RISCO DE MORTE
RISCO DE MORTE
Por Aderson Machado.
A princípio, gostaria de dizer que, não raro, costumamos afirmar que quando uma pessoa está com o estado de saúde muito ruim, motivado por algum tipo de acidente, ela está correndo risco de vida. Pois bem, se essa pessoa ainda não morreu, é claro que nessa situação, na verdade, ela está correndo risco de morte. E o pior é que esse tipo de confusão acontece, também, por parte dos que militam na imprensa – quer escrita, falada ou televisada, não é verdade?
Todos nós, no dia a dia de nossas vidas, em maior ou menor escala, corremos risco de morte. É por isso que sempre temos que agradecer ao Todo-Poderoso por cada dia vivido.
Eu, em particular, só tenho que agradecer ao nosso Criador por ter chegado até aqui, e, porque não dizer, por estar escrevendo estas linhas para quem interessar possa.
A propósito, gostaria de relatar, da forma mais cronológica possível, fatos que comigo aconteceram e que colocaram a minha vida em xeque.
Com efeito, quando tinha 12 anos, levei um coice de um asno, na boca, que 'extraiu' dois dentes e suas respectivas raízes! Por pura sorte o meu maxilar não foi afetado. Por outra, se a coiçada tivesse acertado o meu tórax ou minha cabeça, talvez eu não estivesse mais contando esta história.
Quando tinha 25 anos e estava aprendendo a dirigir, em plena capital paraibana, e sem instrutor, cometi uma lambança que quase, quase, ceifou a minha vida. É que, ao tentar cruzar uma rodovia federal, apenas havia olhado para o lado direito, quando do lado oposto se dirigia em minha direção um carro em alta velocidade. Por um segundo fiquei indeciso se freava ou continuava a travessia. Optei pela primeira decisão, pra minha sorte, porque, caso contrário, o citado veículo teria colidido com o meu, atingindo exatamente a porta do meu lado. Aí as consequências teriam sido catastróficas.
Já trabalhando em Floresta/PE, no final dos anos 70, eu morava numa antiga casa, cuja cumeeira era bastante alta, e o seu madeiramento era por demais malconservado. Pois bem, num certo final de semana os colegas que moravam comigo nessa casa viajaram, e eu fiquei sozinho. Num dia de domingo, por volta de 11h, fui para um bar tomar algumas cervejas para depois almoçar. Quando estava tomando a segunda cerveja, chega um colega de trabalho, desesperado, à minha procura. E ele foi logo dizendo: “ Graças a Deus, doutor, que o sr. está aqui. É que a casa que o sr. mora caiu, e eu pensei que o senhor estivesse no meio dos escombros. Cheguei lá, gritei, e ninguém respondeu nada, por isso vim procurá-lo na rua”.
Por essas e outras é que o velho meu pai sempre dizia: “A gente só morre na hora”, ou: “O nosso destino está traçado”, e outras coisas semelhantes.
Pelo exposto, podemos inferir que, em certas cirscunstâncias, nem dentro de casa a gente está seguro. E que, também, uma cervejinha gelada faz muito bem à saúde...
Na verdade, na verdade, a nossa segurança mesmo reside em Deus. Por isso é que temos que Nele acreditar e ter fé. Muita fé.
Para concluir este texto, se faz necessário que ainda registre mais três fatos, os quais considero relevantes.
Um deles foi quando mandei consertar a câmara de ar do meu carro. Depois da câmara consertada e colocada dentro do pneu, ao enchê-la, o pneu estourou, e foi arremessado a uma altura de quase dez metros, caindo às minhas costas! Por pouco, mas muito pouco mesmo, o pneu não caiu na minha cabeça. Assim, escapei de morrer por mais uma vez. Porém é importante frisar que esse incidente deu-se por culpa exclusiva do borracheiro, que colocou a câmara de ar, dobrada, dentro do pneu.
Os dois fatos restantes me aconteceram quando me deslocava em rodovias federais, jurisdicionadas à UL (Unidade Local) onde trabalho.
Pois bem, mais ou menos no ano de 1993, na BR-110/PE, nas proximidades da cidade de Petrolândia, eu passei por um grande susto. E bota susto nisso! É que, a certa altura do caminho, me deparei com uma grande rocha “voando” por sobre a rodovia, passando logo à frente do meu automóvel. Se tivesse andando mais rápido, essa rocha poderia ter atingido o meu carro. Na verdade, essa rocha foi arremessada por intermédio da explosão de dinamites, e aí houve uma total imperícia por parte dos detonadores, que não sinalizaram nem interromperam o tráfego nesse ponto da rodovia.
A diferença, nesse caso, é que, além de mim, toda a minha família correu RISCO DE MORTE!
Por fim, na BR-316/PE, entre Petrolândia e Floresta, no ano de 2002, estava a serviço de minha Repartição, dirigindo um carro oficial quando, de repente, me deparei com um carro vindo na contramão. Para evitar uma colisão frontal, tive que fazer uma manobra brusca e arriscada, o que fez com que o carro oficial atravessasse a pista de rolamento, de forma transversal, e em seguida decesse um aterro, vindo, finalmente, a colidir com uma algaroba. Como consequência, levei apenas um pequeno arranhão na testa, apesar de o carro ter ficado bastante avariado.
Agora, caro amigo leitor, imagine as consequências caso a colisão tivesse sido frontal!
Eu não quero nem pensar...