O ELO DE AFETIVIDADE PROFESSOR/ALUNO EM SALA DE AULA

Para ensinar é preciso de Eros, é preciso de amor.

Platão.

Artigo:

O ELO DE AFETIVIDADE PROFESSOR/ALUNO EM SALA DE AULA.

José Orestes Lopes*

A relação professor/aluno em sala de aula, bem como o elo de afetividade são questões discutidas, tematizadas há muito tempo, mais que nos dias de hoje recebe uma análise crítica, por parte da educação contemporânea.

A tarefa de integrar-se aos alunos nas escolas de hoje é muito complexa, pois os alunos confundem amizade, companheirismo e respeito (que deve(ria) ser recíproco) com “libertinagem”, liberdade demasiada em excesso. Os professores a cada dia estão observando o quanto é difícil construir uma prática afetiva com os alunos, pois a cada dia estão a enfrentar problemas. E como diz Tânia Zagury: “Ser professor nunca foi uma tarefa simples...” (ZAGURY, 1999, P. 9). Não é tão simples, pois os problemas muitas vezes começa na própria casa do aluno, onde os pais não procuram ter uma relação afetiva com os filhos, nem “demonstram” nem um ou pouco interesse com as “descobertas” educacionais do filho, ou seja nem um interesse com a educação.

Observa-se que a afetividade tem a função de desenvolver ainda mais o indivíduo. E é por meio desta que ser humano mostra as suas vontades, desejos e manifestação que irão acompanhar durante todo seu desenvolvimento/social/psicológico. Isto posto, é compreendido como uma base para o crescimento psíquico, assim essa criança gozará de uma melhor atenção desde que seja estimulada pelo seu meio com: respeito, amor e dedicação e acima de tudo direito de ser criança tendo uma vida equilibrada num espaço onde possa agir o respeito para o crescimento da identidade infantil, que é desenvolvida gradativamente por pais e educadores consciente do seu papel na sociedade.

O elo de afetividade implica também nas questões sócio-emocionais, pois se observa que o discente que tem o forte elo afetivo com a família não terá problemas para se relacionar com ninguém visto que o mesmo teve uma base sólida com a família. O professor deve investigar e compreender os seus alunos para partir com o seu trabalho afetivo e construtivista em sala de aula. Nunca o professor deve dirigir sua atenção a um único aluno, mas sim a classe por inteiro. Segundo Antoni Zabala:

[...] Ensinar é difícil e não da para esperar que a explicação das variáveis que intervêm possa ser feita por um discurso simplista.

Agora, tampouco devemos perder de vista que em grande parte, poder trabalhar desde este marco implica uma atitude construtiva – baseada no conhecimento e na reflexão -, que contribui para que nossas intervenções, talvez de forma intuitiva em grande parte, se ajustem às necessidades dos alunos que temos em frente, nos levem a incentivá-los, a ver seus aspectos positivos, a avaliá-los conforme seus esforços e a atuar como o apoio de que necessitam para seguir. (ZABALA, p. 108).

A complexidade deste trabalho de elo com relação a integração professor/aluno nos mostra como é interessante buscar o construtivismo e a citação de Zabala vem como um convite a esta reflexão.

A interação a afetividade e a relação professor/aluno estão sendo temas discutidos em congressos, seminários e conferências com único objetivo rever os conceitos metodológicos e refletir sobre o ato de educar, e parafraseando Paulo Freire “A educação não é o remédio para (re) construir o mundo, mas é o caminho”. Professor não é o que sempre acerta, mas é também o que erra, que está sempre interagindo com o aluno, buscando no lúdico uma forma a mais para construir o elo afetivo professor/aluno. Conforme Adriana Ozório Crespo:

Todo educador pode participar dessa aventura, é só libertar a imaginação e não ter medo de se arriscar. Errar? Claro que iremos passar por isso, mas para acertarmos, precisamos errar. Já que viver é uma aventura, vamos-nos permitir os erros para que possamos valorizar os acertos. (CRESPO, p. 10)

Nesse processo vai esta visível o relacionamento professor/aluno, e como a forma lúdica é uma multiplicação no processo aprendizagem.

Portanto, o educador consciente é o que analisa em uma reflexão sobre as suas ações e práticas pedagógicas e procura sempre buscar o novo e encarar os obstáculos e dificuldades de frente, e como foi dito no início do artigo e parafraseando Zagury ser professor não é fácil, mas também não é impossível desde que o educador esteja pronto e aberto para enfrentar.

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* Formado em Letras Vernáculas pela Universidade Estadual da Bahia (UNEB), Pós-graduado na área de Língua, Lingüística e Literatura pela Faculdade Batista Brasileira (FBB), natural de Euclides da Cunha (BA), Professor do ensino fundamental e médio com as disciplinas de Língua Portuguesa e Redação; Consultor Educacional; Mediador de encontros educacionais (oficinas e cursos temáticos).

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

CRESPO, Adriana Ozório. Relacionamento. Importância do vínculo afetivo na interação professor – aluno. Revista do Professor, Porto Alegre, 13, (52): p. 10-11.

LIBÂNEO, José Carlos, Didática/ São Paulo, Cortez, 1996.

WALLON, Henri. Grandes Pensadores. Educação por inteiro: Revista Nova Escola, março, 2003.

ZABALA, Antoni – A prática Educativa: Como ensinar, Porto Alegre – Art méd, 1998.

ZAGURY, Tânia. Revista Pátio, Ano 2 nº 8 fev/abr 1999.

Horestes
Enviado por Horestes em 08/01/2010
Reeditado em 12/01/2010
Código do texto: T2018500