Classificação das Fobias
Classificação das Fobias
Em nossa pesquisa encontramos dois critérios para classificar as Fobias: um segundo o Objeto ou Tema da Fobia, estímulo das reações fóbicas; o outro, utilizado por Mira y López no livro “Quatro Gigantes da Alma”, classifica de acordo com o processo utilizado para mascarar ou ocultar a Fobia.
Vamos utilizar o segundo critério, por entendermos lógico e de acordo com a premissa de que a Fobia oculta e mascara o seu verdadeiro motivo.
De acordo com o processo inconsciente utilizado pelo fóbico, as Fobias poderiam ser classificadas em: Dissimuladoras; Substitutivas; e Expiatórias.
Dissimuladoras, quando a fobia é utilizada para dissimular o verdadeiro motivo, mas é conservado o objeto original: o objeto fóbico oculta o verdadeiro motivo do medo.
A eolofobia, medo insensato a correntes de vento de uma jovem, após análise assim foi desvendada:
a jovem tinha grande admirações e desejo por um vizinho cujas janelas dos quartos eram frontais;
o vizinho parecia não notá-la e sua imaginação criou forma de chamar-lhe atenção. Ficaria em trajes excessivamente íntimos e, quando percebesse a presença do rapaz na janela em frente simularia uma corrente de ar, que abriria a janela, expondo-a à admiração do rapaz;
entretanto, sua rígida educação familiar e religiosa impediu-a de realizar a cena;
o medo fóbico às correntes de ar ocultava o medo à rejeição associado ao medo de ser dominada pelos instintos.
Substitutivas, quando o agente é substituído, mas o fato ainda continua muito presente.
Militar considerado paladino da honra, da ética e da moral, passa a ter medo de sair de casa, na sua pequena cidade, pois pode ser lambido por um cão. Seu medo foi assim diagnosticado:
mudara-se para a vizinhança uma antiga amante do militar;
numa de suas caminhadas encontrou-se com ela e recordou os prazeres que lhe foram proporcionados com a língua da amante e ao mesmo tempo veio o sobressalto de que sua vida familiar , o prestígio social e , até, sua vida profissional poderiam ser abalados com a indiscrição, ou com outros interesses da antiga amante;
assim, o medo de sucumbir á língua da amante, foi substituído pelo medo de ser lambido por algum vira-lata da vizinhança.
Expiatória, quando a fobia é para fazer uma espécie de exorcismo por algo cometido e tido como “pecado”.
Jovem estudante de Medicina apavora-se ao pensar em perder o controle diante de objeto pontiagudo e de arrancar os olhos de quem estivesse mais próximo. Vive sempre com as mãos nos bolsos, tão apertadas até o ponto de sangrarem com suas unhas compridas, pois não as corta por medo das tesouras.
A análise demonstrou que quando tinha cinco anos, tentou introduzir o dedo indicador na vagina de sua irmã menor de três anos, com quem dormia na mesma cama. Ela despertou e, para impedir qualquer reação, tapou-lhe os olhos com as mãos.
Apesar de o fato nunca mais ter-se repetido, a tendência continuou reprimida e determinou este tipo de fobia expiatória, na qual se pune em busca de perdão.
Existe um caso especialíssimo de Fobia, na qual o Objeto ou Tema não é identificado. O sujeito não consegue detectar do que tem medo.
Síndrome de Pânico; Ataques de Pânico, ou Crises de Pânico é desordem emocional com os mesmos sintomas das Fobias, indicando que grande perigo invisível se aproxima.
Os acessos de angústia nesses casos são tão intensos, que dão ao sujeito, freqüentemente, a viva impressão de estar morrendo ou enlouquecendo.
Na verdade, a descrição do transtorno de pânico corresponde ao quadro clínico descrito por Freud há cem anos, sob o nome de Neurose de Angústia.
Complementa este artigo outros dois: “O Que é Fobia” e “Tratamento dos Fóbicos”.
“Medo” é tentativa em rimas, cheia de receios e medos, para cantá-las quando formos tentados a dissimular, substituir ou expiar nossos medos.
Fontes:
“Quatro Gigantes da Alma” – Emilio Mira y López;
Frederico Graeff – USP;
amban.org.br - Márcio Bernik e Fábio Corregieri;
gballone.sites.uol.com.br;
revista Veja;
revista CB Juris – Ano 1 – nº 2 – Junho 99 – Fernando Basile da Silva
Medo
A sabedoria “entrou no ar”:
a vida tem enredo!
Pequeno é o amor,
onde se espalha o medo.
Para a vida proteção,
como aviso do perigo.
Do homem, a imaginação
fez da Dádiva do Divino,
desordem da emoção,
que agiganta o pequenino.
Bailam suas máscaras
no carnaval da fuga:
prudência; tédio; modéstia;
timidez; vaidade; e mentira.
Desfilam suas fantasias
na passarela da agonia:
Pânico; terror; e fobias.
Basta! Aja e sorria.
Se crermos um dia
ser chispa do Divino,
o medo desapareceria
e a paz seria nosso destino;
o medo desapareceria
e o amor seria nosso destino.