FUTEBOL

É, indiscutivelmente, o esporte das multidões – pelo menos aqui no Brasil. Que me perdoem os que não apreciam o esporte bretão, mas eu acho.

Assim como o “rugby” na Inglaterra, o “beisebol” no Japão e o “basket” nos Estados Unidos, o futebol está para o brasileiro, mormente o das classes menos favorecidas, como o alpiste está para a ave engaiolada:- é uma necessidade!

O nosso “association”, habilmente praticado por uma plêiade de excelentes jogadores, “cobras”, campeões mundiais duas vezes, projetou-se no cenário internacional há nove anos atrás, quando da primeira conquista da “Jules Rimet”, na Suécia.

Homens como Garrincha, Pelé, Gilmar, Nilton Santos, Zito, Gilmar, elevaram bem alto o nome do Brasil pelos quatro cantos do mundo. Países diferentes quiseram ver de perto a malícia crioula do jogador brasileiro, dólares se ofereciam tentadores aos nossos dirigentes e o futebol canarinho viajou muito.

O atleta brasileiro ficou supervalorizado. Clubes europeus, mormente os italianos, ofereceram somas fabulosas pelo concurso dos nossos principais ídolos. Mazzola se foi, Jair da Costa também, Moacyr, Amarildo (O Possesso) mais recentemente. Só Pelé ficou, seguro pela boa política e pelos contratos astronômicos firmados com o Santos Futebol Clube, sua agremiação.

Após 1962, com a segunda vitória obtida no Chile, a repercussão foi ainda maior. Os “cracks” foram consagrados pelas autoridades, pelos seus clubes, pelo público delirante.

Depois ... Bem, depois veio o tempo das “vacas magras”. O ano de 1966 foi ingrato. Não logramos a vitória perseguida na Inglaterra e a taça ficou em Londres. A coroa também. Inclusive a de Pelé, cognominado o “Rei do Futebol”, tentaram usurpar! Mas não conseguiram, pois a “pérola negra” mostrou com os pés o que se pode fazer com uma bola.

Ficou patente a evolução do esporte praticado pelos russos, pelos alemães, ingleses, portugueses, principalmente. Novos astros surgiram no último campeonato mundial, passando a figurar com destaque na constelação do profissionalismo mundial:- Euzébio (Portugal), Coluna (Portugal), Backenbauer (Alemanha), Sabo (Rússia), Boby Charlton (Inglaterra), Nicolaievsky (Rússia), Albert (Hungria), Tostão (Brasil), Alcindo (Brasil) e muitos outros.

Mas nós perdemos. Feiamente. Agora surge nova convocação, o selecionado de novos, já com vistas ao mundial de 1970. Nomes mais expressivos do atual futebol brasileiro foram chamados:- Ivair, Dias, Raul, Dirceu Lopes, Wolmir, Everaldo, Jorge Luiz, Edu, Felix, Paulo Borges e Piazza. O técnico, Aimoré Moreira, já começou firme com a seguinte preleção aos jovens valores:- “- Vocês vão substituir a maior geração do mundo!”. E ele tem toda a razão.

“Alea jacta est”, pois! Vamos em frente, moçada! Força, luta, disposição. E tragam de novo o “caneco” pra cá! ...

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São Paulo, 15/06/67

RobertoRego
Enviado por RobertoRego em 24/12/2009
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