BÓRIS: “HUMILHAR GARIS FOI UMA VERGONHA”.
BORIS: “HUMILHAR GARIS FOI UMA VERGONHA”.
Bóris Casoy humilhou os garis porque desejaram “feliz ano novo”! Imaginando estar em “OFF”, o noticiarista da Band fez o seguinte comentário: "Que merda!... Dois lixeiros desejando felicidades... Do alto de suas vassouras... Dois lixeiros... o mais baixo da escala do trabalho..." (Palavras de Boris Casoy, transcritas no blog de Dilma Russef). Traído pelo áudio da emissora, imediatamente, diante de mais esta gafe, pediu desculpas.
A Rádio Jornal do Comércio de Pernambuco iniciou um debate acerca do perdão em situações dessa natureza, citando repetidamente, a gravação com o áudio da fala de Boris citada acima. Por mais que se tentasse levar o debate para a questão do perdão, os ouvintes aproveitaram para se posicionar em função do fato e suas conseqüências discriminatórias envolvendo profissões simples como a dos garis, mas de extrema importância no conjunto das ocupações.
Foi um momento infeliz vivido pela imprensa brasileira, que tem seu nome escrito na nossa história através da independência e liberdade de opiniões, sem contar com a imensa qualidade dos seus profissionais.
Esse episódio, certamente não irá macular a regra qualitativa da nossa imprensa, mas nos remete a algumas posições acerca do homem que instituiu o bordão “ISTO É UMA VERGONHA”! Fica claro que Boris é PRECONCEITUOSO, SEM ESCRÚPULOS E AZEDO, especialmente com as minorias. Agora foi a vez dos garis, mas ele demonstra não suportar nordestinos e pobres de modo geral. O presidente Lula também leva “cacetadas” dele, pois embora não sendo pobre, ocupa lugar de destaque entre as “minorias” pelo fato de ser “analfabeto” e nordestino de Garanhuns-PE. Como se vê, a questão parece ser mais de caráter do que mesmo de educação. Desta vez não poupou os garis, nem a nós, com seu ar arrogante de quem é dono da verdade. Seu “ISTO É UMA VERGONHA” nós lhe devolvemos em forma de troco, pois ficou claro que ele precisa, urgentemente, de um divã de psicanalista para resolver seus problemas de amargura e infelicidade que lhe devem atormentar. Quem lhe observa mais amiúde, percebe que até seu riso é irônico, sarcástico.
A categoria dos garis já reagiu ao fato. Há quem diga que eles irão entrar na justiça, mas isto é problema da categoria. Independente disto agora interessa a todos a agressão que ele fez à espécie humana, à natureza do trabalho como fonte de dignidade cidadã. Finalmente, sua postura de “dono da verdade” caiu por terra e gratuitamente. Se os votos de “feliz ano novo” tivessem sido veiculados por personalidades elitistas da chamada “direita”, provavelmente o Sr. Casoy tivesse ficado caladinho, pois, salvo melhor juízo, subserviência nunca lhe falou nos tempos da ditadura.
Sou, orgulhosamente, nordestino. Sinto-me solidário com os garis e com qualquer outra profissão de maior ou menor complexidade, inclusive porque sou pernambucano de Bom Conselho. Por isto lembro ao jornalista que “palavras ditas e pancadas dadas, não voltam atrás, como costumamos dizer no popular”. Melhor do que pedir desculpas talvez seja se despedir de vez da TV e procurar se recuperar afugentando o que lhe atormenta. Desta forma, sugiro:
a) Mudar o bordão e “ter vergonha na cara”, coisa que a maioria dos nordestinos brasileiros tem de sobra.
b) Procurar, enquanto é tempo, um bom psicanalista que te ajude a ser feliz beijando na boca, achando graça nas pequenas coisas; dando valor às pessoas simples e lendo clássicos da literatura popular, folheando a bíblia, apreciando pores de sol como o da praia do Jacaré em João Pessoa; ouvindo e escutando um frevo de bloco pernambucano, um forró de Luiz Gonzaga ou a rabeca de Mestre Salustiano; assistindo ao Balé Popular do Recife ou caindo, feito pipoca, num trio elétrico baiano. Permitindo-se às “noitadas”, sendo menos falso moralista, fazendo domingo numa segunda-feira, achando graça no óbvio e até mesmo rindo com as formigas enfileiradas carregando folhas rumo ao formigueiro. Se não quiser viajar pelo Brasil como sugiro, fica aí mesmo em São Paulo, mas misture-se ao povo e, disfarçado de gente (?), imiscua-se na multidão que se acotovela na Rua 25 de março. Certamente, vai sentir o cheiro do povo, diferente daquele seu conhecido que foi presidente da república.