CABALA.
Cabala, vertente do judaísmo de tom profundamente místico.
Ingressou na cultura ocidental no fim da idade média, praticamente.
Quer dizer tradição em hebreu. Como ciência se dirige aos números de forma transcendental.
É forma antiga de mística judia especulativa, tardiamente com enunciado firmado no neo-platonismo bem como em novos fundamentos pitagóricos.
O mais antigo livro da cabala é o “Livro da Formação”, onde ressai a “idéia” que o mundo emana de Deus. É objeto de estudo permanente e sistemático, o "baale ha-kabbalah-kabbalah" ("possuidores ou mestres da Cabala ").
A Cabala ensina que cada letra, vocábulo e número, têm um sentido oculto, ensinando métodos de interpretação que desvendam o ocultismo em que se encerra, de notáveis barreiras.
Alguns historiadores de religião afirmam que devemos limitar o uso do termo Cabala apenas ao sistema místico e religioso que apareceu depois do século XX, usando outros termos para referir-se aos sistemas esotéricos-místicos judeus de antes do século XXI, o que não encontra respaldo, ao meu sentir.
Querem nesse entendimento lançar modismo ao que é tradicional, desprestigiando a hoje grande adesão ao Cabalismo e sua investigação sistematizada.
Outros estudiosos veem esta distinção como sendo arbitrária, o que tem propriedade e se torna devido.
Puro arbítrio, criação meramente cerebrina, negar aos estudiosos atuais, as fontes da Cabala, suas digressões e projeções.
Cabala, nuclearmente, refere-se ao misticismo judeu desde o primeiro século da Era Comum.
A Cabala é considerada a “Ciência Sagrada” dos Números, principalmente pelos estudiosos contemporâneos, embora esteja envolvida evidentemente como ponte para abertura das grandes interrogações.
A origem da Cabala se prende ao surgimento do Universo, no ventre de Maha Kundalini, a Mãe Cósmica.
Deus, em determinada linha dos iniciados, teria ensinado a Cabala a um grupo seleto de anjos, antecedentemente entregue a Adão, que os transmitiu à Noé, tendo este se dirigido ao Egito, onde esse conhecimento propagou-se em seus sistemas filosóficos.
Moisés teria sido iniciado na "Cabala Sagrada" durante o período em que viveu entre os egípcios e, posteriormente teria difundido esse conhecimento entre o Povo Hebreu.
Muitos cabalistas tem credo em que Abraão foi o primeiro cabalista. Das mão de Deus teria recebido a revelação dos mais elevados mistérios e maravilhas da criação do universo e da existência humana. Daí nasceria o primeiro trabalho sobre a Cabala, que revela os caminhos da sabedoria encetados no processo das origens, o "Sefer Yetzirah" ou o "Livro da Criação".
Abraão passaria aos seus descendentes tudo de que tomou posse pelas mãos de Deus para aprender a Cabala, o que chegou até Moisés.
Moisés sacramentou esses "Mistérios" nas "Tábuas da Lei" ou os "Dez Mandamentos". Os ditames dessa doutrina, foram inscritos nos quatro primeiros livros da Torah.
A Cabala era privilégio de poucos eruditos, que estudavam a Torah de dia e a Cabala após a meia-noite, nas palavras do Rei David, no Salmo 119: 62. "À meia noite me levantarei para Te louvar, pelos teus justos juizos".
Na Cabala, a Chayyah, parte da alma que permite ao homem a percepção da divina força, é o grande mistério que sitia a inteligência, como em todos os outros caminhos místico-religiosos.
Nos dias atuais muitos se entregam à pesquisa e ao estudo da Cabala, resultando, inclusive, certa presunção daqueles que não compreendem o verdadeiro curso socrático; conhece a si mesmo.
É do que se necessita, com despojamento, para tentar percorrer grandes indagações.