PROPOSTA METODOLOGICA PARA O ENSINO DE HISTORIA DA AFRICA
PROPOSTA METODOLOGICA PARA O ENSINO DE HISTÓRIA DA AFRICA NA EDUCAÇÃO BÁSICA (ENSINO FUNDAMENTAL MAIOR)
Profa. Telma Bonifacio dos Santos Reinaldo
1 Justificativa
Atualmente o sistema de ensino brasileiro, vem passando por processos de mudanças estruturais e conceituais, mediante as exigências sociais, que anseiam por uma educação com resultados práticos no cotidiano, que instrua para a diversidade e a autonomia de reconstrução de conhecimentos e saberes no processo constante de “aprender aprender”. A pressão dos movimentos sociais, de entidades não-governamentais atuou de forma decisiva para os debates e implementação de políticas que promovam a superação das desigualdades entre as diversas áreas de conhecimento, cuja freqüência é evidenciada na exaltação de um saber em detrimento de outro.
O interesse pela proposta ora exposta emana de inquietações, observações e a aplicação de pesquisa com professores e alunos em diversas escolas (municipais e estaduais) do Ensino Fundamental do estado do Maranhão, na qual se constatou que 80% dos docentes pesquisados desconhecem a Lei 10.639/03 e por conseqüência não abordam a temática em sala de aula. Porém, os inquiridos (professores e alunos) consideram importante a inserção de História Afro-brasileira nos currículos escolares.
No entanto, apontam causas visíveis e compreensíveis para carência comprovada em pesquisa, tais como o desconhecimento total ou parcial da lei, o engavetamento da mesma pelos gestores das escolas e a falta de divulgação e discussão dos conteúdos no ambiente escolar. Circunstancialmente quarenta pessoas das cinqüenta do GP (grupo pesquisado) relataram a ausência e a omissão de estado e município de São Luis, na promoção de atividades, estudos e plenárias que contemple a questão étnico-racial para a formação de educadores, contribuindo para perpetuação de práticas educativas preconceituosas.
Vislumbrando a necessidade de incorporar a Lei nº 10.639/03 nos currículos das escolas, do ensino fundamental, construímos uma proposta fundamentada nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s, 2000), que contemple especificamente o Ensino Fundamental Maior a partir da eminente aspiração de reavaliação, discussão e reafirmação da imagem (positiva) da África e dos afrodescendentes em livros didáticos e da historicidade do continente africano, que ao longo da historiografia brasileira foi recontada de forma deturpada, preconceituosa e em pouquíssimas paginas, a partir da incidência do sistema escravista.
Para propiciar uma educação a serviço da diversidade étnica e da pluralidade cultural é necessário quebrar o ciclo da exclusão educacional, dessa forma sugerimos objetivos, conteúdos, metodologias, recursos, avaliação e referências bibliográficas focando a equidade étnica racial nos estabelecimentos de ensino. Almejamos que tais proposições sirvam para facilitar o trabalho de professores e alunos em sala de aula, contribua para equilibrar a desigualdade entre os saberes escolares e a realidade social brasileira e que sirva como interlocução entre os educandos e a sociedade na luta contra injustiças sociais.
A primeira vista a proposta lança-se, como modelo padronizado, pronto, acabado e imposto, mas também como instrumentalização e técnicas passíveis de aperfeiçoamento, enriquecido com experiências cotidianas e práticas aplicadas que contemple a temática em estudo.
A obrigatoriedade do estudo de História Afro-brasileira é resultante de embates e iniciativas de diversos movimentos em diferentes partes do país, assegurada pela Lei de Diretrizes e Bases (LDB), e deve ser entendida sob dois prismas próximos, porém permeados de peculiaridades intrínsecas. A História da África concebida enquanto Continente; berço da humanidade, marcado por reinos, civilizações e organizações políticas que datam de um período anterior à colonização, neste contexto, são agregados plausivelmente as guerras nacionais (reino contra reino), o mercantilismo e mais especificamente a escravidão pré-colonial que consistia na captura, aprisionamento e servidão para pagamentos de dividas. O tráfico negreiro como entendemos hoje é produto do século XV até o século XIX, onde se efetiva as invasões portuguesas, francesas, inglesas entre outras nações para a maior comercialização e exploração humana da História.
O legado africano está presente no Brasil e se manifesta na dança, no gestual, na religiosidade, nos hábitos alimentares e na forma de ver a vida. A História Afro-brasileira é resultado dessa fusão cultural que transcende as estruturas físicas e se enraíza na alma dos afro-brasileiros. No entanto, a História Afro-brasileira deve ser explicitada sob a ótica dos escravizados, dos movimentos de resistência, a não passividade diante do sistema escravista, o mapeamento de territórios e comunidades negras rurais e urbanas, as contribuições e valorização do trabalho negro para o Brasil. Nessa perspectiva buscamos a ressignificação (positiva) dos afro-descendentes na educação e sociedade brasileira.
