EDUCAR: A DIFÍCIL TAREFA DE COMPREENDER E SER COMPREENDIDO

Quão interessante quando vivenciamos certas situações que se moldam como desafio e exige de tal forma um enfrentamento. Sem medo de ousar ao desvencilhar do medo colocamo-nos como instrumentos capazes de empreender esforços a todo e qualquer custo. Mas torna-se imperativo que nossas armas não aniquilem, sobretudo sirvam de estímulo ao que conhecemos a aprendemos com alguns de nossos antepassados: a arte do bom convívio.

É preciso distinguir o que represente uma “educação descompromissada” de uma “educação por excelência”. Aquele profissional que não planeja, dinamiza ou investe no seu conhecimento acaba se alienando e por completo. Perde o amor à causa e consequentemente esquece-se do outro.

Arredio o mesmo se volta contra o salário, a direção, os colegas de trabalho, a família e principalmente o "educando". O mundo exige, a sociedade inspira e a tecnologia requisita profissionais que sejam atores e não apenas espectadores deste processo globalizado e todavia multifacetado.

Os recursos de aprendizagem são infinitos e representam não apenas o labor didático e instrumentalizado que está à mercê do “mestre” na sua relação com seus “discípulos”, ou melhor, do professor com seus alunos, contudo na construção do senso crítico e, algo por demais eficiente nos dias atuais, onde o sujeito tem que ser obrigatoriamente proativo sem ser demasiadamente meticuloso.

Este se baseia no compromisso de cultuar a harmonia, cuja faceta por vezes apresenta-se inteiramente disforme. Perdoar é um ato de amor! Eis o mandamento bíblico: “Amar o próximo como a ti mesmo”. Jesus Cristo nos mostra o caminho: a perfeição exige aprimoramentos, este não obstante é fruto da dedicação contínua, eficaz e, sobretudo dinâmica.

Educar não é fato simplista ou sensacionalista! A sala de aula, a convivência professor X aluno, corpo discente e docente remete a cuidados diariamente. Não se manuseia seres humanos enquanto efetivamente presentes no mundo terreno. Ninguém gosta de ser manipulado, nem mesmo uma criança, que jamais deve ser tratada como objeto de apoio.

Não se deve iludi-la com propósitos de aprendizagem que não consista no culto a valores primordiais para a boa convivência. Em primeiro lugar deve-se conhecer e posteriormente conceber estilos pedagógicos. Não àqueles simplesmente baseados em teorias ou apenas isto, mas a prática inequívoca do quotidiano: a regra que conduz ao equilíbrio.

Construir diagnósticos capazes de dimensionar uma situação é fator preponderante para que a intervenção pedagógica seja procedida de maneira consciente. Educar não é ser solitário, ao contrário é solidarizar-se com o alheio. Conceber o inconcebível! Questionar o inquestionável! Permitir àquilo que nunca foi permitido! Valorizar os outros acima de tudo.

Três regras são pontuais para que a fundamentação da aprendizagem surta o efeito esperado e não retardado. A primeira e a mais importante: vocação; a segunda e não menos importante: comprometimento e a terceira e a meu ver imprescindível ao educador: valorização.

Valorizar não é desprender? Senão vejamos: qual o aluno que o professor deverá ser condescendente e atuar de forma sistemática na sua aprendizagem? O emblemático ou o problemático? Porque devo perder maior tempo com um bom aluno, se tenho nas mãos o resultado de dez ou mais e em pior situação?

Neste caso em tela, vale saber o momento certo de agir sem desprezar um instante, um segundo, um minuto, uma hora, dias ou meses. Não há pressa quando se busca a perfeição! Até porque não se trata apenas de auferir resultados por um período, mas indiscutivelmente de preparar o ser humano por toda uma vida.

Pirapora-MG, 12 de fevereiro de 2010.