Com o perdão da palavra

Se fosse obrigação do governo assumir as despesas do funeral de todo e qualquer cidadão, o país seria povoado de academias de malhação, e nas estradas haveria mais fiscalização, a saúde estaria em alta, os vícios gerenciados, e a nossa segurança assegurada.

Mas ainda somos peças descartáveis, que alias, a nossa decadência física ou moral rende melhores dividendos à nação, pois atrás de nossas fraquezas vive um mundo de parasitas, onde cada qual retira proveito das nossas desgraças, pois pouco importa a morte, o que se leva em conta são os motivos. E isto o próprio governo oferece, naquilo que ele não proíbe, na pena que não é aplicada, na lei que não é cumprida, nas estradas mal sinalizadas, nas propagandas de bebidas, e no trafico que não acaba.

Será este talvez um país do cada um por si? Não, nós somos comandados e influenciados a viver e agir de acordo com as leis, que por sinal parece mais uma maneira de nos provocar do que mesmo nos conscientizar, e muitas surgem em frases inocentes, mas um tanto quanto provocativas, se beber não dirija se dirigir não beba. Isto soa tão fraco que se traduzisse fosse às reais intenções, seria: vai besta, vai.

Mas numa tradução mais apurada, de quem conheceu a fundo e pesquisou a nossa mentalidade, ele, o próprio Freud diria: Com o perdão da palavra, foda-se.

DIASMONTE
Enviado por DIASMONTE em 10/02/2010
Reeditado em 11/02/2010
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