecem reações químicas. Existem madeiras neutras, como o jequitibá e o amendoim, que não alteram a cor da cachaça. As que conferem ao destilado um tom amarelado e mudam seu aroma são o carvalho, a umburana, o cedro e o bálsamo entre outras. Cada uma dá um toque especial, deixando a cachaça mais ou menos suave, adocicada e/ou perfumada, dependendo do tempo de envelhecimento.
FONTE:
http://www.desvendar.com/especiais/cachaca/produ_cach.asp

Publicado por Beckhauser em 07/03/2010 às 12h57

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