MOCIDADE SOFISTICADA
Ah, juventude dos nossos dias! Não quer saber de trabalho, de preparo intelectual, de cultura religiosa ... – Prefere as roupas berrantes, os topetes cuidadosamente assanhados na testa, as gomas de mascar, as danças extravagantes, as barulhentas lambretas e a influencia americana.
Tanta coisa de bom neste Brasil imenso, crescendo sempre (apesar dos pesares), ansiando por melhores dias, solicitando a colaboração de seus filhos jovens, e eles se esquivando para perder bisonhamente o precioso tempo.
Não somos comunistas (hoje quem fala do americano ...). Apenas não nos simpatizamos com o espalhafato (e com outras coisinhas mais) tão próprio deles.
E ficamos aborrecidos ao constatar que nossos adolescentes apreciam-no, fazendo dele (nem todos, graças ao Senhor) o seu evangelho, esforçando-se por identificar-se como a cognominada “juventude transviada”, não procurando, afogados no lago de sua boçalidade nojenta, encontrar e formar a sua verdadeira personalidade, integrada dentro dos sadios princípios da vida cristã.
Não, eles não querem isso; preferem, sim, o desregramento, a conspurcação, a baixeza, a sarjeta, esquecendo-se de Deus, da Família e da Sociedade. Não meditam no amanhã, nos brasileiros futuros, provavelmente seus filhos.
Infringem as leis, maculam a moral, chocarreiam dos esclarecidos ... – Até onde vai isso, meu Deus? O que é que essa turma quer? Por que não lutar por dias tranqüilos? Por que não abandonar o americanismo? Por que não volver os olhos para o que é nosso, e cultivar o sentimento de brasilidade, e desejar ver nossa pátria crescer para sobressair-se como potência de primeira classe, não no sentido bélico mas no moral, no humanitário, no intelectual, no social?
Por que, juventude brasileira???...
-o-o-o-o-o-
B.Hte., 04/06/59
OBS.- Publicado na “GAZETA DE PARAOPEBA”, periódico do município de Paraopeba, Minas Gerais.