Somente o conhecimento da história da África e do negro poderá contribuir para se desfazer os preconceitos e estereótipos ligados ao segmento afro-brasileiro, além de contribuir para o resgate da auto-estima de milhares de crianças e jovens que se vêem marginalizados por uma escola de padrões eurocêntricos, que nega a pluralidade étnico-cultural de nossa formação. (FERNANDES, 2005, p. 382).
Tais pressupostos ressaltam a necessidade de pregar e difundir de forma integrada à História Afro-brasileira, que prioriza a valorização de uma educação patrimonial, elenca os desdobramentos e as relações sociais a partir da visão dos vencidos, elaborado pela lógica da diversidade étnico-racial que permite combater o preconceito e possibilita ao povo negro sentir orgulho de pertencer a matriz africana. Nesse contexto, professores e alunos possuem papéis determinantes, ambos são responsáveis pela construção e difusão desse novo paradigma que prima pela democratização dos saberes e pela valorização da comunidade negra brasileira.
2 Objetivos Gerais
Expomos a seguir os seguintes objetivos gerais para o ensino de História Afro-brasileira em consonância com os PCN’s:
• Entender que a sociedade é formada por pessoas que pertencem a grupos étnicos distintos, que possuem cultura e história própria, igualmente valiosa e que em conjunto constroem a nação brasileira;
• Conhecer e valorizar a História dos povos africanos e afro-descendentes para construção de saberes ante-preconceituosos;
• Desconstruir idéias, conceitos e comportamentos vinculados ao racismo, branqueamento e ao mito da democracia racial;
• Buscar informações e subsídios para formulação de ações respeitosas;
• Assegurar o processo de afirmação de identidade, de historicidade negada ou distorcida;
• Romper com imagens negativas forjadas por diferentes meios de comunicação contra negros;
• Valorizar a oralidade, memória, dança, cores, ritmos, canções, traduções e crenças religiosas afro-brasileiras, visando a preservação e difusão;
• Assegurar o desenvolvimento dos alunos negros e de cultura afro-brasileira na escola e estabelecer intercâmbio de grupos e movimentos negros no ambiente escolar;
• Traçar e desenvolver projetos políticos pedagógicos que contemple a diversidade étnico-racial.
3 Conteúdos Curriculares (5º ANO)
Os conteúdos abaixo relacionados são oriundos das Diretrizes Curriculares Nacionais, Manuais de Orientações e Ações para a Educação das Relações étnico-raciais e Políticas de promoção da igualdade racial na educação. Os temas hora expostos estão agrupados de acordo com suas disposições curriculares, complexidade e relevância para cada série mesclada de conteúdos para História Afro-brasileira e História africana, oportunizando aos educandos um contato mais integrado entre essas duas historiografias que emanam de fontes culturais tão próximas. Exploremos os conteúdos programáticos:
1. África: berço da humanidade
• Povoamento do continente africano (80.000 a 100.000 anos a. C.)
• Povos livres, coletores e caçadores
• Criação de animais, alimentação e comercialização
• Inovações e desenvolvimento agrícola
2. Periodização africana
• Antiguidade Próxima (10.000 a.C. a 5.000 a.C.)
• Antiguidade Clássica (5.000 a.C. a 200 d. C.)
• Antiguidade Neoclássica (200 a 1.500)
• Período Ressurgente (1.500 a 1870)
• Período Colonial (1870 a 1960)
• Período Contemporâneo (a partir de 1960)
3. Sociedade africana pré-colonial
• Povos sem História?
• Estrutura e organização social
• A vida nos reinos, impérios e clãs africanos
• Anciãos e gritos: guardiões da memória histórica
4 Conteúdos Curriculares (6º ANO)
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE HISTÓRIA AFRO-BRASILEIRA
4. Construção do conceito de História Afro-brasileira
• Abordagem do tempo histórico, fontes e diversidades documentais
• Diferença e semelhanças entre História da África e História Afro-brasileira
• Matriz africana recriada em terras brasileiras
• Vestígios da África no Brasil
• Contribuição do negro para formação da economia brasileira
5. Um olhar contemporâneo
• Realidade socioeconômica da população após a escravidão
• Espaços ocupados pela população no período pós-abolição
• Causas e conseqüências da ocupação negra nos espaços urbanos
• As relações sociais de trabalho livre
6. Hierarquização das “raças”
• Luta e resistência dos africanos e seus descendentes
• Uma visão de mundo negra
• Processo histórico de exclusão dos afro-descendentes
• Revitalização e construção de identidade negra
• Definição de termos e conceitos
• Identidade negra
7. Diversidade étnico-racial: respeito às diferenças
• Origens, causas e forma de intolerância racial
• Em busca da igualdade racial
• Enfrentamento do racismo e das desigualdades étnicas
• Componentes antidiscriminatórios
• Ressignificação da imagem negra
8. Preservando as tradições culturais
• Construção da cultura nacional a partir da diversidade
• Contribuição negra: política, intelectual e artística
• A influência africana na Língua Portuguesa
5 Conteúdos Curriculares (7ºANO)
1. Relações sociais de trabalho
