ELIAS

ELIAS

Antônio Paiva Rodrigues

“No final de cada Yon Kipur, nas sinagogas ao redor do mundo, sete vezes os fiéis repetem O Eterno é Deus (Hashem Hu Haelokim). São as mesmas palavras usadas no Monte Carmelo por Israel, após ter testemunhado o profeta Elias trazer fogo do Céu para derrotar os sacerdotes da idolatria”.

Entidades fundamentais da natureza, partículas constituintes da matéria e das interações, não são objetos pontuais, mas pequenas cordas vibrando no espaço-tempo. Uma cruz em duas dimensões, ao dobrar-se, forma um cubo em três dimensões. Uma cruz no espaço tridimensional formaria um hipercubo em quarta dimensão. Logicamente sugeria uma indagação: de onde Elias trouxe fogo do Céu para derrotar os sacerdotes da idolatria? Teria sido da quinta dimensão? Deixo esta interrogação no ar, para quem quiser responder. Quando nos tornamos conscientes de nossa existência, a beleza do cosmo abala profundamente nossa mente.

E desde então, a preocupação humana com o problema de nossas origens é fonte de inspiração para música, arte e religião. Antes de pregar e de praticar o evangelho é preciso vivê-lo e encarná-lo. Só quem aprende a viver de Deus e com Deus pode viver para Deus de forma sadia. Frutos que permanecem vêm de vidas sistematicamente colocadas no altar de Deus. O ser antecede o fazer, mas o fazer autêntica o ser. Vida espiritual é a aventura constante na busca de maior cristificação, na encarnação do fruto do Espírito, o que vem ser a mesma coisa.

Uma figura ímpar e de muita importância para todos os exegetas foi sem sombras de dúvidas o profeta Elias. Teria sido João Batista a reencarnação de Elias? A Bíblia deixa transparecer que sim, em vários pontos do Antigo Testamento e do Novo. Elias, o Tishbite, ousado e passional, é um dos profetas de personalidade mais forte. Umas das figuras mais poéticas da cultura judaica.

Depois de Moisés, é o maior e o mais venerado entre os profetas. Eliyahu ha-Navi, como passou a ser chamado, é o profeta da redenção final do povo judeu, é ele quem, um dia irá segundo a tradição estar presente em cada circuncisão para testemunhar o cumprimento pelos filhos de Israel da Aliança Sagrada, anunciar a vinda do Messias.

A cada fim de shabat esta crença é repetida pedindo-lhe para vir com presteza, em nossos dias, junto com o Messias, filho de David, para redimir os judeus. Conhecido como o profeta da verdade e sua palavra era verdade. A palavra de Deus está em sua boca, está escrito na Torá. Sua palavra podia trazer ou parar a chuva.

Jesus afirmou que Elias já teria vindo, fizeram o que quiseram com ele, e ninguém os reconheceu. Um Espírito Puro como Jesus jamais faria uma afirmação vã e enganosa, ele afirmou que Elias já veio e na condição de filho de Deus, quem teria a ousadia de negar as suas palavras. A não ser que tudo inserido na Bíblia seja ilusório e enganador. Elias, todas as suas profecias se cumpriram inexoravelmente. Trouxe para a terra o fogo do céu. Ressuscitou um jovem. Dedicou sua vida ao Eterno lutando contra as incertezas e as incredulidades da época. As primeiras palavras do profeta na Torá são devastadoras.

O rei e a nação que o seguiu, afastando-se de Deus, serão punidas severamente, Eliahu declara: Viva o Eterno, Deus de Israel perante cuja face estará que nesses anos nem orvalho nem chuva haverá se não segundo a Minha palavra (Reis 1 17:1). Uma seca se abateria sobre o reino de Israel e duraria até o povo voltar ao Deus de Israel. Após estas palavras, Deus ordena ao profeta que fuja e se esconda perto do riacho de Kerit (identificado às vezes como Wadi Elias), a leste do Rio Jordão.

