Internetês

Convivendo com o internetês

"Como tudo na vida, é preciso ter bom senso

e sabar a hora de usar as coisas"

Sylvia Bittencourt

Com o advento da tecnologia, surgir o internetês (um neologismo de:internet+ sufixo ês), que é o modo de se expressar virtualmente, principalmente, pelas diversas redes sociais de forma sintetizada (abreviações, émotions...) para agilizar a comunicação.

Esta forma de expressão é reflexo da nossa cultura, da globalização, da nessecidade do homem interagir de modo cada vez mais rápido. Hoje, com as várias redes sociais (Orkut, facebook, MSN, Twitter), quando nos conectamos, somos requisitados para conversa com muitas pessoas ao mesmo tempo. No início, quando não se domina estes códigos como (símbolos =D significa sorriso // = O é cara de surpreso... // abreviações: Tb = também // ak = aqui // td = tudo // pq = porque... // ausência de acentuação eh para é // reprodução da sonoridade como em não = naum) você não entende nada. Fica literalmente boiando. Então, começa a pedir tradução, porque de fato é um outro sistema lingüístico, a ler artigos online etc. Depois, com a prática, esta nova língua é aprendida e você, então, passa a usar inconscientemente a linguagem do mundo virtual.

Mas, além de dominá-la, é preciso saber utilizá-la. Não é em qualquer ambiente virtual que será usada. Isso deve ser esclarecido pelo professor desde as séries iniciais. Alguns professores têm se questionado se deve aceitar o seu emprego. A grande questão não é poder ou não poder. E sim em quem momento, para quem e onde devo utilizá-la. Ao nos enviar um e-mail (informativo, questionador, entrega de trabalho...), o aluno deve se expressar na norma culta. Já quando inicia uma conversa numa das diversas redes sociais, informalmente, ele não só pode como deve usar o internetês.

O que não é de bom tom é o emprego de palavrões, afinal, você é o professor.

Agora, se por ventura, o professor marcar um horário com a tuma, grupo de alunos para a elaboração de uma atividade, lógico, que, nesta situação, a norma vigente é a culta. Ele está usando um ambiente virtual como extensão da sala de aula. Atualmente, o corpo docente necessita incorporar o uso das múltiplas ferramentas e, por sua vez, a sociedade precisa acompanhar esta evolução. Se as instituições de ensino não se adequar a esta realidade e, por conseqüência, às novas necessidades do alunado, cada vez mais contribuirá para o seu desinteresse e afastamento. Afinal, o que há de atrativo? NADA!!! Muitos professores ainda agem como se ele fosse o único detentor de um determinado saber. Ainda acredita que o processo de construção do conhecimento se dá a partir de seu monólogo. Não instiga os alunos, pelo contrário, causa tédio neles.

Se o professor, sobretudo de Língua Portuguesa, não for consciente, quem será? Que tipo de formação é esta que discrimina o uso do digital? Como ativar os nativos digitais, se o virtual e toda a sua linguagem não é explorada? Com este início de ano letivo, precisamos rever urgentemente as nossas práticas. É fundamental, olhar para os nossos nativos digitais e ver o que lhes interessa e propor, a partir disso, atividades que contemplem o conteúdo programático.

Não vamos incorrer num erro de preconceito lingüístico. Isso pode ter conseqüências sérias como evasão escolar.

Professor, se você é um analfabeto digital, corra!!!! Torne-se logo um imigrante, pois a tendência é daqueles que não acompanharem a evolução, ficaem desempregados. As diversas instituições de ensino estão, aos poucos, adaptando seus espaços, adquirindo material digital e proporcionando capacitação para seu corpo docemte. Só assim você se tornaráum poliglota do seu próprio idioma.

Renabarcellos
Enviado por Renabarcellos em 13/02/2010
Código do texto: T2085506