• Escravidão antiga na África
• Invasões, conquistas e domínio do Continente africano
• Exploração, comercialização e tráfico negreiro
• Perseguição e cobiça
2. Século XX: embranquecimento da História africana
• Refiguração política e reconstrução cultural
• Concepção de “raça”, etnia, racismo
3. África branca e África negra
• Ações em prol da união dos povos africanos
• Relações sociais de poder
• Diáspora
• Dispersão dos africanos pelo mundo
• Segregação racial
4. História Afro-brasileira: origem e trajetória dos quilombos
• Forma de organização negra no Brasil
• Histórico dos quilombos brasileiros
• A vida nos quilombos
5. As relações sociais de produção, trabalho e poder
• O quilombo dos Palmares
• Zumbi: composição de força comunitária e liderança
6 Conteúdos Curriculares (8º e 9º ANO)
6. Espaço de sobrevivência e resistência
• Combate ao sistema escravista
• Rebeliões escravas por liberdade
• “Redutos de escravos fugidos”
7. Desagregação de agrupamentos negros rurais
• Os remanescentes quilombolas
• Identidade preservada
8. Legitimidade de comunidades negras rurais
• Mapeamento de Terras de preto e Mocambos
• Legado cultural dos quilombos
• Diversidade e confronto étnico-racial
• Um povo religioso
9. Formação de bairros, municípios e localidades a partir dos quilombos
• Associações, movimentos, grupos e centros de cultura negra
• Construção da consciência negra
10. Historicidade e evolução: datas significativas afro-brasileira
• Dia Internacional pela eliminação da discriminação racial (21 de março)
• Dia Nacional de luta contra o racismo (13 de maio)
• Dia Nacional da consciência negra (20 de novembro)
11. Recortes étnicos: atuação de negros em frente às lutas sociais e culturais
• Negro Cosme, Aleijadinho, Padre Maurício, Luiz Gama, Cruz e Sousa, João Cândido, André Rebouças, Teodoro Sampaio, José Correia Leite, Solano Trindade, Antonieta de Barros, Abdias do Nascimento, Tia Ciata, Francisco de Paula Brito, Juliano Moreira, entre outros.
7 Orientações Metodológicas (5º ao 9º ANO)
A presente proposta sugere metodologias e estratégias para auxiliar e nortear os estudos de História Afro-brasileira, sob a perspectiva de problematizar, valorizar e democratizar o ensino e os saberes. A nova nomenclatura possibilita aos docentes e discentes uma compreensão mais próxima de nossa matriz étnica africana, desprovida de preconceitos e idéias racistas acerca dos afrodescendentes. Cabe-nos enquanto formadores de opiniões focalizar discussões que garantam a identidade e historicidade negada ou distorcida dos negros na contemporaneidade. Os métodos utilizados respaldam-se na indução, observação, comparação e na pesquisa (bibliográfica e de campo), cujos passos são: identificação de problemas, levantamento de dados, confronto de idéias e concepções que culminam com elaboração e desenvolvimento de projetos na escola.
Assegurar estas proposições é fundamentalmente dever da escola, em consonância com a família e a comunidade. Pois, partindo do preâmbulo que a sociedade constitui-se de indivíduos que pertencem a grupos étnicos distintos que possuem cultura e história diversificadas, mas igualmente valiosas que ao se juntarem materializam a nação brasileira.
Partindo desses pressupostos, as unidades curriculares contemplam essa diversidade étnica que deve ser conhecida e aplicada nos centros de ensino, para subsidiar e combater ações hostis, comportamentos vinculados ao racismo e a favorecer o intercâmbio da cultura afro-brasileira nas instituições escolares.
Cada aluno desenvolve uma auto-imagem de estudante mais positiva ou negativa, construída nas relações que experimentou nos anos anteriores de escolarização. Cada professor influencia essa auto-imagem com o tipo de relação que estabelece e na forma como vê o seu aluno, projetando diferentes expectativas sobre cada um deles. (PCN, 1998, p. 126).
No que se refere aos Parâmetros Curriculares Nacionais, a relação professor x aluno é vital no processo ensino-aprendizagem, pois fortalece e influencia o educando ao longo da vida, mas tal interferência revela-se contrária e transmitem padrões e atitudes pejorativas acerca da diversidade étnica, impedindo a promoção de relações respeitosas e igualitária no ambiente escolar, configurando-se em comunicação não-verbal, expressões corporais, indiferença e o silêncio do preconceito racial em sala de aula, esses gestos situam o estudante (negro), diante do racismo velado, camuflado e latente que impedem a projeção e a ascendência socioeconômica dos afrodescendentes. Aliado a esse paradigma se encontra xingamentos, dos “colegas” de turma, na iminência de manter a ideologia da inferiorização dos descendentes africanos. Que seja consciente ou inconscientemente, os docentes possibilitam a permanência das práticas racistas em sala de aula.
Desse modo, sugerimos estratégias para abordagem da História Afro-brasileira, listando recursos e bibliografia direcionada a temática em estudo. No entanto esta poderá ser ampliada, reajustada e acrescida de acordo com a exigência e necessidade de cada estabelecimento de ensino.