Surgem na minha mente à figura de Jeová, Javé e Iavé, o Deus dos judeus, rígido, cruel, sanguinário e que punia os faltosos com a pena de morte, os profetas Elias e Moisés parecem que assimilaram bem este dom do “Deus de Israel”, que nada mais é que um Espírito enviado pelo maior para simbolizar o livre-arbítrio (bem e mal). “O Deus” do Antigo Testamento denota a maldade para com o povo, quando manda Elias se refugiar em lugar seguro deixando os demais ao prazer do sofrimento e da angústia. Esse Deus não existe, este Deus não é o Pai Maior, por que o Pai não pode ter duas personalidades. O Deus do Novo Testamento é mais compassivo, bondoso, caridoso, compreensivo. Mandou ao orbe Jesus Cristo, todos os dois espíritos começados com a letra Jota, coincidência? Não. “Fez valer a Lei do livre-arbítrio com certeza”.

Quinhentos anos antes de Jesus, ele fez um esforço a mais, parou no alto do monte, olhos de visão aguda, esquadrinhava o vale aberto sob seus pés, em busca de algum movimento. Era Elias, o profeta respirando fundo. Vestido como pêlo de camelo, cinto de couro em torno dos rins, barba revolta pelo vento, pele curtida pelo sol ardente do deserto. Elias metia medo quando fitava nos olhos de qualquer um, como aconteceu a Abdias.

Acab afirmava que Elias era o agitador do povo, prontamente respondeu são vocês e toda corte do reinado. Jezabel estremeceu, contrariada, dizendo vocês mandaram matar os verdadeiros profetas do Senhor. Queria ele desafiar os seus deuses e seus sacerdotes para restabelecer a verdade. Referindo-se a Baal disse Elias, ninguém pode servir a dois senhores.

Depois de convencer o povo que seu Deus era verdadeiro, ordenou: tomem agora, todos esses falsos profetas, que por muito tempo os confundiram! Não deixem um só escapar! Façamos com ele a justiça necessária. Aqui se confirma o que se fala sobre a reencarnação de Elias. João disse a André, ele já existia antes de mim! Ele me é infinitamente superior e Dele sou meramente um servidor. Se; vim antes dele retrucou João, foi somente para que Ele fosse revelado em Israel, cumprindo-se as escrituras de todos os profetas da Antigüidade!

Jesus perguntou aos demais mensageiros de João; se vocês, em buscando João saíram a ver um profeta, eu lhes direi que o viram e que João é muito mais que um profeta, já que ele veio, antes de mim, para preparar o caminho dos corações que buscam a própria redenção. Uma longa pausa, o Senhor continuou, dizendo. Eu lhes digo que João é um Espírito de imensa grandeza. E, no entanto, o menor daqueles que está no reino de Deus, é maior que o próprio João.

Quando os soldados vieram buscar João para a execução chutaram-no, e Herodíades diz: por mim arranco-lhe os olhos com as próprias mãos. O precursor mantendo tranqüilidade e serenidade tornou a indagar: A quem você visita Herodíades? Arfando, envolvida nas sombras traiçoeiras do ódio, a rainha assegurou: Visito a Elias! João respondeu estremecendo. Você é Jezabel! Ela respondeu: sei que em vida anterior, fui à rainha Jezabel, sim! E volto daquele distante passado onde, mais uma vez, sofri com a sua perseguição, quando você era Elias, o profeta! Para satisfazer o seu padrasto que aniversariava e gostava de Salomé, Herodíades fez com que Salomé atraísse os atos libidinosos de Herodes, ele no afã do amor que mantinha por Salomé disse: peça tudo que quiseres que eu te dê. Então Salomé para satisfazer Herodíades pediu a cabeça de João Batista. Diante de tais fatos existe alguém de sã consciência que negue a existência da reencarnação.

ANTONIO PAIVA RODRIGUES - ESTUDANTE DE JORNALISMO

ACADÊMICO DE LETRAS DA ALOMERCE

OFICIAL SUPERIOR DA POLÍCIA MILITAR DO CEARÁ

Paivinhajornalista
Enviado por Paivinhajornalista em 01/08/2006
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