" A ALFABETIZAÇAO DA EDUCAÇAO DE JOVENS E ADULTOS(EJA) NO CONTEXTO DA SALA DE AULA"
O professor da EJA deve estar preparado para interagir na sala de aula com cada tipo de vida desses alunos e, ter ciencia que dentro de uma sala de aula da EJA, existem grupos de pessoas de idades diferentes(adultos e jovens). Entretanto, se pensarmos no ensino/aprendizagem, mais sobre os conteudos que serao apresentados para um curso de EJA, vai perceber que requer a compreensao de alguns aspectos proprios do universo desses alunos e, precisamos considerar a enorme heterogeneidade das turmas. Portanto, a relaçao que envolve o professor/aluno é, essencialmente assimetrica, pois ele comanda o andamento da aula e decide o ponto mais interessante de ser estudado. Demonstrando que dentro de um sistema de dominaçao, que castiga os menos favorecidos e atende aos interesses das minorias, é necessario uma pedagogia que conscientize e liberte, tanto opressor(professor) quanto o oprimido(aluno), oportunizando a este se enxergar como sujeito de sua historia, buscando a melhor das condiçoes de vida e a garantia da sua reprodutividade. E, assim tentamos mostrar que o homem ao mudar a sua realidade, tambem vai se transformando na medida em que ele se integra ao seu contexto e se compromete, ele vai construindo sua propria identidade e reconhece que nao se vive em um eterno presente e, sim em um tempo, feito de hoje, ontem e de amanha, permitindo tomar consciencia de sua historicidade.
Nesse caminhar, é que encontramos Paulo Freire e sua proposta de alfabetizaçao que atende a todos os pressupostos que se faz presente nessa modalidade de ensino.
Nao sendo, possivel discutir a EJA sem reportar-se às ideias de Freire que tanto contribuiu na EJA, considerando o alfabetizando como sujeito de seu saber, no ambito de sua proposta pedagogica pautada em relaçaoes dialogicas de compreensao e solidariedade.
A sala de aula na EJA é o espaço de encontro entre alunos, professores e o conhecimento. Nela, vinculos de amizade, cooperaçao e confiança se constroem e se consolidam, animando o processo de interaçao social entre as trocas comunicativas. E, vista dessa forma, a sala de aula é pulsante, viva e dinamica. Dai a importancia do professor da EJA valorizar o saber cotidiano e, afirmar as historia que os alunos contam, historias baseadas em suas proprias experiencias.
Esse caminho de alfabetizar pessoas jovens e adultas é cheio de expectativas, tanto para os alunos como para os professores, pois ambos se colocam frente às suas proprias limitaçoes, em um processo de construçao e reconstruçao de suas identidades. Por vez, essas identidades sao modificadas, mediante modelo de letramento que visam à filiaçao de jovens e adultos analfabetos a um outro grupo social, isto é, que visa à identidade desses alunos com os valores e crenças dos grupos que usam para fazer sentido da situaçao nas praticas cotidianas.
Considerando-se que a analise desse artigo é baseada num espaço interacional da sala de aula e, trabalhar com o processo de alfabetizaçao de adultos que é diferente do ensino regular em sua estrutura, metodologia e duraçao de tempo, é fundamental reconhecermos a escola como instituiçao, conforme os interactantes deste processo comunicativo.
Concebemos, desse modo, que é papel do professor favorecer situaçoes de reflexao acerca das condiçoes de participaçao social desses individuos. Por outro lado, mesmo considerando que esses alunos tem uma participaçao efetiva na sociedade e nos diversos grupos sociais, o acesso ao dominio de cada principio é limitado porque ele nao dispoe de ferramentas que possibilitem tais participaçoes, principalmente o dominio dos mecanismos de leitura e escrita e, alguns conhecimentos textuais sao necessarios a uma interaçao na sala de aula.