Na etapa inicial formulam-se conceitos, problematizações, análise, discussões e elaboração de síntese de acordo com a diversidade étnico-racial em conexão com o aluno e a matriz africana, dialogando sobre a revitalização da auto-estima, consciência e ressignificação positiva da imagem e identidade negra, manifestações culturais. Partindo de elementos essenciais pertinentes ao estudo da História: tempo e fato histórico, espaço e fontes de pesquisas, associado às relações de poder, trabalho e cultura em diferentes momentos da História Afro-brasileira.
Propomos a formulação de idéias e concepções a partir do tema a ser abordado, sem o uso de respostas prontas e acabadas que culmina com “decoreba” e mera decodificação de dados e frases. Mas, sugerimos aos docentes possibilidades aos educandos para construírem conceitos acerca de sua própria história através do desenvolvimento de habilidades e competência, instrumentalizando-os para serem co-autores do processo ensino-aprendizagem. Assim, temos:
• Estudos e confecção de dicionário contendo palavras de origem africana que são comuns em nosso vocabulário;
• Recontar os mitos africanos, dando outra visão de mundo;
• Construção de gráficos mediante pesquisa e análise;
• Apresentação e narração de objetos antigos que possui relevância na cultura afro-brasileira;
• Painéis, murais de conceito e palavras-chave sobre a temática.
Outro ponto a considerar é o período pós-escravidão, à luta e resistência dos negros, o processo de exclusão social da população afro-descendente, as contribuições, situação socioeconômico, o surgimento de componentes discriminatórios na sociedade brasileira, manifestações contemporânea de racismo e discriminação étnica, as origens, causas e formas de intolerância, definição e discussão de terminologias presente na sociedade. Durante abordagem e desenvolvimento desses temas deve-se valorizar e integrar a participação negra na construção do país positivamente desprovido de estereótipos, analisando e contextualizando o funcionamento das atividades em sala de aula sem causar constrangimento aos alunos.
Levantar questionamento, sempre valorizando os conhecimentos prévios do aluno, estabelecer intercâmbio entre a História e as demais disciplinas, como conteúdo interdisciplinar, objetivando uma área de maior alcance de conteúdos significativos, proporcionando um amplo campo de pesquisa e reflexões presente na redefinição da questão étnica e social brasileira. É importante enfocar que as relações e discussões a despeito da controvérsia racial, que se manifesta isoladamente, portanto, o aluno deve ser capaz de percebê-lo de forma globalizada e nas atitudes cotidianas representadas nos meios de comunicação de massa.
Listamos as seguintes situações didáticas:
• Contextualização sócio-cultural, situar os fatos históricos em momentos anteriores, centralizando as manifestações sociais e suas significações;
• Investigação e compreensão, atuar no sentido da reconstrução da memória social agindo a partir da investigação e pesquisa por meio de enquetes, entrevistas, relatos orais, aplicação de questionário, produção de documentários (audiovisuais), mediante a coleta de informações, sugerimos o tema “Lugares de Memória”;
• Representação e comunicação, a partir dos questionamentos colhidos pelo professor, é possível produzir textos com as respostas verbalizadas pelos alunos, estimulando a escrita e a comunicação oral, criticando e analisando as produções estereotipadas no negro;
• Desenvolvimento de atividades com fontes diversificadas (jornais, revistas, Internet, objetos, filme documentários, fotografias, entre outros), que materialize o tema em discussão.
No 6º ano do Ensino Fundamental, deverá ser abordado o registro da História não contada dos negros brasileiros, como o processo de formação dos quilombos, a ressemantização do termo quilombo, os remanescentes e territórios negros urbanos e rurais, as relações sociais de poder e trabalho e as contribuições para construção de comunidades, bairros, povoados, municípios, regiões, o legado cultural dos quilombos.
A proposta para essa dinâmica de conteúdos requer verbalização, informação e opiniões que os alunos já possuem sobre tema selecionando em primeira instante quais poderiam enriquecer os debates, persistir na elaboração de seus próprios conceitos. Que possa ser trabalhada a historicidade dos quilombos sob a perspectiva de grandes territórios étnicos de sobrevivência, com ênfase na autonomia produtiva e resistência ao sistema escravista, focando a dívida histórica da nação brasileira com as comunidades negras rurais, que buscam reconhecimento de seus territórios junto às autoridades nacionais. Desse modo sugerimos:
• Estudo do meio, promover visitas e pesquisa de campo em territórios e localidades que tenham sido produzidos a partir da participação negra (centro da cidade, igrejas, terreiros de matriz africana, bairros, favelas, museus, comunidades quilombolas, monumentos, entre outros);
• Proponha que os estudos realizados se concretizem em produções de textos, montagem de mural, álbum de fotos com registro e informações essenciais, maquetes e formas lúdicas de transmitir o conhecimento assimilado durante a visita;
• Histórico da comunidade, confecção de contos privilegiando a história da comunidade, visa a valorização dos grupos étnico-raciais que a compõem, exercita o fortalecimento na escrita e ao mesmo tempo em que estimula a oralidade.
