Terceira Idade

Chamou-nos a atenção, um artigo - “Por Uma Terceira Idade Ativa” de autoria de Lucien Sève, filósofo francês, publicado no nº 30, da revista Le Monde Diplomatique-Brasil, editada em nosso país pelo Instituto Polis.

Argumenta o articulista que, enquanto aumenta a expectativa de vida dos habitantes de cidades desenvolvidas, aumenta também a preocupação de seus governantes no que concerne à manutenção dos valores das aposentadorias

(inclua-se pois, o fator previdenciário, no caso brasileiro) e vai mais longe. Informa que lá na França, os quinquagenários são maltratados pela gestão de “recursos humanos” em nome da lucratividade.

Se na França, tido como país desenvolvido, isso acontece, o que dizer do Brasil com mais de 20 milhões de sexagenários? Vale a pergunta em função do sempre crescente maltrato aos idosos através da redução dos valores de suas aposentadorias.

Envelhecer, para os brasileiros, é um castigo, se depender da política social do governo que, por incompetência ou crueldade, tudo tem feito e faz para reduzir os proventos dos aposentados, mas...

Considerando que aqueles brasileiro(a)s com mais de 60 anos que contribuíram com a previdência social durante 35 anos ou mais e hoje sobrevivem com os parcos recursos de suas aposentadorias, podem testemunhar quão difícil se torna, equilibrar receita e despesa, haja vista que a cada ano, o governo prima por reduzir seus gastos com a previdência social, diminuindo o percentual de reajuste das aposentadorias em relação ao reajuste do salário mínimo. Isto é fato.

Como entre os milhões de aposentados do Brasil, grande parte deles é formada por pessoas com larga experiência profissional e vivencial, nada custa sugerir a criação de uma ONG (Organização Não Governamental) ou coisa que o valha, que em nível local, regional ou nacional, busque unir os milhões de aposentados pela Previdência Social para, através da junção dos diversos saberes, promoverem a transferência de seus conhecimentos profissionais para as novas gerações, através de cursos, oficinas, palestras etc., gerando com isso, uma fonte adicional de renda e, mais ainda, lutarem pela continuidade da cidadania, mesmo após a idade dita produtiva pelo sistema capitalista.

Como diz Lucien Sève: “É preciso, portanto, engajar-se de uma maneira pacífica, porém combativa, em uma verdadeira revolução sociobiográfica”, a fim de que envelheçamos bem e de modo saudável.

Rui Azevedo

E-mail: ruidif@hotmail,com

Rui Azevedo
Enviado por Rui Azevedo em 02/02/2010
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