Deslizamento – não deixem de ler.

Em 1994, fui convidado pelo amigo e Prof. Dr. Antonio Teixeira Guerra a trabalhar em seu projeto de “Ruptura de agregados e formação de crosta em áreas tropicais”, na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro. (o caso de Petrópolis – R.J.)

A pesquisa consistia na perda da fertilidade do solo agrícola e sua compactação. Durante o desenvolvimento do trabalho propus ao Guerra a ampliação da pesquisa para as áreas de ocupação urbana, sendo aceita. Ampliamos a estação experimental instalada na Fazenda Marambaia, Petrópolis (R.J.), em Correias, Distrito de Cascatinha. Todo material recolhido uma vez por semana era levado para o laboratório da Universidade para análise.

O bom desenvolvimento da pesquisa me despertou o interesse pelo Mestrado em Geografia Física com o apoio e orientação do Guerra, para prosseguimento da pesquisa e de futuros trabalhos. Elaboramos o projeto e demos início às etapas.

Carta ao Coordenador do Programa-(trecho da carta). “O projeto de pesquisa que me proponho está relacionado à desagregação do solo e formação de crosta,objetivando o entendimento desses processos, através de análises das propriedades do solo, teor de agregação e resistência, principalmente pelo salpicamento, chegando a formação de crosta, devido ao rompimento e deslocamento das partículas desagregadas, diminuindo as taxas de infiltração, aumentando o escoamento superficial e suas consequências erosivas. Conhecendo a dinâmica desses processos, poderemos estabilizar a intensidade erosiva e elaborar possíveis medidas preventivas, protegendo o uso do solo e evitando catástrofes como as do Município de Petrópolis...”

A etapa seguinte foi uma prova englobando conteúdo específico e Inglês. Fui aprovado em todas as etapas, exceto em Inglês. Nunca concordei com tal procedimento por existirem profissionais para traduzirem textos (gerando emprego em um país que o índice de desemprego é altíssimo).

A pergunta é (I): “Se tivesse continuado os estudos, as pesquisas, publicando os resultados e as ditas autoridades colocando em prática, as calamidades que ocorrem em Angra dos Reis e em outras áreas do Brasil, teriam acontecido?”

Novamente me deparo com o “descaso” ao desenvolver minhas pesquisas e trabalhos na área da Sexualidade. É lamentável o descaso ao trabalho de sexualidade em uma área tão crucial do ser, onde o entendimento físico, psíquico, mental e moral, sejam inibidos por cegas suposições limitadas.

Venho desenvolvendo pesquisa desde 2002 e trabalhando com meus alunos de Rede Pública do Estado do Rio de Janeiro, várias temáticas.Uma delas – Anseios e medos da Puberdade, que apresentei no Primeiro Congresso Brasileiro de Sexualidade em Araraquara, S.P.(2008), sendo o único Professor da Rede Estadual do Rio de Janeiro no congresso.

As Escolas, a Coordenadoria, a Secretaria de Educação não aproveitam nosso conhecimento e principalmente nossa experiência nesta área. É uma negligência profunda na qual o tempo mais uma vez confirmará. Enquanto isso o número de crianças e adolescentes sofrem: abuso sexual (toda hora na mídia), morrem, matam, enlouquecem, engravidam, tudo contribuindo com o desequilíbrio emocional, afetando diretamente seu comportamento no tempo atual e futuro. O que esperam estas pessoas, que aconteça com um de seus filhos?

Algumas das pessoas envolvidas querem diminuir o meu trabalho afirmando ser eu apenas um Professor de Geografia. No Brasil, não existe curso de graduação em sexualidade. Existe algumas Faculdades com pós graduação. Portugal e Espanha que estão na nossa frente na área de sexualidade, também não têm curso de graduação em sexualidade. O que existe são disciplinas ligadas a sexualidade em cursos de Pedagogia.

A descoberta de conhecimentos específicos e a experiência individual podem parecer andar juntas mas a última é o alicerce, a fundação, a pré-condição da primeira. A experiência científica oferece uma bagagem maior do que podem supor os diplomados.

Essas resistências estão longe de minar minha contribuição na área da Sexualidade, demonstram ao contrário , a potencialidade do trabalho ao qual é merecedor de uma análise por quem é de direito.

“A verdade é senhora de si: convence e não persegue, porque não precisa perseguir.

A vaidade, o orgulho: perseguem por não acreditarem em si.”

A pergunta é (II): “Até quando essas pessoas e a sociedade ficarão de olhos atados neste momento de transição de valores, onde o estudo da Sexualidade é fundamental ao equilíbrio do ser?”

“Exigir em sua escola e na escola de seus filhos, o Estudo de Sexualidade, é seu direito.”

Rosevel Rodrigues Pereira

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Contato: profrosevel@hotmail.com

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Rosevel
Enviado por Rosevel em 25/01/2010
Reeditado em 16/02/2013
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