"PRÍNCIPE", DE MAQUIAVEL E A REALIDADE

Comparei alguns trechos deste livro de Nicolau Maquiavel com a realidade!

Conceitos “O Príncipe – Nicolau Maquiavel”

“A crueldade e a clemência: se é melhor ser amado do que temido, ou o contrário” – Cap. XVII

Saiu na VEJA edição 2101, ano 42, nº 4 da semana de 25 de fevereiro de 2009 nas páginas 70 e 71 a matéria com o seguinte título: “Um caudilho para sempre – Plebiscito que deu a Chávez o direito de se tornar um presidente vitalício é o exemplo perfeito do uso de instrumentos democráticos para acabar com a democracia”

Na República Bolivariana da Venezuela, o presidente Hugo Chávez utilizou-se de um plebiscito em que 54% do eleitorado votou “sim” na mudança da Constituição que o favoreceu. Mas nada de confundir vontade popular com democracia. Afinal, o caudilho utilizou-se de instrumentos democráticos para destruir a dita-cuja, da mesma maneira que Hitler e Mussolini na Alemanha e Itália, respectivamente. Uma medida clássica adotada pelos tiranos. Em “O Príncipe”, Maquiavel especifica esta medida – preventiva para manter a atual ordem venezuelana sem que o Estado sofra danos – da mesma maneira, o autor afirma que, para manter esta ordem estatutária, se necessário for, deve-se tomar uma medida apelativa, sem que o governante se importe com a fama de cruel. Afinal, tudo é para o bem da nação – pelo menos, é o que deve pensar Hugo Chávez - e também para manter os súditos unidos e obedientes, sem o risco de sofrer um golpe de Estado.

“Os principados mistos” – Cap. III

Saiu no jornal O Estado do Paraná de sábado 28 de março de 2009 na página 8, caderno Mundo, a matéria com o seguinte título: Nova estratégia para o Afeganistão. Obama: “venceremos o Taleban e a Al-Qaeda”

O Afeganistão e o Paquistão, segundo declarações do presidente norte-americano Barack Obama, precisa de ajuda na perseguição dos terroristas. Para tanto, a administração dos EUA já aprovou o envio de mais 17 mil soldados aos países. Obama tomou esta atitude por pura solidariedade? Segundo Maquiavel, NÃO. O Estado – no caso, os potentes Estados Unidos da América – tende a ser expansionista, tanto para crescer ou manter seu poderio. Logo, a nação americana usa seu poderio bélico para arrancar o poder das mãos terroristas. Obviamente que não é pra devolver para a comunidade médio-oriental, mas sim tomar para si o controle. Mas a dúvida que paira é: Obama teria condições de, ao invés de MANTER o poder com tropas, morar – ou, pra ser menos utópico – fixar colônias na região? Ora, para Maquiavel, enviar e manter tropas é demasiado caro e inconveniente por sua violência e causa resistência por parte do povo ao seu governo. Bem, essa questão o tempo nos responderá.

“Os principados mistos” – Cap. III

Saiu na VEJA edição 2100, ano 42, nº 7, da semana 18 de fevereiro de 2009 a matéria com o seguinte título: “Antecipação de campanha – com agenda de candidata, a ministra Dilma Rousseff deflagra a corrida presidencial com mais de um ano de antecedência e alimenta o debate sobre o uso da máquina pública”

Em resumo, a matéria diz que a ministra está exercendo mais o papel de candidata, por sua agenda lotada, do que o seu atual cargo. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que em 2010 completa 8 anos de presidência e não poderá se reeleger, oficializa o início da campanha de candidatura à Presidência da República da ministra. Para Lula, isso representa o continuísmo. É o velho desejo político de manter sua ordem pelo máximo tempo possível.

Para Maquiavel, esta teoria vem desde a época da hereditariedade dos principados. A manutenção de uma ordem passava de pai para filho. O poder era familiar. Hoje, os líderes são eleitos de maneira direita, mas, se mudou a forma de escolher o governante, criaram-se manobras para conservar os mesmos no poder. É uma forma do governante “segurar” sua ordem, costumes e impostos sobre o Estado.

Andre Mengo
Enviado por Andre Mengo em 27/12/2009
Código do texto: T1998180
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