Saiam da Caverna
Estamos revendo um pouco a filosofia política a partir do pensamento de Platão e começamos a imaginar como é um texto bastante atual o capítulo VII da República. O livro VII trata sobre o mito da caverna,
Segundo Platão, a caverna é como estamos sem o conhecimento da verdade e o modo de sairmos da caverna é buscar e encontrar essa verdade. Vemos esse desconhecimento da verdade quando nos colocamos como observador político da atualidade.
O que vemos nessas observações é que há por parte de uma grande parcela daqueles que cumprem o papel de formadores de opinião uma total falta de comprometimento com a ética. É um tal de rabo preço, toma lá da cá, que Deus nos livre! Como diria meu avô, é o sujo falando do mal lavado.
Tem político que se dizia honesto e vindo das classes operárias que agora une tudo que é forças para manter antigo adversário no poder, outros que prometeram por todos os santos que seus sucessores iam manter o crescimento da cidade e agora olham de braços cruzados a cidade se desmanchando entre um escândalo e outro, e entre um e outro xexo naqueles que trabalham para seu crescimento. Onde é que vamos para meu senhor? Será que esse povo num sai da caverna nunca?
Para Platão, a verdade só é possível de encontrar através da reflexão, essa reflexão é mediada pelo ócio, isso mesmo, o descanso despreocupado nos ajuda a pensar, a racionalizar... a reflexão é um ato de você se voltar para dentro de si em, busca do conhecimento, o conhecimento está dentro do homem, como nos mostra Platão, portanto, para ele, a verdade habita no homem.
Assim, a partir do momento que o homem descobre a verdade ele se liberta da caverna, e passa a ser livre. Podemos notar que são poucos os que trabalham com as noticias que são realmente livres, muitos não são justamente por, os jornais onde estes trabalham são ligados há algum grupo político, outros por que temem os processos ou mesmo agressões por parte daqueles que temem a verdade.
Isso ocorre no Brasil, na França, no Uzbequistão, no país de Mossoró e em todo lugar. Como disse Sófocles, em sua obra Antígona, “Não há espaço para orgulho no peito de um escravo, há os que mandam e os que obedecem”. Tanto lá como aqui é tudo a mesma coisa, a mão do poder é pesada, e para se livra dela tem que sair da caverna, se libertar da mesmice, e do é dando que se recebe.
Aqui ocorre a mesma coisa que no mito de Platão, quando alquém se livra, passa a compreender que não tem com quem compartilhar essa verdade, volta à caverna para tentar libertar os outros que estão presos na ignorância. O problema é que ao voltar e começar explicar como tudo é realmente ele passa a ser tratado como louco.
Já vi muita gente que se diz entendida, taxar jornalistas sérios e que não possui amarras políticas de perturbadores da ordem pública. Os que ousam falar a verdade, seja ela qual for e, não temem punições por parte dos que tem ojeriza a verdade. Nós que tentamos a cada dia nos afastar da caverna, somos ditos como loucos. E estes que de peito aberto lutam em favor de uma melhor condução da administração pública quase sempre são ditos como pessoas que só querem tumultuar.
Estamos numa inversão de valores tão absurda que é mais provável que quem diga a verdade vem ser processado por injuria e difamação, e os que a omitem, gastando nosso rico dinheirinho que está nos cofres públicos possam de bons moços, casando e batizando, fazendo um verdadeiro samba do crioulo doido. Saiam da caverna, fujam dessa política de pão e circo, dessa ignorância. Como nos mostra Bertold brecht “o pior analfabeto é o analfabeto político”.
Fabio Alves Valentim, licenciado em Filosofia e especializando em Ética e Filosofia Política, UERN.