O redimensionamento das práticas educativas possibilitará que o educando se posicione e formule opiniões críticas com fundamentação teórica acerca da História Afro-brasileira, proporcionando a construção e combate ao racismo e a incorporação de componentes ante discriminatório. No desenvolvimento das relações culturais, propomos conversa informal, depoimentos verbais, perguntas escritas e orais sobre celebrações e danças, como congadas, Moçambique, maracatus, tambores de crioula, capoeira, rodas de sambas, etc.
Aconselha-se em principio um levantamento bibliográfico para reconhecimento de algumas terminologias. Assinalar a importância dos movimentos, grupos e centros de cultura negra que militam na elaboração de movimentos que influenciam de forma coercitiva para aprovação de políticas afirmativas que contemple os afrodescendentes. Desenvolver projetos políticos pedagógicos para abordar as datas significativas para os negros de acordo com cada localidade e região, inserir recortes étnicos (atuação de negros em diferentes áreas e profissões) para culminância do projeto.
• A ilustração, através de charges para criticar situações cotidianas do ambiente escolar (discriminação, racismo, entre outros);
• Demonstração e apresentação de júri simulado para debater a imagem negra representada nas novelas, comerciais, outdoor e programas de televisão, estimular a discussão sobre a legislação que pune o racismo e as formas de discriminação e a implementação de ações afirmativas;
• Aplicação de questionários para mensurar situações de racismo e preconceito na escola;
• Encenação de textos que centralizam a questão étnica, seguida de debates sobre a temática retratada.
Durante esta etapa de aprendizagem, priorizaremos no (5º e 6º ano) a introdução da História da África sem associar inicialmente, o Continente a imagens depreciativas (fome, miséria, reduto de transmissão da AIDS e embates étnicos) à dimensão africana requer dos educadores que apresentemos a África como berço da humanidade, as tecnologias de agricultura, mineração, as edificações, as organizações sociais e a história da ancestralidade religiosa africana com a ausência de mito, demonizações e preconceito. O incentivo à pesquisa sugerido pelos próprios alunos, mediante estereótipos cristalizados no imaginário popular, sobre a África e os afrodescendentes. Cabe-nos relacionar esses conteúdos com fatos, situações reais ou fictícias, situando-os diante da problemática maior.
É relevante usarmos textos, capítulos de livros paradidáticos e chamar atenção para imagens lendárias dos negros nos materiais didáticos, questionar como se sentem, quais sentimentos afloram com intensidade, analisar criticamente as referências que temos da África e dos africanos, quais características do povo negro são repassadas para a escola. Mediante as respostas apresentadas (orais, escrita ou artística), formulamos em consonância com as Diretrizes Curriculares Nacionais e a lei 10.639/03, novos paradigmas sob uma perspectiva positiva nos tópicos pertinente à discussão. Neste estágio o professor deve:
• Estimular a oralidade;
• Tempestade mental; dado o tema os alunos dizem o que lhes vêem à cabeça, sem preocupação de censurar as idéias, estas são anotadas em cartões fixados no quadro, faz-se à seleção do que for relevante para prosseguir a aula;
• Investigação e solução de problemas; deverá conter os seguintes elementos: colocação de problemas, coleta de dados, identificação de possíveis soluções, esse procedimento pode ser aplicado no decorrer da aula (em grupo ou individualmente), incentiva e favorece a capacidade criadora de resolução de problemas que afetam a vida coletiva e estimulam uma postura crítica perante os fatos sociais;
• Estudos dirigidos, as orientações devem conter instruções claras, questões ou perguntas com enunciados precisos de preferência deve ser escrito (digitado);
• Ficha didática, cada tema estudado recebe uma numeração de acordo com a seqüência do programa, os alunos devem preencher a ficha (vide anexo) com data, nome e número do conteúdo e a atividade desenvolvida durante a aula, no final de cada mês, o aluno realizará uma avaliação global de seu trabalho, o qual terão acesso tanto o professor quanto seus pais, sendo uma motivação para o rendimento.
Nesta fase, abordamos a sociedade africana pré-colonial e periodização (antiga e moderna), a formação de diáspora pelo mundo, o embranquecimento da História do Continente e a União africana, dessa forma podemos correlacionar tal processo como a inconstância e incoerência de estudos que apontam a África como “povos sem história”. Dar-se-á nova visibilidade apresentando-os como indivíduos livres, coletores, caçadores, provedores de sua própria vida.
