DELÍRIOS CONSPIRATÓRIOS

A imersão voluntária do homem nas limitações perceptivas do materialismo cego provocam tais reações, certamente inconcebíveis para graus evolutivos mais avançados do que o nosso.

Não é a primeira nem a segunda vez que recebo por email uma mensagem de suposta autoria de um político norueguês humanitário que, em não se encorajando para dizer sua verdadeira identidade por razões facilmente dedutíveis, todavia, se empenha em alertar o máximo de pessoas possível, através destas revelações sobre o que estaria para acontecer em breve, no curto período que nos aguarda de agora até 2013.

Diz ele de arcas e abrigos subterrâneos subrepticiamente construídos já de há longo prazo em países vários, principalmente no continente europeu, e nos Estados Unidos, para a hora em que tudo o mais for por água abaixo. Alerta, o suposto político, num quase estado de desespero para salvar o máximo de vidas possível dos que, intencionalmente, estão sendo deixados entregues a si mesmos frente a mortandade em massa que se aproxima (da qual ele não define bem as razões), concitando a se apelar como puder para lugares altos ou a salvo de não sei bem o quê. A se buscar e forjar também abrigos adequados, e estocar alimentos. Lendo o estranho texto, não sei porque, recordei outra coisa esquisita vista há alguns meses, em imagens recentes veiculadas num vídeo do You Tube: um lugar qualquer dos EUA, onde estão sendo estocados caixões de chumbo às dezenas numa espécie de campo de concentração, com finalidade desconhecida... Mas vamos às reflexões.

Deixando de lado a procedência duvidosa da mensagem, a realidade cotidiana, bem diante de nossos narizes, tem nos feito pensar - nem que não queiramos, ou que teimemos em ignorar o que se faz flagrante, causando-nos ora incômodo quase intolerável, ora temor, ora perplexidade.

Os jornais de hoje do Rio noticiam fantasiosa notícia acerca de recordes de temperatura do verão carioca que, no entanto, nunca divulgam para além dos 41 (tomando como base os termômetros de rua mesmo, e não medições outras, daquelas que só os técnicos enigmáticos do Climatempo conseguem deslindar). Mas o fato cabal é que os termômetros de rua no Rio, já de há muito, vem indicando para mais de 43 graus, e muita vez à sombra! O meu, pessoal, postado na minha sala, diariamente não desce a menos de 40! Ora; se eles propalam que a tal "sensação térmica", tendo como base estes 41 que já ficaram para trás de há muito, vai a 50, com os 48 ou 49 que todo morador do Rio vem constatando ultimamente não será nunca menos do que 55 ou 58 - e isto sob a lógica leiga e mais otimista!

Este avanço absurdo dos termômetros, amigos, - dentre outras anomalias - que vem sendo explicado sob terminologias novas e aparentemente brilhantes para nos forjar uma sensação de hipotética normalidade, é sem dúvidas brusca na linha do tempo em se levando em consideração que há apenas dez anos atrás não acontecia, o que nos leva à constatação fática de que em curtíssimo intervalo o aquecimento real, rotineiro, presente em nossos picos climáticos de verão cresceu, pelo menos, em assustadores oito graus!

E isto é fato, vivido, meramente constatado e sentido à flor da pele - prescindindo das definições presas às terminologias brilhantes oferecidas pelos técnicos em clima e meteorologia aos leigos durante o noticiário das oito! Realmente, em termos práticos, pouco adianta que insistam em explicar tal aberração sob os nomes de El Niño ou faixas de convergência, porque do ponto de vista objetivo, isto é válido tanto quanto um cozinheiro, que errasse clamorosamente no ponto da receita provocando uma intoxicação alimentar, ficar repetindo que se trata de um "imprevisto desgoverno de qualidade dos ingredientes", jogando a culpa no fornecedor, e ignorando solenemente a internação em massa dos clientes do restaurante, que caissem no azar de provar do seu cardápio!

Em termos simples, definições de resultado inócuo, que em nada ajudam, e em nada acrescentam; porque estamos todos aqui, sentindo o impacto quase enlouquecedor das alterações climáticas e dos extremos do aquecimento global - pouco importando, a esta altura, que nome dêem a isto ou que insistam em dizer que tudo é delírio coletivo ou engodo de facções conspiratórias!

Delírio, alías, restaria óbvio na inqualificável presunção humana, se a versão das coisas, apresentada pelo aludido político norueguês, se revestisse da mais leve nota de veracidade. Não, talvez, sob a ótica, como dito, tacanha da percepção materialista da vida - todavia, notória para os que já conhecem a extensão plena dos nossos destinos para além das realidades indizivelmente modestas deste nosso mundinho azul perdido no infinito, e amesquinhado diante das dimensões agigantadas de titãs universais do quilate de um Arcturo, corpo celeste que, ante a Terra, nos reduz a um pontinho microscópico nas extensões infindas do Cosmos.

Vamos, por um momento, admitir que, daqui para 2013, a manipulação oculta das populações terrestres se confirmasse mesmo assim, macabra, mediante o uso de uma tecnologia avançada para além do nosso conhecimento e destinada, segundo acreditariam os senhores deste poder sombrio, a preservar na Terra somente os por eles "escolhidos" e dignos de seguir em frente no bojo do nosso planeta já tão castigado pela nossa contraditória civilização! Suprema ironia!

Alguma catástrofe iminente e do desconhecimento das massas finalmente se abateria sobre as exauridas civilizações terrestres, no seu total desconhecimento do que as aguarda para breve - e eles, os privilegiados, governos e associados ligados aos esquemas obscuros do poder estabelecido, estariam a salvo, dentre os seletos para permanecer e dar renovado surto vital ao mundo! Todavia, baseando-se em quais parâmetros?!

De fato a estupidez humana atingiria este grau alucinatório, de se ignorar solenemente que nem o mais avançado representante da nossa ciência e tecnologia não detêm o controle de tudo?! Nas malhas de uma era onde a própria ciência nos descortina faticamente as extensões da vida para dimensões além dos acanhados limites da matéria densa, os expoentes do poder, então, se apegariam a tal frenesi insano de manutenção da própria sobrevivência à frente de um mundo que seguiria de algum modo calcinado, depredado - à frente de um percentual dito "governável", mas sob as reações planetárias imprevisíveis num amanhã incerto que, por mais quisessem, não poderiam controlar?

Na Terra pulsa a Vida, como no mais minúsculo ao descomunal corpo celeste perdido no infinito, passando-se no processo por nós, pela fauna e flora, e demais civilizações incontáveis espalhadas no Universo! Dimensões invisíveis, para além de tudo que já concebemos, e para onde rumamos, inexoravelmente, herdeiros da eternidade em nós, como em tudo o mais; lugares onde leis desconhecidas vigem, regendo o todo da existência! E ainda assim os pretensos expoentes do poder e saber deste mundo estariam planejando um calculado extermínio em massa por "omissão", por assim dizer? Ignorando, sob os extremos da cegueira materialista, que o tiro poderia bem sair pela culatra - e que ririam, por último, os destinados a expirar aqui para seguir, soberanamente, com os fluxos Vida?!

"Vanitas vanitatis!"



Christina Nunes
Enviado por Christina Nunes em 18/02/2010
Reeditado em 18/02/2010
Código do texto: T2093664
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