A LEI DA SELVA

A LEI DA SELVA

Os homens que não tem lei fazem suas leis, assim como os aculturados as suas, ainda que não submetam tais leis a um colegiado de juízes como se faz ou fazem as civilizações modernas, mas que nem por isso deixam de funcionar e ser prática do ponto de vista humano.

Ainda existe grupo étnico isolado habitando território da Guiné que, quando ocorre enfermidade em pessoas do grupo, estas são queimadas a fim de eliminar tal mal. Também queimam as habitações e mudam de local.

Um vizinho meu contou-me que quando ele garimpava nas terras de Rondônia, havia uma instrução do dono do garimpo para que os garimpeiros que estavam em pontos isolados e de difícil acesso não se descuidassem para não sofrerem nenhum acidente que os impedissem de locomoverem-se por si só. Pois, caso isso ocorresse, ele teria que ser deixado para trás e ser entregue a própria sorte. Contou-me o tal vizinho, Sr. Moisés, que lá contavam que um sujeito teve a infelicidade de ter uma perna quebrada durante o percurso entre a pista de pouso e o local onde deveriam acampar para fazer prospecção, o qual distava vários dias de caminhada em área montanhosa. Ele sabendo da impossibilidade de sair dali por meios próprios ou com a ajuda dos membros da sua equipe, pediu-lhes que o matassem, para que ele não ficasse sofrendo ou fosse vítima de fera. E assim foi feito, tendo a sua morte sido a solução.

Recentemente a mídia divulgou um caso de uma criança índia que estava hospitalizada para tratamento na capital amazonense. Seus pais queriam levá-la para a aldeia deles para sacrificá-la, segundo a lei deles. Pois, nesse grupo étnico, o trabalho pesado é realizado pelas mulheres, e ela, quando adulta, não teria condições para realizar tal trabalho. Além do que todos devem ser capazes de sobreviver por si só sem depender de outros.

É fato sabido que a mãe índia, por ocasião do nascimento de uma criança, examina-a pra ver se não há defeitos na criança. Se os houver, ela o sacrifica. Do mesmo modo também são sacrificados os gêmeos. Um de dois ou os mais de um. Só um deles é escolhido para sobreviver.

Essa é a lei da selva, elaborada de modo simplista e sem tribunal, e que vige sobre alguns humanos desumanos.

Mas existem leis elaboradas por colegiados de homens, tidos como aculturados, que nada fica a dever a de povos bárbaros.

Apesar de ser sabido que fumo é cancerígeno, ele é permitido e sobretaxado pelo governo. Ou seja: se alguém quer fumar, mesmo sabendo que pode morrer por isso, que fume, desde que pague bem pago por seu vício e morte. Se alguém quer adulterar que adultere, só não faça filho, e para isso basta adquirir (pagar) e usar preservativo.

Tem sido divulgado pela mídia que, no meio dos grupos de traficantes de drogas, existe um código de ética, e que quem o infringe é executado. Essa também é uma lei elaborada sem colegiado, mas que prevalece na selva de pedras.

No meio dos povos tidos como aculturados as mães eliminam seus filhos antes do nascimento, por razões diversas, como vergonha por ter gerado sem que para isso se tenham casado legalmente ou sem que seus pais tenham consentido. E, em muitos casos, o fazem assistidos por profissionais de medicina, os quais fazem juramento em favor da vida, por ocasião das suas investiduras como médicos. É a lei do cão.

A expressão “lei da selva” sugere que muitas vezes é necessário que um ou alguns tenham que ser sacrificados, dando a sua vida e a sua carne para que outros possam viver ou sobreviver. E as vítimas sempre são os mais fracos, ou menos dotados fisicamente, ou os menos hábeis ou o que está em menos condições de se defender por ocasião do assédio, ainda que seja forte, ou hábil, ou bem dotado. Um leão ferido pode ser uma presa fácil para um animal que não o assediaria em outra ocasião.

Mas isso é no meio animal. Entretanto o ser humano, único ser com capacidade cognitiva ou intelecto, o faz por maldade e falta de amor a Deus e ao próximo. São os fora da lei.