VIOLÊNCIA NOS ESTÁDIOS
Há alguns anos atrás, ir assistir a uma partida de futebol num estádio significava passar algumas horas de lazer ao lado da família. Lembro-me de ir ao Mineirão para ver o clássico mineiro e sair de lá, quando não satisfeita com o resultado, pelo menos na certeza de que fizemos um bom passeio e nos divertimos a valer.
Em Minas Gerais já aconteceram e acontecem tumultos, na maioria das vezes, o pior ocorre do lado de fora, pelas ruas da cidade, onde há apedrejamento de ônibus, ataques a torcedores adversários, um vandalismo desenfreado e sem sentido.
Temos de reconhecer que em São Paulo e no Rio é bem pior, haja vista o saldo oficial de 12 feridos e uma morte, no jogo entre Palmeiras e São Paulo, ou seja, Mancha Verde x Independente, no dia 22 de fevereiro do corrente ano, bem como as arruaças entre vascaínos e corintianos no último dia 3. São torcidas ditas organizadas que, na verdade, são formadas por lideranças desajustadas e adeptos travestidos de torcedores. Essas gangues, verdadeiras facções criminosas, se digladiaram em vários locais na cidade de São Paulo e redondezas deixando um saldo lastimável, de 12 feridos e uma morte.
É do conhecimentos de muitos que esses confrontos são alinhavados dias antes do jogo, através de blogs na internet, onde uma torcida provoca a rival e conclama a "galera" para se armar para a luta. Não é a toa que estão armados com pedaços de pau, pedras e outros instrumentos de ataques, como bombas de fabricação caseira e outros, o que distorce totalmente o significado de torcer com ardor para um time de futebol.
Sem darem a mínima ao que acontece no gramado, hordas de torcedores organizados trocam xingamentos e ameaças, na geral e arquibancada e o tumulto recomeça ali mesmo. No final do jogo, a celeuma continua, pois, a sensação de anonimato e de impunidade meio que garante a segurança para quem pratica tais atos. Sabemos que não tem nada a ver com a partida, vez que confrontos terríveis acontecem em qualquer tempo, antes, durante e depois.
Toda essa violência afugenta das partidas as pessoas que simplesmente gostam de futebol e hoje têm medo - totalmente justificado - de se aproximar dos estádios, pela falta de segurança dentro deles, nas imediações e por onde passem ônibus com as "organizadas".
O último episódio em Sampa é uma alerta para a polícia e o Ministério Público para que encontrem um caminho, reúnam forças, criem novas estratégias de defesa, com enérgicas medidas para que não se repitam tais atos, para que as famílias voltem aos estádios e se sintam bem, apreciando nosso futebol, do jeito que deve ser.
Não adianta os flagrantes das câmeras, a identificação dos agressores, televisão e jornais que mostram o rosto da violência, se não houver medidas enérgicas, para que cada envolvido responda criminalmente por isso. Há de se ter uma saída, pois, essas verdadeiras batalhas são pré-anunciadas e têm dia marcado para acontecer.
Temos de ter sempre em mente que fanatismo não é sinônimo de amor e todo exagero e destempero não somente prejudicam a própria pessoa, como também afetam aos que estão próximos.
"Chega de mágoa, chega de tanto penar..."