É importante debatermos a dinâmica de organização interna dos reinos, impérios, sua autonomia e gerenciamento dos grupos existentes no Continente. As estratégias aplicadas encaminham-se para solução de fontes e informações diversificadas que contemple a equidade “racial” e democratização dos saberes. Para tanto, sugerimos o uso de diferentes linguagens (verbal, artística, corporal e matemática), como instrumento de expressão interdisciplinar. Na dinâmica das atividades, propõem-se:
• Grupo de Verbalização – Grupo de Observação (GV - GO), uma parte (sorteio) da classe forma um círculo central (GV) para discutir um tema, enquanto as demais formam um círculo em volta (GO), este deve analisar e está atento a argumentação e conceitos aplicados durante o debate, a cooperação e participação durante a discussão. Depois os grupos são trocados na mesma ou em outra aula;
• Seminário, os temas são distribuídos mediante sorteio, os alunos formam grupos e estudam o conteúdo em modalidade diversificada (aula expositiva, dramatizações, programas de TV e documentário), a critério da turma;
• Redescobrindo espaços, o professor utiliza o mapa (da África) ou ilustrações grandes que remontam o território em estudo. Fichas ou legendas feitas com chamex ou cartolina com referências positivas e negativas acerca da região em questão. A princípio, o professor indica alguém para elencar as características do espaço. Sucessivamente os alunos vão externando opiniões pré-concebidas a respeito do ambiente em discussão. Na seqüência o educador esclarece dúvidas, equívocos que emergiram durante a atividade, faz-se um entrelaçamento da realidade atual e inicia a aula.
• Escolha: um ato vital, anteriormente o professor seleciona seis fotos (sugestão) de pessoas, cria-se um espaço de agência de trabalho. Cada educando corresponde a um empresário que vai contratar funcionário, sendo que as seis pessoas selecionadas previamente pelo docente correspondem a negros, pardos, brancos e índios. Os alunos vão escolher apenas quatro de acordo com seu critério de escolha e avaliação, que deve ser verbalizada. Esse teste de sondagem mensura os índices na sala de aula;
• Caixinha surpresa, música animada, a caixinha cheia de partes de poemas ou textos que valorize a cultura negra, passa de mão em mão enquanto a música estiver tocando. Quando parar, o participante deverá abrir a caixa e ler um pedaço do poema e reconstruí-lo no caderno após a dinâmica;
• Ditado musical, escolher previamente uma música que faça referência a cultura, consciência dos afrodescendentes, os alunos ouvem com atenção trechos da música e tentam reescrevê-la a partir de sua capacidade de apreensão e assimilação. A reflexão deve ser pontuada na mudança de atitudes, conceitos e posturas. Pois, se queremos transformações é preciso não desanimar diante das dificuldades e tentar várias vezes até acertar;
• Quebra-cabeça étnico-racial, dividir a turma em grupos, entregar ao grupo textos (anti-racista, promoção da igualdade racial, lutas e resistência do povo negro) em partes para serem montados. Cada grupo lê e comenta aversão e o conteúdo do texto;
• Foto-linguagem, espalhar no chão ou prender no quadro, frases, fotografias e provérbios sobre a temática em estudo (História Afro-brasileira). Cada participante deverá escolher (material) e comentar seu ponto de vista;
• Morte e vida do nosso povo, relatar fatos, atitudes, expressões e comportamento que caracterizam a inclusão e a exclusão dos afrodescendentes na sociedade brasileira;
• Batata-quente, dentro de uma caixa é colocado manchetes de jornais e revistas, questionamentos e prendas a serem pagas. A caixa deverá passar de mão em mão, onde a música parar, o aluno retira a tarefa e a cumpre.
8 Recursos
A flexibilidade da proposta permite-nos ressaltar a importância dos recursos didáticos no processo de ensino-aprendizagem. Do ponto de vista pedagógico é imprescindível o uso de matérias que facilitem o desenvolvimento das atividades em sala de aula.
O material didático é instrumento específico de trabalho na sala de aula: informa, cria conflitos, induz à reflexão, desperta outros interesses, motiva, sistematiza conhecimentos já dominados, introduz problemática, propicia vivências culturais, literárias e científicas, sintetiza ou organiza informações e conceitos. (PCN’s, 1998, p. 79).
Ao agregar e enfatizar experiências cotidianas, extrapolamos o conceito e moldes tradicionais na educação e lançamo-nos com propósito de interlocução entre a construção interna do saber e a realidade histórica do aluno e projetamos condições que consideram os processos educacionais mutável, sociáveis e interativos construídos de momentos inusitados que fogem de padrões estabelecidos, pois o conhecimento se efetiva na vivência escolar, na indução e na observação como recurso de aprendizagem.
A contextualização de temas que emergem e circulam na sociedade, são em primeira instância recursos didáticos em potencial, pois exemplificam, mediam a comunicação entre professor e aluno, propiciando situações de aprendizagem significativa associada à atividades pedagógicas ao aprimoramento da ação educativa. Implementar, criar, incentivar é o que pensamos a respeito do cotidiano escolar, essas funções devem nortear a escolha e seleção criteriosa dos instrumentos de trabalho, pois deles depende o sucesso ou fracasso do fazer pedagógico.
Selecionamos algumas indicações de recursos como: filmes, músicas, jogos, documentários, poemas, obras de arte, que poderão evidenciar e tornar concreto imagens, conceitos e situações que se encontram no plano do discurso, das idéias e das teorias para se efetivar em superfície mais sólida, possibilitando diversas abordagens e interpretações sobre o mesmo tema proporcionando atividades diversificadas.
