A QUESTÃO DA INTELIGÊNCIA EXTRATERRESTRE
Sobre a Questão da Inteligência Extraterrestre
No imaginário coletivo, e na mídia de forma geral, a inteligência extraterrestre está para o ser humano, como nós estamos para as abelhas.
Mas, para os pesquisadores da SETI – (em Português, Pesquisa por Inteligências Extraterrestres), a vida inteligente da Terra e de outros planetas podem apresentar semelhanças insuspeitas para o público comum.
Os seres humanos, em relação às abelhas, possuem uma vantagem inquestionável: são produtores de conhecimento. O ser humano é não só um animal histórico, mas, acima de tudo, um ser capaz de acumular e aperfeiçoar, ao longo da História, os saberes desenvolvidos no decorrer desta.
A disparidade entre seres humanos e insetos seria comparável à disparidade entre seres humanos e seres que se desenvolveram em outros mundos?
Um inseto é um animal artrópode, de corpo dividido em cabeça, com um par de antenas, tórax, geralmente com dois pares de asas, e três pares de patas, sendo em maioria terrestres, e, apesar de socialmente organizados e de seu número esmagadoramente maior que o de seres humanos, estão muito embaixo na escala evolutiva.
Quanto ao ser humano, trata-se da espécie animal que apresenta o maior grau de complexidade na escala evolutiva aqui na Terra, e, qualquer inteligência que se desenvolva em um planeta e condições semelhantes e em mesmas condições e nos seja superior, evolutivamente falando, teria, necessariamente, que ultrapassar o nosso estágio. Ou seja, seria um ser inteligente (Ver: EXOBIOLOGIA - ALIENÍGENAS HUMANÓIDES? De Leandro G Card), que teria ampliado e transformado algumas de nossas características cerebrais e físicas e descartado outras indesejáveis ou obsoletas.
Estimativas oficiais apontam a possibilidade de haver duzentos e cinqüenta bilhões de estrelas na Via Láctea e um milhão de civilizações técnicas, levando-se em consideração a probabilidade de origem da vida, a probabilidade de evolução da inteligência e o tempo de vida destas civilizações técnicas.
Sendo a Terra o único planeta conhecido em que a vida inteligente se desenvolveu, tanto um como a outra servem de parâmetros para os cálculos dessas probabilidades.
Além disso, a SETI direciona sua busca pela suposição de que, assim como os humanos, os extraterrestres estariam ansiosos para nos encontrar, e, mesmo que sejam superiores tecnologicamente e tenham desenvolvido meios totalmente desconhecidos para nós para se comunicar, usariam o rádio para entrar em contato com civilizações mais atrasadas do que eles.
Caso os entomólogos desejem se comunicar com os insetos, não o farão por meio de celulares ou e mails, pois não?
Uma grande questão é que, mesmo com um milhão de civilizações técnicas loucamente e avidamente nos procurando por aí, ainda assim, a possibilidade é que menos de uma em duzentas e cinqüenta mil estrelas possua um planeta habitado por uma civilização avançada o suficiente para fazê-lo.
Como ainda não se sabe quais as estrelas certas onde procurar um sistema planetário capaz de suportar a vida por tempo suficiente para que ela atinja, ao menos, o nosso grau de tecnologia, o número de estrelas que precisam ser vasculhadas é proibitivamente imenso, e requer paciência e esforços conjuntos entre as nações, que dividiriam o trabalho exigido.
Outra vez, se seres inteligentes de outros planetas estiveram interessados em ouvir e ser ouvidos teriam que empreender o mesmo esforço planetário, para aumentar suas possibilidades de êxito.
Outra questão é o que pensar dos inúmeros relatos de avistamentos de óvnis e contatos com seres estranhos vindos de outros rincões espaciais? Estariam todas as testemunhas tão desesperadas por se distinguir de alguma forma de seus pares a ponto de criar tais aventuras com riqueza de detalhes? Ou seriam todas elas mentalmente perturbadas a ponto de não diferenciarem realidade e alucinações? O que pensar quanto aos avistamentos coletivos e sucessivos em algumas partes do nosso globo? Têm esses relatos qualquer motivação que não divulgar uma verdade científica que abalaria vários pilares sociais e filosóficos das nossas sociedades? É difícil de acreditar que todas as testemunhas estejam mentindo ou sofrendo de algum distúrbio mental, mas, sendo alguns deles sinceros, quais os reais motivos e objetivos desses contatos e por que ocorrem de forma tão fortuita, estatisticamente falando, e não de uma forma global que deixasse evidente, de uma vez por todas, que não estamos sós no universo?
