O risco do sucesso...
Mais vale o risco da perda...
Sempre ouvimos dizer que perder é ruim, que perder é complicado, é incômodo, na verdade ninguém gosta desse rótulo de perdedor, de derrotado. Desde pequenos somos aconselhados sobre o que se deve ou não fazer para que sejamos de fato vencedores, lideres, enfim pessoas de sucesso.
Somos criados sob esses dogmas, esses paradigmas, esse conceito de que em tudo na vida há que se entrar somente na certeza da vitória, muitos dos nossos jovens, nossas crianças e adolescentes podem estar sendo acovardados em suas decisões, justamente por causa disso.
E se não der certo? E se eu perder? E se tudo for diferente do que espero que seja?
Tenho pena dos jovens super protegidos, podados em seus sonhos, que deixam o lado empreendedor, o lado aventureiro, pelo simples medo do fracasso. Tenho pena das pessoas inseguras, que por medo da derrota, não arriscam, não se permitem tentar, se escondem, se omitem, deixam que as coisas permaneçam como estão, se acomodam, se mostram covardes diante de situações de risco.
Acredito que muitas invenções maravilhosas, muitos empreendimentos de sucesso, muitas empresas gigantescas, foram frutos de pessoas ousadas, de pessoas que não levaram em consideração o risco da derrota, mas sim acreditaram que poderia ser feito e fizeram. No mundo as pessoas se dividem entre as que arriscam, mesmo havendo a possibilidade do fracasso e as que se omitem, se escondem, buscam os mais variados artifícios para não tentarem, para não se lançarem em novos projetos, em novas situações, em novos e desconhecidos terrenos.
A linha tênue que divide o perdedor do vitorioso, o fracassado do vencedor é o risco, enquanto não se corra riscos, enquanto não se tenha atitude, nada pode ser feito, quem não corre riscos só vai onde outros já foram e isso num mundo competitivo e globalizado é pouco, muito pouco.
Ousar, inovar, reinventar, libertar-se das amarras do medo de tentar, é o grande desafio a ser encarado, é isso que precisamos ensinar às nossas crianças, é isso que precisamos provar aos nossos jovens, sob pena de presenciarmos num futuro muito próximo uma geração de homens e mulheres sem sonhos, sem objetivos, sem metas, inseguros.
É preciso que tenhamos em mente o valor de cada ato, até onde é seguro arriscar e até onde é possível se chegar sem que se arrependa posteriormente, mas acima de tudo é necessário que provemos que mais vale o risco de ter tentado, que a covardia da omissão tentando justificar a possibilidade do fracasso. Pensem nisso...
Adilson R. Peppes.