De João do Rio a Lima Barreto: o papel social do Jornalismo Cultural
Há muito tempo atrás, o Jornalismo Cultural feito no Brasil andava de mãos dadas com seu papel social, ao descrever o cotidiano popular de forma crítica e acessível para a grande massa, mas não menos culta. Entre os versos de João do Rio, Machado de Assis e Lima Barreto, alguns dos exemplos mais famosos da nossa literatura social, idéias que retratavam o cotidiano popular e as classes socialmente excluídas eram expostas de forma exemplar, acessíveis em sua universalidade, mesmo que com uma linha regional.
Hoje, raramente jornalistas do meio cultural se preocupam com a inclusão social através das artes e em valorizar o papel social das mesmas. Pelo contrário, na maioria das vezes, colocam a “grande” arte como uma coisa restrita a poucos, lançando novidades revolucionárias por se apresentarem como inovações mas quase nunca expressando uma veia popular, ideologicamente ou como forma de identificação.
A impressão ao lermos grandes revistas de arte e cultura é a de que são feitas exclusivamente para o mercado de artes, raramente abrindo espaço para a arte com cunho social, necessária a todo ser humano tanto quanto a arte reflexiva individualmente.