Neste caso, o divisor de águas indubitavelmente é a falta de qualquer evidência material das experiências relatadas, como uma mísera foto nítida. Mais intrigante ainda: Por que os seres se dariam a toda uma empreitada gigantesca para simplesmente aparecer e sumir, sem deixar vestígios inquestionáveis de sua existência e contato? A similaridade dos relatos depõe contra eles, e a lógica exige uma reflexão mais cuidadosa do assunto.
Quais os interesses de uma civilização técnica incrivelmente mais evoluída do que a terráquea em mutilar animais, desenhar círculos em plantações, seqüestrar e importunar seres inteligentes, de forma dolorosa e traumatizante? Que sociedade antiga o bastante para desenvolver a tecnologia de viajar por distâncias tão imensas que desafiam a nossa imaginação necessitaria de tais procedimentos próximos da barbárie, efetivados de forma mais ou menos esporádica e aparentemente sem qualquer metodologia?
Por que não nos conquistar de uma vez, sendo nossas armas, para tal civilização, ridículas de tão inofensivas, e nos transformar todos em cobaias, o que parece ser o objetivo mais citado nos relatos de abduções?
E se, pelo contrário, seria sua meta deixar evidente sua existência aos terráqueos aos pouco, como sugerem alguns ufólogos, nos acostumando à idéia de que não estamos sós, já não teriam desenvolvido um meio de comunicação muito mais eficiente do que simplesmente se dar a ver para alguns grupos de cidadãos comuns, que não têm a mesma credibilidade que outros setores da sociedade teriam, como, por exemplo, abduzindo alguém nos arredores dos complexos de radio telescópios de Green Bank, West Virginia, montados em 1959?
Há ainda os relatos de cunho espiritual, que apontam para seres incorpóreos ou translúcidos, sempre tentando ajudar a humanidade na sua evolução moral em direção a um aperfeiçoamento que levaria a outro nível de consciência, como teria feito Jesus, pessoalmente, 2.000 atrás com muito mais êxito.
Nesse caso, permanece a pergunta anterior, por que não divulgar sua mensagem edificadora de forma mais competente e abrangente, alcançando populações inteiras ou mesmo um número de pessoas suficientemente expressivo para que não reste dúvida de que o relato é verdadeiro?
Ou organizar uma força-tarefa humana como discípulos, aumentando o efeito multiplicador da sua aparição\contato, implantando de forma organizada seus conceitos humanitários e solidários?
A questão da fé merece ser respeitada e não requer prova alguma, mas o rigor científico sim.
Volta à tona a total falta de lógica nos comportamentos dos seres descritos pelas testemunhas, sua aparente teimosia em não agir da maneira mais óbvia, suas ações desconexas e fragmentadas, deixando a impressão de que não fazem parte de um grupo coeso, e que agiriam de forma isolada, irresponsável e mesmo incoerente, seja qualquer que seja o seu objetivo nos visitando e contatando.
Restam duas conclusões possíveis: Os seres inteligentes de fora da Terra são poucos, em relação às vastidões da galáxia e do universo, e os terráqueos ainda esperarão talvez milênios antes de fazerem o almejado contato, caso as pesquisas continuem e sejam intensificadas por um esforço sério e mundial.
Ou: os extraterrestres são tão distantes de nós social, política e intelectualmente que não seguem qualquer plano ético ou lógico, e seu plano verdadeiro seria impossível de ser deduzido por seu comportamento ou por seus objetivos relatados pelos que alegam os terem encontrado e com eles interagido, a despeito do que dizem aos que abduzem.
Qualquer argumentação em favor de uma terceira conclusão será bem vinda.