BALAIO DE GATOS
Absurdamente perplexo, constato a falta de opções que possam mudar o quadro político do Distrito Federal nas próximas eleições. Lamentavelment, na Capital da República, onde se concentram homens da mais alta expressão social, econômica e intelectual, estes se mantêm afastados da política e sequer se filiam a um partido. Por consequência, as representações políticas de Brasília deixam muito a desejar, por esses e outros aspectos. Isso ocorre no Poder Executivo e no Legislativo é mais alarmante. Os personagens se repetem e deles se forma um distorcido perfil de Brasília. Aí está a Câmara Distrital, ocupada por essas figuras cujos nomes bizarros falam por si. É só observar alguns nomes de deputados distritais antigos e atuais e seus respectivos históricos. O poder Executivo é tradicionalmente igual.
Se, por um lado, um fazendeiro de linguagem tosca (em que pese o seu inegável carisma) provocou no DF uma explosão demográfica e populacional decorrente da distribuição de lotes que se tornaram capitanias, por outro lado tivemos um intelectual (então petista) eleito sob a eufórica expectativa de mudança, especialmente na educação. Viu-se, contudo, a população frustrada com um governo voltado para a politicagem perseguidora, privilegiando espaços para a sua militância partidária.
Na sequência, após um terceiro mandato de Roriz, um ex-senador, cuja trajetória fora interrompida pelo famoso episódio de violação ao painel do Senado, conseguiu reerguer-se após um mea culpa que o levou ao Palácio do Buriti com esmagadora votação. Querendo “enxugar a máquina administrativa” e “moralizar a administração pública”, o governador Arruda tomou medidas impopulares e radicais de forte impacto nos primeiros meses. Extinguiu órgãos, exonerou mais de quinze mil cargos em comissão, transferiu todo o complexo administrativo para a cidade satélite de Taguatinga,(inclusive o próprio gabinete), instalando-se nas rústicas dependências do antigo batalhão da Polícia Militar daquela satélite, deixando obsoleto e entregue às baratas o Palácio do Buriti, no Plano Piloto. Depois veio a série de obras que, em tempo recorde, restabeleceu-lhe a popularidade. Arruda permaneceria assim e seria imbatível no pleito que se avizinha, caso a “má sorte” não lhe tivesse pregado essa peça, ou melhor, a tragédia na qual ele figura como protagonista. Uma espécie de Ali Babá de quem os quarenta ladrões foram se afastando na medida em que as cenas foram-se descortinando. Preso, permanece como único alvo atingido por um evidente esquema político oposicionista, no qual se inserem os Três Poderes locais concorrendo desarmoniosamente, cada qual visando seus vaidosos e pessoais objetivos.
Em meio a esta celeuma, a linha sucessória fragilizou-se, quase esgotando-se com a renúncia do vice, Paulo Otávio. Daí resultou a vacância ora ocupada por Wilson Lima, ex-presidente da Câmara Distrital, desta emergindo do “baixo clero” e circunstancialmente tornando-se governador do Distrito Federal.
Em torno dele, mais que depressa os distritais forjaram um apoio, apavorados que estão com a evidente possibilidade de uma intervenção federal. Esta medida certamente trará consequências imprevisíveis para todos. População e seus representantes. Do contrário, a tragicomédia permanecerá em cartaz, apenas com algumas alterações no elenco e, quem sabe, até no título que, em vez de Caixa de Pandora, numa segunda temporada certamente virá como Balaio de Gatos.
Não havendo intervenção, permanecendo o quadro que aí está, e se as urnas confirmarem o que as pesquisas já apontam, Roriz voltará pelo e para os braços do povo que sempre o valorizou.
Absurdamente perplexo, constato a falta de opções que possam mudar o quadro político do Distrito Federal nas próximas eleições. Lamentavelment, na Capital da República, onde se concentram homens da mais alta expressão social, econômica e intelectual, estes se mantêm afastados da política e sequer se filiam a um partido. Por consequência, as representações políticas de Brasília deixam muito a desejar, por esses e outros aspectos. Isso ocorre no Poder Executivo e no Legislativo é mais alarmante. Os personagens se repetem e deles se forma um distorcido perfil de Brasília. Aí está a Câmara Distrital, ocupada por essas figuras cujos nomes bizarros falam por si. É só observar alguns nomes de deputados distritais antigos e atuais e seus respectivos históricos. O poder Executivo é tradicionalmente igual.
Se, por um lado, um fazendeiro de linguagem tosca (em que pese o seu inegável carisma) provocou no DF uma explosão demográfica e populacional decorrente da distribuição de lotes que se tornaram capitanias, por outro lado tivemos um intelectual (então petista) eleito sob a eufórica expectativa de mudança, especialmente na educação. Viu-se, contudo, a população frustrada com um governo voltado para a politicagem perseguidora, privilegiando espaços para a sua militância partidária.
Na sequência, após um terceiro mandato de Roriz, um ex-senador, cuja trajetória fora interrompida pelo famoso episódio de violação ao painel do Senado, conseguiu reerguer-se após um mea culpa que o levou ao Palácio do Buriti com esmagadora votação. Querendo “enxugar a máquina administrativa” e “moralizar a administração pública”, o governador Arruda tomou medidas impopulares e radicais de forte impacto nos primeiros meses. Extinguiu órgãos, exonerou mais de quinze mil cargos em comissão, transferiu todo o complexo administrativo para a cidade satélite de Taguatinga,(inclusive o próprio gabinete), instalando-se nas rústicas dependências do antigo batalhão da Polícia Militar daquela satélite, deixando obsoleto e entregue às baratas o Palácio do Buriti, no Plano Piloto. Depois veio a série de obras que, em tempo recorde, restabeleceu-lhe a popularidade. Arruda permaneceria assim e seria imbatível no pleito que se avizinha, caso a “má sorte” não lhe tivesse pregado essa peça, ou melhor, a tragédia na qual ele figura como protagonista. Uma espécie de Ali Babá de quem os quarenta ladrões foram se afastando na medida em que as cenas foram-se descortinando. Preso, permanece como único alvo atingido por um evidente esquema político oposicionista, no qual se inserem os Três Poderes locais concorrendo desarmoniosamente, cada qual visando seus vaidosos e pessoais objetivos.
Em meio a esta celeuma, a linha sucessória fragilizou-se, quase esgotando-se com a renúncia do vice, Paulo Otávio. Daí resultou a vacância ora ocupada por Wilson Lima, ex-presidente da Câmara Distrital, desta emergindo do “baixo clero” e circunstancialmente tornando-se governador do Distrito Federal.
Em torno dele, mais que depressa os distritais forjaram um apoio, apavorados que estão com a evidente possibilidade de uma intervenção federal. Esta medida certamente trará consequências imprevisíveis para todos. População e seus representantes. Do contrário, a tragicomédia permanecerá em cartaz, apenas com algumas alterações no elenco e, quem sabe, até no título que, em vez de Caixa de Pandora, numa segunda temporada certamente virá como Balaio de Gatos.
Não havendo intervenção, permanecendo o quadro que aí está, e se as urnas confirmarem o que as pesquisas já apontam, Roriz voltará pelo e para os braços do povo que sempre o valorizou.