BRASIL E CHINA
           ESSA PARCERIA DARÁ CERTO?



 
  Com crescimento de 9,6% no PIB em 2008, a China se transformará - em valores absolutos - na segunda potência econômica do planeta, ultrapassando o Japão já em 2010, segundo previsão de renomados analistas econômicos.
     
    A parceria Brasil-China tomou impulso com o bem sucedido desenvolvimento conjunto do satélite CBERS-1, colocado em órbita pelo foguete chinês Longa Marcha 4B em 14/10/99.



Lançamento do foguete Longa Marcha 4B, em 14/10/99,
no Centro de Taiyuan, China




     A partir desse evento, Brasil e China começam a se aproximar em outros segmentos:

     MOTOCICLETAS  -  Abraham Kasinsky, fundador da Cofap (quem não se lembra?), decide vender a sua fábrica de motocicletas Kasinski para o grupo chinês Zongshen, que prevê instalar uma nova fábrica de motocicletas na Zona Franca de Manaus, com capacidade para produzir 90 mil unidades por ano.

     SIDERURGIA  -  A chinesa Wisco (Wuhan  Iron and Steel Co.), terceira maior
siderúrgica da China, comprou, por US$ 400 milhões, 22% da Mineradora MMX, do empresário Eike Batista (o homem mais rico do Brasil).  O objetivo da parceria é a construção de uma siderúrgica no Estado do Rio de  Janeiro, que exigirá investimento de US$ 5 bilhões (FSP - 01/12/09).

     ETANOL  -  Os produtores brasileiros de etanol (álcool) respiraram aliviados com a redução de 30 para 5% na tarifa chinesa de importação de álcool do Brasil, a vigorar a partir de 01/01/10 (Isto É - Dinheiro - 30/12/09).

     AUTOMÓVEIS   -  A BYD, uma das três maiores montadoras da China, anunciou a entrada no mercado brasileiro, em parceria com a brasileira Caoa. Outra montadora, a JAC Motors, exportará três modelos para o Brasil, através de parceria com a brasileira SHC (Isto É - Dinheiro - 30/12/09).

     INDÚSTRIA AERONÁUTICA  -  Em Dezembro de 2002, a Embraer e a China Aviation Industry Corporation (Avic II) criaram uma joint venture - a Harbin Embraer - para fabricar na China aviões comerciais da classe ERJ 145, de 50 lugares.  Hoje, sete anos depois, a Embraer assiste, atônita, ao lançamento, pelos seus sócios chineses, de um jato comercial com capacidade para transportar 90 passageiros, que competirá com os seus aviões da classe ERJ 170/190, tanto no mercado chinês como no mundial.  A parceria está com os dias contados, salvo um redirecionamento mercadológico.


Jato comercial da classe ERJ 145 produzido na China

 

    
Alguns cuidados, portanto, devem ser tomados pelo Brasil no estreitamento dessa parceria, pois enquanto exportamos commodities (produtos primários com baixo valor agregado), a China nos exporta produtos manufaturados que, pelos baixos preços praticados (dumping?), podem provocar um processo de desindustrialização em nosso país.  Lá, segundo experimentados executivos, "a regra é mudar constantemente as regras"...





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Nils Zen
Enviado por Nils Zen em 05/01/2010
Reeditado em 05/01/2010
Código do texto: T2012815
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