2012 – O FIM DO MUNDO 2.

2012 – O FIM DO MUNDO 2.

Se o mundo vai se acabar ou não em 2012, não tenho condições de inferir. Talvez ninguém tenha, a despeito de tudo que já se disse desde os primórdios, acerca da finitude humana na face da terra. De Nostradamus aos “Borboletas Azuis”, tudo já foi insinuado. A TV já faturou muito em cima disto e o Fantástico tem sido o campeão dessas REQUENTADAS matérias. Mas deixando o subjetivismo de lado, o fatalismo de lado, o terrorismo de lado, um fato é concreto: o mundo teve um início e, certamente, terá um FIM! Portando, tudo que começa termina ou, recorrendo a lei da relatividade, TRANSFORMA-SE! Deixando esses aspectos conjecturadores, incita-me incursionar um pouco pelo inconsciente coletivo, sem ignorar o particular e vice-versa. Refiro-me a aspectos que a grande maioria das pessoas pensa, imagina, mas talvez não explicitem por diversos motivos, inclusive o de não gostarem de escrever ou mais enfaticamente o medo de se exporem. Coisas tipo:

se o mundo vai se acabar em 2012,

a) Quem nunca “deu” vai dar?

b) Quem, mesmo tendo dado, não tendo dado tudo, vai dar o que falta?

c) Quem deu apenas o socialmente correto, vai “soltar a franga”?

d) Quem só deu no âmbito do gênero oposto vai querer encarar essa parada “dura”?

e) Quem deu independente de gênero, terá outras opções entre o “triangulo” “reto” o falo e a falocracia?

f) Quem irá, por desespero ou por prazer, dar escatologicamente?

g) Quem deu por “debaixo dos panos” vai fazê-lo sem panos e por cima das nossas vistas?

h) Quem, sendo virgem sempre deu; sendo homem sempre deu; sendo mulher e nunca deu entenderá o é “dando que se recebe”?

A lógica do dar se efetiva na do receber. Quem nunca deu amor, deve dar. Quem deu apenas uma parte, deve dar a outra. Quem deu socialmente, deve fazê-lo por convicções, não por aparências. Quem deu só aos diferentes talvez precise fazê-lo aos iguais também, pois o verdadeiro ato de doação não deve ter fronteiras. Quem deu a todos, independente de diferenças, precisa fazer poucas doações, posto que parece ter cumprido a cota. Quem deu apenas por prazer, deve rever seus conceitos para evitar mal "entendidos". Quem deu às escondidas, deve fazê-lo às claras e quem sempre deu disfarçado de outra pessoa, deve se assumir. Afinal, no fim do mundo ninguém terá motivos para se esconder já que não haverá mais "amanhã": todos morrerão mesmo.

Muita coisa da natureza degustativa estaria na dependência de outras pessoas e de outros lugares, pois comer nem sempre a gente faz utilizando mantimentos do nosso próprio armário da cozinha. As comidas gostosas, geralmente, são as que nos oferecem em jantares sofisticados. Porque no fim do mundo a gente não iria comer charque assada na brasa, mas talvez pratos sofisticados e fora do nosso cotidiano. "Comer" aqui seria no mais geral possível, inclusive antropofagicamente.

Preocupa-me sobremaneira, algum alarme falso imitando o preconizado “sinal” das trombetas de Jericó: todos iriam se acotovelar e fazer tudo que um dia não fizeram por falso moralismo ou mesmo por convicção equivocada a respeito de alguma coisa tipo: preferência sexual ou posição erótica na cama.

Em não se acabando o mundo e considerando o alarme falso das citadas trombetas de Jericó, talvez pudéssemos ter um mundo melhor em que todos se dessem as mãos para uma nova ordem social e moral. Mas até isto acontecer, provavelmente, muitos fossem confirmar o que já deveriam saber: TODOS SÃO IGUAIS E PECADORES. O difícil mesmo talvez consistisse na convivência do dia seguinte e provavelmente. Muitos se suicidariam, tamanha a vergonha diante do que fizessem em desacordo com a moral vigente e aos preceitos até então estabelecidos.

Finalmente, tudo que começa um dia termina. A vida é bela e deve ser vivida como se cada dia fosse o último. Fazer o bem, perdoar, amar, independem de expectativas, posto não terem prazos de validade. Se algum de nós morrer amanhã sem sermos felizes, já morremos tarde. O objetivo da vida é a felicidade independente da idade, pois criança também morre e quem não quiser envelhecer tem que se suicidar quando jovem. Portanto, o homem põe os ingredientes da sua vida, mas só Deus dispõe.

Dure o quanto durar, a vida é mágica e eu quero viver até o fim... E o mundo que continue se acabando para quem morrer física e emocionalmente.