Interatividade, tecnologia e campanha política
As novas tecnologias aliada aos meios de comunicação proporcionaram novas formas de ação entre os indivíduos, ampliando-se o conceito de interatividade. Nossa sociedade é cada vez mais digital e assistimos à uma revolução nas relações interpessoais. A interação mediada por computador, como define Primo (2007), adquiriu um grande espaço nessa sociedade: nunca se presenciou tão elevado número de usuários na internet, que acessam a sites, principalmente de relacionamentos e que interagem através de e-mail, MSN e chats.
Não há dúvida de que a interatividade é o diferencial nas questões que envolvem a internet. Não só porque a rede é um meio interativo por excelência, mas também pelo fato de que um determinado site que não explora interatividade certamente não alcançará seus objetivos na maioria das vezes. Isso porque o usuário está cansado de tudo aquilo que é estático; ele quer opinar, dizer o que pensa e interagir.
Conforme Primo (2007), interação é “ação entre” os participantes do encontro. Dessa forma, sites de campanha política, principalmente, devem utilizar recursos que possibilitem a interação entre as parte envolvidas no processo eleitoral, por conseguinte não surtirão um efeito satisfatório.
Exemplos de campanhas pela internet que fizeram sucesso nas últimas eleições, foi a de Barack Obama (EUA) e a de Fernando Gabeira (RJ). Ambos mobilizaram os eleitores, através de “pontos de encontro” em seus sites. Ao contrário deles, a maioria dos candidatos ignoraram os recursos interativos. Experiências inovadoras como a de Obama e Gabeira podem estimular as campanhas on-line, bem como despertar os demais a ampliar o uso de ferramentas digitais em seus sites políticos.
Além disso, há outra problemática que envolve as campanhas eleitorais via Web. Trata-se de campanhas “negativas”, que causam repercussão e que de certo modo influenciam a opinião dos eleitores (como foi o caso do vídeo postado no YouTube, parodiando um adversário de Márcio Lacerda, candidato à prefeitura de Belo Horizonte.
Assuntos como estes são de grande relevância na “sociedade em rede” em que vivemos, visto que estamos inseridos numa realidade complexa, onde as relações humanas cada vez mais são determinadas por processos tecnológicos e interativos.
Israel Pedro,
é ex-estudante de Comunicação Social pela UESC e atualmente é estudante de Direito pela UNEB.