UM DESAFIO CHAMADO CONVIVENCIA

Que grande desafio e para nos seres humanos, a arte de se relacionar com o outro.

Seja o outro o parente distante, o amigo, o conhecido, o desconhecido, ou parente proximo.

Creio que pra entendermos melhor essa dificuldade humana do bom convivio, algumas observacoes temos que fazer.

Somos seres unicos, nao existe outro como nos.

Podemos ser semelhantes a alguns, nos gostos, desejos, sonhos, porem, iguais jamais.

Mesmo do ponto de vista fisiologico, a ciencia ja nos alertou, que nao ha um so cerebro igual ao outro.

Outro ponto importante desse grande desafio que e conviver, creio seja, aprendermos a resolver a situacao de incompletude em nos mesmos. E nao imaginar que isso va se resolver por meio do outro.

Creio que o que ilustra bem esse quadro, seja o ideal do Principe Encantado, ou da Princesa, no caso dos casais.

Quando se joga toda a expectativa de nossa vida no outro, quando achamos que encontramos a nossa outra metade, ai mora o perigo.

Pois, nos nao somos uma metade, essa incompletude temporaria, nao pode ser preenchida pelo outro, pois ela faz parte de nos.

O outro nao e, e nem pode ser responsavel pela nossa felicidade, nosso progresso, ou nossa infelicidade ou fracasso.

Claro, o outro em nossa vida, tem papel de destaque, pode ser ponto de apoio, o companheiro de jornada.

E quantos assim o sao pra cada um de nos ??

Nos tambem, podemos ser tudo isso na vida de muitas pessoas que convivem conosco.

Mas, a diferenca esta exatamente ai.

Por vezes assistimos a nossa volta, pessoas que abdicam do ato de pensar e ser, para se entregarem ao comando da outra pessoa, com quem mantem algum tipo de relacionamento.

Por vezes o comando se torna tao ostensivo, que o que se deixou comandar, perde temporariamente sua identidade.

E certo que toda relacao, em que existe dominacao e concessoes exageradas caminha para o termino.

Existe algo importante, que deveriamos muito levar em conta em nossos relacionamentos, que e o grau de sintonia e afinidade que nos aproxima do outro ou repele.

Por exemplo, a simpatia reciproca, tem sempre a afinidade como fonte de ligacao.

Creio que cada dia mais nos seres humanos, estamos buscando nos aproximar de relacionamentos que nos possibilitem sermos inteiros.

Observo, que mais e mais pessoas, buscam encontrar nao "suas metades" mas sim seres inteiros.

Mas por hora bem o sei, estamos todos em teste, em aprendizado no que se refere a arte do convivio.

Um campo bastante minado tambem, e a convivencia entre pais e filhos.

ja vimos a humanidade passar por muitas fases distintas, nesse relacionamento complexo de pais e filhos.

Ja tivemos epocas de relacionamento totalmente autoritario, sem espaco algum pro dialogo respeitoso e util.

E tambem percebemos que havia necessidade de mudar, pra ganharmos em qualidade nessa relacao tao proxima e importante.

Pois bem, hoje vemos um relacionamento muito mais democratico, sem autoritarismo, com muito dialogo.

Porem, ainda assim, encontramos tantas lacunas, tantas queixas, tantos resultados insatisfatorio.

E ai, nos perguntamos:

- O que sera que houve ????

Sera que nao foi oportuna toda essa abertura, toda essa mudanca ??

De minha parte, creio que tudo que caminha pra um estado mais democratico, onde o dialogo e estimulado e tem valor, esta no caminho certo.

Creio que todo processo de mudanca, acarreta extremos, ate os ajustes finais, que trazem com ele o equilibrio necessario.

Foi uma transformacao e tanto, que ocorreu na convivencia entre pais e filhos, nessas ultimas tres ou quatro decadas.

Mas ela foi muito necessaria e bem vinda.

Os excessos decorrentes de nossa pouca habilidade em lidar com as mudancas, e que precisam ser revistos e aparados.

Enfim, creio que estamos sempre tentando aprender um pouco mais sobre a tao necessaria e incrivel arte chamada CONVIVENCIA.

E pra tanto, penso ser preciso que sejamos menos orgulhosos e mais fraternos.

Podemos nao deter ainda, todas as habilidades pra uma otima convivencia, com nosso semelhante.

Mas......ja sabemos muito bem, o que nos aproxima do outro ou nos afasta.

E todos nos, creio, busque um sorriso ao inves de uma carranca, um olhar de paz ao inves de um olhar duro, um gesto de solicitude ao inves de um gesto que fere, uma palavra amavel, em troca da que machuca.

Enfim quero dizer, que todos ja sabemos o que nos agrada e faz bem, nos faz sentir feliz e acolhido.

Portanto o nosso semelhante, tambem espera e precisa o mesmo de nos.

Lenapena
Enviado por Lenapena em 27/01/2010
Reeditado em 15/07/2011
Código do texto: T2054121