Sacrifício é mais do que entrega

Sacrifício é mais do que entrega; é entrega mais VONTADE DE ENTREGAR. Dessa forma, acontece o oferecimento. Usualmente, entendemos o contrário: que sacrifício é algo forçoso, que nos é imposto o que não podemos evitar. Quando sentimos vontade de fazer algo, nada nos desanima.

O sacrifício de Jesus, a missa, é a COMUNHÃO DE AMOR, onde todos devem distribuir e receber sua PORÇÃO IGUAL de amor/vida. No entanto, o maior doador é sempre Deus que, podemos concluir, deverá também ser sempre o maior receptor, a maior razão do culto. Quem alcança essa verdade, nunca se aborrece na missa. Nem música “devagar”, nem voz baixa ou sotaque do padre, nem frio, nem calor, nem multidão apinhada. Quando sentimos vontade de fazer algo, nada nos desanima.

A missa é chamada ainda de sacrifício perfeito. Nada lhe falta porque engloba toda a vida e nada pode ficar de fora. Quanto ao objeto da oferta, em qualquer sacrifício, quanto mais perfeito ele for, maior o culto de adoração a Deus. Por isso, devemos resolver as “pendências” e dar atenção à preparação de quem vai participar do sacrifício. Na missa, nada acontece isoladamente. Do princípio ao fim, ela é comunhão, e não somente quando se distribui a Eucaristia. Isso quer dizer que, quando me preparo, também estou preparando tudo, absolutamente tudo o que faz parte da minha vida, inclusive as pessoas que estão sentadas ao meu lado no banco da igreja e aquelas que nem mesmo se encontram no templo. Tudo é ofertado, ainda que não nos demos conta disso. Devemos nos aperfeiçoar, como hóstias vivas e santas para que o sacrifício seja agradável a Deus e, em nós, deve prevalecer o desejo de nos oferecermos (entrega + vontade de entregar). Conforme vemos na disposição de Abel, Abraão, Melquisedec e Noé, quem entrega não faz restrição ao que deve entregar. Somente podemos falar de amor quando entregamos tudo. De uma forma mais perfeita, “se não tiver amor, ainda que se entregue tudo, não é nada” (cf. I Cor 13). Em nenhum outro lugar ou momento há prova maior de amor, ou seja, em nenhum outro lugar ou momento há certeza maior da EXISTÊNCIA, PRESENÇA e MANIFESTAÇÃO de amor. É a experiência mística do “nada” diante de Deus. Na presença de Deus, nada permanece. Só Deus existe. Não há diferenças, nem barreiras para quem faz a verdadeira experiência de Deus. Elas caem, naturalmente. É fruto da Eucaristia o desejo da reconciliação. Desperta o coração para iniciativas de amor e, por mais custoso que nos seja, devemos ir de encontro à reconciliação com todos e com Deus. Quando sentimos vontade de fazer alguma coisa, nada nos desanima.

Jesus deseja, ao instituir a Eucaristia, que todos nos entreguemos com Ele em sacrifício. A missa é a melhor maneira de SANTIFICAR O NOME DO SENHOR. Ela nos permite vislumbrar a convivência com Deus, a qual estamos todos destinados. Para isso, precisamos assumir a disposição de quem se apresenta para dar e receber amor. A salvação que nos foi dada é que nos torna e nos tornará cada vez mais aptos para a convivência com Deus. Aprendamos a comunhão com os homens na terra para que participemos da comunhão com os santos, nós mesmos, no céu.

28jun06

Alanis Lia
Enviado por Alanis Lia em 25/02/2010
Reeditado em 25/02/2010
Código do texto: T2107916
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