VÍDEOS, FILMES
• Terras de quilombo: uma dívida histórica. Direção: Murilo Santos. Fundação FORD, 2004.
• Cobaias. 1997. 118min. Alfre Woodard (Teoria cientifica de superioridade racional).
• KiriKu e a feiticeira .1998. 71min. Michel O celot (versão de uma aldeia africana - Inspirado em contos africanos). França, Bélgica, Cult Filmes.
• Narciso, Rap. 2004 15 min. Jéferson de (São Paulo - Conta a história de dais meninos que encontraram um a lâmpada mágica o menino negro quer ser branco e rico, e o menino branco que cantar rap como os negros). Prefeitura de São Paulo/ Secretaria Municipal de Educação/ projetovida.
• O contador de História, 2000. 50min. Roberto Carlos. Ed. Leitura (Seguemos para trabalha “A oportunidade”).
• Sonho americano. 1996. 118min. David Knoller (Várias histórias - Sugerimos para trabalhar com os alunos do fundamental a história do menino que desenhou o cristo negro).
• Tudo aos Domingos. 1998. 05min. George Tillman (Tradições africanas na vida das pessoas).
• Um grito de liberdade. 1987. 157min. Richard. Attenbaraugh (Visão do Apartheid na África do sul. Luta contra o racismo).
• Uma onda no ar. 2002. 92min.Helvécio Ratton (conta à história de Jorge, o idealizado de um rádio na favela, e a luta, resistência cultural e político contra o racismo e a exclusão social em que a população da favela encontra uma importante arma: a comunicação).
• Vista minha pele. 2003. 50 min. Joelzito Araújo.CEERT (Discriminação racial na vida cotidiana de adolescente). São Paulo, casa de criação.
(Orientações e ações para educação das
relações étnico-raciais, 2006,p.186)
COLEÇÃO NEGROS DO CINEMA E VIDEO BRASILEIRO NAS ESCOLAS
• A negação do Brasil. Direção: Joel Zito de Araújo, casa de Criação, 2001.
• Assalto ao trem pagador. Direção: Roberto Farias. Brasília, Funarte/ Decine, 1962.
• Atlântico negro - na rota dos orixás. Direção; Renato Barbeiri. São Paulo, Itaú Cultural, 1998.
• Filhas do vento. Direção Joel Zito. Rio de Janeiro, Asa Cinema e vídeo/ Casa de criação, 2005.
• Marcha Zumbi dos Palmares contra o racismo, pela cidadania e a vida (1695-1995). Direção e roteiro: Edna Cristina. Brasília, 1995.
• Minoria absoluta. Direção: Artur Autran. São Paulo, Eca, 1994.
• O catedrático do Samba. Direção: Noel Carvalho. Campinas CPC-UMES e Departamento de Multimeios Jenicamp,1999.
• O paro brasileiro Brasil crioulo e matriz afro.Direção: Isa Ferraz. São Paulo, 2000.
• O rap. do pequeno príncipe contra as almas sebosas.Direção: Paulo Caldas e Marcelo Luna. Rio de Janeiro, Rio filmes. 2000.
• Paixão e guerra no Sutão de canudos. Direção: António Olavo.Salvador, portfolium, 1994.
• Preto contra branco. Direção: Vagner Marales. Co-produção: Wagner Perez Morales Junior/ Pólo de Imagem/ Fundação Padre Anchieta - TV cultural, 1973.
• Quando crioulo dança? Direção: Dilma Lóes. Brasília, Redeh/ Unesco/ Cedm/ Caces/ MEC/ Secretaria de Educação Fundamental, 1999.
• Retrato em preto e branco. Roteiro e direção: Joel Zito Araújo.São Paulo, Itaperé Cinema e Vídeo/ CEERI, 1992.
• Rompendo o silêncio - Desconstruindo racismo e Violência na escola. Coordenação geral; Elza Berquó. Brasília, Guela. 2003.
• Visões de liberdade. São Paulo, TV cultura, 1988.
• Xica da Silva. Direção: Cacá Diegues. Rio de Janeiro, Globo Filmes, 197
MÚSICAS
• CANTA Brasil - Alcyr Pires Vermelho
• Canta das três raças - Clara Nunes
• Dia da Graça - Candeia
• Haite - Caetano Veloso e Gilberto Gil
• Kizomba, Festa da Raça - Luis Carlos da Vila
• Lavagem Cerebral - Gabriel, o pensador
• Mão de limpeza - Gilberto Gil
• Milagres do povo - Caetano Veloso e Gilberto Gil
• Pelo telefone - Ernesto – Racionais - MC’s
• Sorriso Negro - Totonho Villeroy (Intérprete: Ana Carolina)
• Rei Zumbi-Hélio Turco/ Jurandir e Alvinho (Escola de samba Mangueira, carnaval - 1988).
• Obatalá, Oxalá, Xangô -
POEMAS
• Ashell, Ashell, para todo mundo, Ashell – Elisa Lucinda.
• Identidade - Perdida Bandeira
• Mahin Amanhã - Miriam Alves. Cadernos Negros, Melhores poema, 1998.
