Dos três tipos de homem
São três os tipos de homem: o que não crê em nada, o que crê em tudo e aquele que crê e descrê parcialmente. O primeiro é o ateu, o segundo é o religioso e o terceiro é aquele que crê num Deus, mas é indiferente à religião.
Quanto ao ateu, por sua escolha de não crer em um Deus, não é lógico questionar se ele tem religião, posto que a religião para ser religião tem que ter suas rédeas conectadas a um Deus. A religião do ateu seria a não religião. Este tipo de homem é aquele que por não ter um Deus, por não acreditá-lo, consequentemente é isento de religião.
O religioso é o oposto perfeito do que possui superestrutura atéia. É aquele que crê piamente nos dogmas da religião que segue, e que, por consequência de possuir uma religião e ser dela devoto, admite e defende substancialmente a existência de Deus – nesse caso o seu líder máximo, o soberano da sua religião. O religioso é aquele portanto que só crê; crê em Deus e na religião desse Deus, na religião do Deus dirigida pelos homens.
Já o de crença parcial é aquele homem que descrê da religião, porém segue ainda tendo um laço com a idéia de um Deus. Descrê das religiões por ter alcançado certo grau filosófico e moderno que o permite entendê-las como métodos de controle social, como produto cultural humano, como forma de fomentar conflitos. Crê num Deus da universalidade, num Deus que não escolhe religiões, um Deus para toda a humanidade, ou crê simplesmente por temer negá-lo caso realmente exista.
As tendências do mundo atual acabam por reduzir o tipo religioso e aumentar consideravelmente os outros dois tipos. São estes três, pois, os homens que caminham sobre o terreno do planeta, que compartilham com os animais e as plantas o oxigênio disponível na Terra.