Burburinho no Recanto das Letras

O alimento de um, pode ser o veneno de outros, segundo um ditado milenar. É, no mínimo, interessante notar que, apesar de vivermos em constante adequação de práticas sociais que a complexa sociedade nos impõe, muitos de nós se interessam apenas em viver e esquecem que precisam conviver. Isso incluí defender seu espaço e direito, mas nunca se esquecendo de também respeitar o do próximo.

Somos, por força da própria opção por viver em sociedade, compelidos ao confronto diário com gostos, hábitos, falares, escolhas e interesses que não são de nosso inteiro agrado. Nada mais previsível, quando se pensa que interagimos com um ilimitado número de pessoas completamente diferentes de nós a cada dia. O quanto aceitamos tudo aquilo que não nos agrada pessoalmente depende de quanto já aprendemos o árduo ofício da tolerância. A diversidade nos enriquece, pois nos abre portas a coisas e pessoas que, simplesmente por serem diferentes, nos ensinam a ver e viver a vida sob ângulos que não conseguiríamos descobrir sozinhos. Isso é crescer.

Não é o que se dá, me parece, com alguns eminentes Recantistas. Leio alguns textos de confrontos e insinuações meramente pessoais, que ao meu ver, vão de encontro (não ao encontro) o propósito de um site literário. Inclusive, uma das orientações constantes na política editorial aconselha que se evite discussões sem sentido. Pessoalmente, não me incluo entre os mais incomodados com essa prática pouco producente, - pra não dizer fútil -. Tampouco, tenho a pretensão de ser um moderador de assuntos publicados. Até porque vivemos e exercemos o direito da livre manifestação desde que não fira as Leis vigentes. Se algo me incomoda, ignoro. Caso venha precedido de ofensas; eu rebato. Mas, isso é um problema meu e, é preciso entender ou tentar, que para muitos a “felicidade plena” é a arte de poder viver sempre em conflito. Conflitos de toda ordem, mesmo sem motivação aparente e desprovidos de uma argumentação plausível. Já outras tantas, ficam inconformadas em ter que conviver com burburinhos sociais ou “poéticos”. São questões de posicionamento e de princípios.

Embora tenha opinião formada a respeito, não entro na discussão dos méritos, nem a maior ou menor relevância que os episódios supracitados possam ocasionar. Fato, é que o Foro não é o mais adequado para a exaltação de animosidades virtuais. Há que exercermos sempre dentro do possível, uma certa tolerância e compreensão para o bom andamento da interação que o meio disponibiliza. É exatamente nessas circunstâncias que podemos detectar o grau de flexibilidade de quem vive em sociedade. No instante em que certas normas são observadas com ética e bom senso, o ganho é de todos. O burburinho de alguns ecoa nos outros, mesmo que involuntariamente.

SerhumanoSER
Enviado por SerhumanoSER em 29/01/2010
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