• Quem sou eu?- Luiz Gama
• Salve Mulher Negra, Oliveira Silveira. Cadernos Negros vol.03 org. Quilombo hoje, São Paulo: Editora dos Autores, 1980.
• Serra da Barriga - Jorge de Lima
• Tem gente com fome –Solano Trindade
• Consciência negra no Brasil - Djosa/ Liege – Raimunda Nilma Bentes
• A construção da consciência negra - Magno José Cruz (militante do CCN-MA)
• Brasil: 500 anos de resistência indígena, negra e popular-comissão de articulação dos “500 anos” no Maranhão.
Para além dos recursos supracitados, mencionamos de forma sistematizada alguns materiais que vão viabilizar a execução das atividades: Notebook; Datashow; Câmera fotográfica; filmadora; Vídeo k-7; Fita VHS; Microsystem; Retroprojetor; transparência; CDs; gravador; televisão; livros; jornais; revistas; folders; panfletos; mapa da África, etc.
9 Critérios e Instrumentos de Avaliação
O processo avaliativo constitui-se das premissas de crescimento individual e coletivo do grupo. A avaliação é circunstancial, processual e diagnóstica, pois, permite mensurar alguns comportamentos, organização lógica e constatar se houve aquisição de conhecimento. A priori, “a avaliação não tem um fim em si mesmo, mas, é um meio para ser utilizado por alunos e professores no aperfeiçoamento do processo ensino-aprendizagem”. (Haydt, 1997, p. 55).
Partindo deste pressuposto, entendemos amplitude a que se destina tal processo, é a capacidade de reavaliar os resultados e traçar estratégias para melhor rendimento do aluno, nesse sentido deve ser extensa, diversificada; considerar conhecimentos prévios possibilitando um novo momento avaliativo que possa mensurar o grau de assimilação cognitiva do educando.
Segundo Jussara Hoffman, “quanto menos se falar em avaliação para o aluno, melhor se poderá avaliá-lo”. Nesse sentido, vislumbramos os momentos espontâneos, discussões de problemas, espírito de liderança, solidariedade o qual entendemos por avaliação qualitativa, que se propõe a avaliar o aluno a cada momento do cotidiano escolar, inicio, meio, fim, durante, depois e sempre, sem, portanto, criar um ritual e desvincular processo ensino-aprendizagem do momento avaliativo, excitar essas práticas de modo integrado, sem tragédias, ameaças e/ ou como forma de punição.
A educação contemporânea que se pretende atender os padrões modernos e a teoria construtivista tem que ser capaz de estabelecer e propiciar reflexa, argumentação, a crítica e ao julgamento, incorporado no processo educativo, porém, não há instrumentos precisos para mensurar essas habilidades, da mesma forma como não podemos medir os sentimentos. A aquisição e transformação de conhecimento é um processo intrínseco, tão importante quanto à introspecção de atividade e valores, mas, não podem ser testado a pequeno e médio prazo com precisão. No entanto, no campo da subjetividade pode ser expresso em opiniões, argumentações, questionamento e discordar do que já está estabelecendo e recriar, desenvolver a criatividade e reconstruir o que está feito.
Contudo, precisamos repensar nossas práticas avaliativas e contemplar nossos educandos som instrumentos avaliativos “mais justos”, que os ajude a superar dificuldades e contribua para sua formação pessoal e profissional no exercício constante do aprender e ensinar que transcende o espaço escolar. A presente proposta está pautada nas orientações avaliativa dos PCN’s, de forma a contemplar com eficiência e qualidade ao público a que se destina. Destacamos os critérios gerais de avaliação de História.
• Reconhecer relações entre a sociedade, a cultura e a natureza, no presente e no passado.
• Dimensionar, em diferentes temporalidades, a relação entre a sociedade, a cultura e a natureza.
• Reconhecer diferenças e semelhanças entre relações de trabalho construído no presente e no passado:
• Reconhecer laços de identidade e/ ou diferença entre relações de trabalho do presente e do passado.
• Reconhecer a diversidade de documentos históricos.
Dessa forma exibimos para sua apreciação alguns instrumentos e técnicas avaliativas:
• Questões escritas;
• Questões dissertativas;
• Prova objetiva (informal ou construída pelo professor);
• Teste padronizado;
• Registro anedótico (historia curiosa e pouca divulgada de pessoa ou fato histórico);
• Inventário (levantamento minucioso);
• Roteiro do estudo do meio;
• Texto de sondagem;
• Lista de checagem;
• Atividade escrita;
• Relatório escrito e oral;
• Redação descritiva;
• Escala de classificação;
• Montagem e confecção de mural;
• Fichamento;
• Síntese (resumo);
• Produção giratória;
• Trabalho coletivo; dupla e individual;
• Auto-avaliação (oral e escrita);
• Produção visual (desenho, história em quadrinhos);
• Produção textual;
• Seminário;
• Registro de leitura;
• Organizar esquemas;
• Portfólio (pasta que poderá conter dúvidas, textos, documentários e produções dos alunos);
• Analises sistemática.
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