PERPLEXIDADE CONTEMPORÂNEA
Gostaria de poder repetir a atitude que os antepassados gregos fizeram em suas terras, de poder exclamar a todos os povos: como é bom viver aqui, quero ficar aqui para sempre. Oh, como seria bom realizar tamanha dádiva. Poderia, além de externar a minha alegria, fazer uma “propaganda” da minha terra tão amada que é o Brasil. Mas, enquanto isto não acontece, tenho que viver a cada momento da forma que os “chefes” mandam.
Talvez o meu caro leitor esteja se perguntando: o que ele esta querendo dizer com tantas palavras desconectadas umas das outras? Uma resposta para esta pergunta seria muita ousadia de minha parte, pois não sou do tipo de responder perguntas, mas sim em dar pistas para que o próprio leitor decida por si mesmo. Gosto de dialogar com a pessoa que lê os meus textos, assim fico feliz e, quem sabe, esta mesma pessoa poderá chegar a uma resposta. Bem, quem seriam estes “chefes” que qualifico no primeiro momento deste texto? Vamos lá, peço muita atenção e, mais ainda, que pense juntamente comigo para ver quem é este “chefe”. No parágrafo seguinte indicarei umas pistas que, possivelmente, irá te ajudar a chegar a uma resposta.
Durante a nossa vida terrena podemos constatar que vários episódios cotidianos são de fácil visão e vivência: levantamos pela manha, tomamos o nosso saboroso café-da-manha, trabalhamos, almoçamos, jantamos, enfim, fazemos mil e uma atividades diárias. No final do dia, exatamente quando vamos dormir, nem nos preocupamos em perguntar o motivo que nos leva a realizar tantas tarefas. Sequer queremos preocupar com questões de “pouco valor”(assim dizem os que mal sabem o que é viver!), querendo, assim, viver a vida conforme ela nos mostra e oferece. Quanto mais vantagem puder extrair de tais atividades mais serei feliz e serei realizado, tanto no aspecto sentimental quanto no financeiro. Diante deste cenário me pergunto: qual o motivo de tanta felicidade na concretização de atividades que passam diante de nós bem rapidamente? Poderei me sentir realizado fazendo coisas repetidas sendo que estas mesmas só visam o meu bem estar e não o bem do outro?
Que beleza, acabei de chegar ao cerne da questão que esta me incomodando: a pergunta. Gosto de perguntar sobre as coisas e sobre mim mesmo. Tenho uma grande dificuldade de realizar tarefas sem saber o motivo pelo qual de fazê-las (se isto for pecado a minha alma já esteja condenada!!!). Não gosto de chamar tais questões de perguntas, prefiro chamá-las de enigmas, porque pergunta é fácil de responder, mas enigma é em si mesmo um mistério. Não sou perfeito, as situações que descrevi no parágrafo anterior são, por vezes, vividas por mim também. Como já dizia o grande astro do pensamento científico e humano, Albert Einstein, que “aonde tem ser humano tem uma porcentagem de problema e defeito”. Porém quero saber o motivo de realizar tarefas diárias sem ter a resposta de o porquê fazé-las. Acho que o leitor já descobriu quem é este “senhor” que descrevi no início do texto, não é mesmo? Quem é? Sou eu mesmo frente as minhas dúvidas: eis a chave do meu dilema e senhor das minhas questões.
Não quero concluir este texto e nem poderia, afinal de contas as questões que levantei aqui são de grande discursão e de constante reflexão. Quero apenas dizer que respostas para as nossas perguntas talvez nunca a tenhamos. Mas nada pode nos impedir de continuar vivendo cada dia da forma que ele me mostra, viver conforme as condições para mim oferecidas. E é este “conselho” que dou para quem, pacientemente, leu este texto: de viver a vida da forma que ela nos mostra, mas jamais deixe de lado a sua capacidade de estar sempre perguntando o motivo real de estar vivo e qual o meu papel na sociedade.