CRÍTICA RESPONDIDA AO CASO DE EXCOMUNHÃO.ABORTO.

06/03/2009 21h35 - Rafael H. Hamerschimdt "A discussão que a igreja católica estabelece sobre as questões morais se dá em um outro nível em relação às opiniões do senso comum. Tal discussão abarca a dimensão do senso comum mas o transcende amplamente. Os elementos emocionais que fundamentam o pensamento ético ordinário são válidos e nobres, mas são parciais. A igreja enoja-se da postura canalha do padrasto que estuprou a criança inocente e se compadece do sofrimento e das marcas emocionais que inevitavelmente ficarão na vítima. E a Igreja sente tudo isso com uma intensidade e uma profundidade muito maior do que aqueles que apenas se orientam pela opinião corrente, pois a Fé nos prepara também para o amor sensível. Contudo, a Igreja, na sua profunda racionalidade e inabalável coerência, não permite que as emoções turvem a lucidez do julgamento. As emoções compõem o julgamento, mas não decidem autonomamente sobre a razão. A Igreja sabe que o estupro é mais repugnante para nossa cultura que o aborto, mas também sabe que isso absolutamente não quer dizer que este último seja menos grave moralmente que aquele. À Igreja pertence uma sabedoria transcultural e supracultural, um humanismo eterno que provoca perplexidade e espanto em cada época, de diversas formas, mas que também sempre oferece aos homens uma luz inesgotável. Portanto, é certamente verdadeiro que a Igreja é o passado, mas também se abre para o presente e o futuro sem corromper-se, ousando ser o que é, com a coragem de seguir a seu curso em plena tempestade."

Comentário de Rafael H. Hamerschimdt ao meu artigo Aborto de Gêmeos. Excomunhão. Direito Canônico, no Recanto das Letras.

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Que bom encontrar na internet pessoas de nível como você Rafael. É o que me motiva a freqüentar essa nova conquista da humanidade, o que farei em oportunidades como essa.

Veja Rafael, a Igreja foi feita pelo homem e por ele impulsionada. Cristo foi o maior humano que caminhou por esse planeta, tenho intimidade com sua história em vasta pesquisa que fiz, e tenho um livro editado sobre “A Inteligência do Cristo”, mas era o Filho de Deus feito homem, era humano como nós.

Cristo deu a Pedro, homem como nós, o legado de construir sua Igreja e Paulo de Tarso, também um humano, foi a viga mestra intelectual dessa mesma Igreja.

Portanto Rafael, a Igreja se destina ao homem, obviamente, e o direito de ordem natural, rege o direito positivo, AO QUAL NOS SUBMETEMOS, e traça as condutas humanas.

Fique registrada esta obviedade, que o direito é de ordem natural e que o direito cogente, A QUE ESTAMOS SUBMISSOS, que para nós vigora, como a Igreja, se dirigem ao homem em seu senso comum responsável.

“a Igreja, na sua profunda racionalidade e inabalável coerência, não permite que as emoções turvem a lucidez do julgamento.”, como sinaliza sua respeitável posição no comentário, não revela certeza em ciência logística, denominador de todas as outras ciências, mas hipótese, e hipótese, como gosto de realçar, é aquilo que não é, que seria, se fosse, em lógica.

Portanto, parte de mera conjectura apontar coerência onde a lógica colide com a lei, que na cadeia evolucionista tende para melhor, já que não falamos de mal, mas de um bem, a vida (da vítima) preservada que corria risco e afastaram-se expectativas de vida (fetos que não sobreviveriam) que ameaçavam a menor de somente nove anos, incapaz de levar a bom termo o fruto da violência.

Não há nenhuma emoção no ato abortivo sustentado em excludente de criminalidade, mas coerência, aplicação da exegese legal, clara, e aí sim, coerente, diante da gritante evidência dos fatos.

O julgamento está correto, sobreexcelentemente correto, ausente de emoção que o comprometa, claro, solar, visível a qualquer do povo, mesmo iletrado, e nunca turvo como afirmado, desnecessária mesmo intervenção judicial, como faculta a lei.

Sou católico praticante, consultor jurídico, magistrado do Estado do Rio de janeiro, tendo exercido o ministério de julgar por vários anos, IMPARCIALMENTE, como público e notório, e me enquadraria até no senso comum em outras avaliações, não no casuísmo angulado, apontando sim, incoerência, corporativismo e parcialidade nas penas do Código Canônico praticadas com os pedófilos, o que mesmo o senso comum, sem quaisquer especializações entenderia como injustificável, o que submete o papado a reiterados pedidos de desculpas públicas.

Bom de dizer que o arrependimento é valor de consciência em juízo intimista e não necessita de súplica por perdão senão perante a Deus, e estuprar é tão odiento como matar, mas não existe ação criminosa no exercício de direito de salvar a vida.

A persistir esse convencimento teríamos a célebre frase de político de São Paulo fazendo seguidores: "ESTUPRA MAS NÃO MATA".

Não vivemos ainda na volátil e pretendida eternidade que todos almejamos, estamos submetidos à lei dos homens que tem origem divina, tenhamos ou não senso comum de entendimento e compreensão, compreensão que precisa banhar um pouco mais, arejando, convencimentos reclusos em humanidade lógica.

Bastam boa vontade e caridade cristã.

Celso Panza
Enviado por Celso Panza em 30/01/2010
Reeditado em 30/01/2010
Código do texto: T2059705
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