A LINGUAGEM UNIVERSAL DO AMOR...

Publiquei um poema outro dia (Porque Eu Te Compreendo...; clique em
http://www.recantodasletras.com.br/poesiasdedicatorias/194168, ), que, para minha satisfação, provocou muitos elogios dos amigos virtuais; fiquei feliz ao perceber a reação originada, muito provavelmente, numa comunhão - num reconhecimento, em comum, daquilo que é a essência de um sentimento vivido e expressado por um tipo de lingüagem universal: a famosa lingüagem do amor!

Um dos comentários dos colegas do Recanto despertou-me a atenção, ao alegar que alguém "tão boa e compreensiva" quanto a pessoa retratada naqueles versos só poderia existir mesmo num belo poema de amor como aquele. E respondi-lhe, mais ou menos nestes termos, que a linguagem do amor é aquela mesma; que o amor, é, assim, capaz das proezas sugeridas naqueles períodos curtos, rítmicos, que, na sua musicalidade e expressão, manifestavam, antes, retratos vivos da alma, e de um sublime estado íntimo de viver e de sentir, segundo se pretendia...

O amor, meus amigos, efetivamente, é dotado deste dom, que incluí, na sua maestria e sublimidade, amar, apesar da distância; amar, acima da retribuição na mesma medida; amar, dentro de um contexto de liberdade total do ser amado, sem a imposição de prisão ou de condições; amar o todo, nu e cru, do outro - com todas as suas nuances luminosas ou sombrias, todas as suas peculiaridades - amar, aliás, estas todas peculiaridades, sombrias ou não! Amar dos bastidores; amar a partir de uma posição de eminência parda; amar da distância angustiante do anonimato, ou da não correspondência, ou da má ou insuficiente correspondência!...

De tudo isso, creiam ou não, é capaz o verdadeiro amor - quase materno; situado a um passo do amor platônico...O amor cuja fonte mágica reside em si mesmo, na abundância despojada de um espírito disposto, acima e antes de tudo, a doar-se, a espraiar-se - pura e simplesmente - em ondas de luz, de afeto, de afago, de ternura e de remanso na direção do ser amado, assim como investem as águas cristalinas do mar sobre as areias mornas e silenciosas das desertas praias tropicais e paradisíacas...

Pelo prazer puro e simples de espraiar-se; de alegrar, de acalentar, de felicitar o outro; de embelezar-lhe o rosto com a luz radiosa de um sorriso repleto de orgulho e da certeza do bem querer de alguém que, nada mais nada menos, o ama incondicionalmente - exatamente como ele é...

Alguém há de argumentar que algumas dessas facêtas de amor são doentias e auto-destrutivas. Mas o amor real, meus amigos, não se trata do amor-posse: do falso amor, saturado de condições e de exigências para se ofertar! 

Então, se tratamos, acima e antes de tudo, do verdadeiro amor, não representam estas nuances auto-destruição, mas êxtase! E este êxtase, por estranho que pareça, implica em felicidade e dor; em gratidão plena e exaltada à existência em função deste amar puro e simples, e da existência do ser amado; mas, também, em dor com a dor do outro; necessidade com a necessidade do outro - saber vê-la: sentir em si a aflição, e agir a partir disso, no impulso espontâneo e cálido do reconforto em favor da recuperação do bem estar do outro; em felicidade com a felicidade do outro - por mais trívios sejam os motivos, as determinantes, por mais que, pessoalmente, o cerne daquela felicidade não nos diga respeito! Sorrir com o outro, naquele compasso de "o que é importante para você, é importante para mim!" - e, assim, celebrarem juntos, do fundo do coração!...; êxtase paradoxal, que consiste em olhar a fundo aqueles rudes defeitos - antes, diferenças, que os distingüem, e os definem como seres humanos únicos, e dizer, de toda a alma: "É assim mesmo, do jeito que você é, que eu te amo, porque é justo isso que eu amo em você!"...

Muito pegajoso, meus caros amigos? Muito utópico, platônico, surreal, irreal?! Seja...! Mas seja de dentro da esfera de julgamentos e palavras que, se bem refletirmos, no mais das vezes só existem confinados dentro de uma visão de vida condicionada segundo "o que deve ser" - mas não de acordo com o que, na vida real, à luz corriqueira do dia, de fato é!

Porque à luz do dia, meus queridos - de experiência, de observação, de coração e de vivência! - nada mais sublime! Nada mais comum do que isto, que vos descreveram as palavras acima!

Nada mais corriqueiro, por aí afora, do que se "morrer de amor"!

Falando nisso, aliás...
Com amor,
 
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Christina Nunes
Enviado por Christina Nunes em 30/07/2006
Reeditado em 26/09/2006
Código do texto: T205344
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