PROFECIAS 2

Que fique claro, desde o início deste texto, que não conheço o professor Juscelino Nóbrega da Luz. Mas venho acompanhando com interesse crescente o caso que se prende às suas previsões. Entrei, pois, no seu site; estou para ler o livro sobre a sua vida, e vi, nele, as fotos dos documentos registrados em cartório, contendo as previsões anteriores que se cumpriram.

Mas, antes e acima de qualquer outra coisa, o importante para agora foi o cumprimento de mais uma das suas predições, a vitória da Itália na Copa - uma das predições mais irrelevantes, o que nos leva a refletir se, em acertando as mais triviais, acontecerá de errar as mais graves: coisas como a queda das torres gêmeas (que acertou), os acontecimentos terroristas na Espanha (também), e em outros países, a morte de Airton Senna, e por aí vai...

Quando a Itália ganhou o campeonato na Alemanha - para meu franco receio, embora até o momento esteja encarando o episódio com certa leviana puerilidade -, confirmando-se, aí, mais uma de suas previsões (feita, diga-se, há mais de um ano atrás, para que não se argumente que ele previu a conquista italiana do tetra já em cima, quando tudo naquela Copa frustrante poderia apontar para este desfecho!), um leitor do meu primeiro artigo sobre este assunto, pressuroso, me escreveu. E só disse isso: "Pois é...a Itália ganhou..."

Não sei a procedência deste leitor, e o que o demoveu intimamente a proferir tal comentário; se ironia, se receio, se mera divagação...Mas poderia ter sido feito em decorrência daquilo que, principalmente entre os que vêm acompanhando esta história radicados na fatia imensa do litoral brasileiro, já começam a pensar em termos apreensivos, devido àquela bendita previsão segundo a qual, em novembro de 2013, um abalo sísmico violento lá pra cima do mundo desencadeará um maremoto que vai engolir cidades como o Rio de Janeiro e todo o litoral do nordeste. Para o Rio, inclusive, já existe a previsão de um tornado, para dezenove de outubro do ano que vem.

Meus queridos leitores: eu sou carioca, e isenta da mais leve chance de deixar, n'algum dia, esta cidade, tão bela quanto tumultuada! Estou, por assim dizer, no "olho do furacão"! Assim, fica claro para vocês que nenhum interesse posso ter em discorrer sobre estas coisas para disseminar desassossego, ou movida por impulso sensacionalista de qualquer ordem. Como vocês, portanto, sou expectadora, curiosa, e parte interessada; como, aliás, toda a população do litoral brasileiro!

O que me compele, portanto, a escrever sobre o tema, se divide entre o móbil de informação e o de compartilhar com todos - como é próprio, diga-se, do escritor - sensações, reflexões, apreensões, idéias, alternativas...

Eu havia comentado no primeiro artigo que minha mãe, por exemplo, mais ou menos avisada pela idade, pensa em sair do Rio para Minas - apontada pelo professor Juscelino como uma cidade segura. E questionei, neste texto, até que ponto deveríamos nos permitir ser guiados por este tipo de iniciativa, em função de coisas que se prendem a acontecimentos de futuro, de concretização ainda não confirmada. Até porque o próprio professor - ele repete sempre! - torce para errar, nestas predições catastróficas. O problema é que, num caso desses, a realização ou não destas coisas não se prende à sua bem intencionada torcida, assim como não são - nunca foram - voluntários os sonhos premonitórios que tem, desde a infância!

Além disso, há o fator de peso do reduzido percentual de erro obtido, até então, no decorrer dos anos, nas suas predições. Para nós, portanto, em tal conjuntura, como muito lucidamente asseverou um leitor dos nossos textos, o problema reside na inércia: quem se acha nas áreas de risco destes acontecimentos funestos de futuro não pode ficar pura e simplesmente assistindo ou esperando: se confia na sua confirmação, deve se posicionar, agir para salvar a pele; se não confia, deve assumir todos os riscos. Mas, por outro lado, existe para muita gente a inviabilidade desta medida, principalmente para quem se acha em plena fase de realizações na vida, com suas vidas presas a lugares, trabalhos, famílias, investimentos e conveniências outras, múltiplas!

O fato inconteste - o fundo disso tudo, no entanto, é só um: é preciso que se enfatize com veemência que o profeta, o indivíduo portador destes dons psíquicos, quando idôneo, e em qualquer tempo, não é o responsável pelas ocorrências que prevê! Que se reitere esta verdade, para que não se cometam injustiças de julgamento e ataques injustos e irrefletidos contra estes que funcionam, antes, como mensageiros, e que, portanto, no contexto vasto da vida no mundo, possuem uma missão singular e bem definida. As causas destas catástrofes residem, exclusivamente, no próprio histórico do homem - na forma desastrada como vem interagindo com o seu planeta!

De há muito as agressões sem paradeiro ao meio ambiente - brutais, desgovernadas, cegas, devastadoras - e atreladas a interesses econômicos mundiais mesquinhos, segundo o que a própria ciência vem constatando, constituem a grande causa do desequilíbrio climático e geológico na Terra. O derretimento dos gelos das calotas polares, o buraco na camada de ozônio, as inversões de clima, as temperaturas extremas e estranhas ao ritmo antes equilibrado das estações - tudo isso vem andando em compasso com os testes nucleares, com a emissão indiscriminada de poluentes para a atmosfera comprometendo o delicado equilíbrio de nosso ecossistema, com a poluição depredatória dos oceanos - para não mencionar os desmandos cometidos em nome das guerras sangrentas, desviando-se soma considerável de dinheiro para a fabricação e utilização de mais armas de extermínio em massa onde se deveria, antes, investir em soluções para o estado de miséria de uma extensa parte da população de vários continentes! E, com isso, então, tome mais bomba, mais explosões, mais morte, mais detonações de impacto devastador, seja em solo, seja no fundo dos oceanos, às cegas, e na ignorância mais absoluta de como o corpo planetário - vivo como qualquer ser - reagirá a isso, para resgatar a sua saúde ambiental e o seu equilíbrio!

Que se isente, portanto, um professor Juscelino, ou qualquer outro como ele, de ataques irrefletidos ou de julgamentos precipitados. Usemos, antes, de ponderação, de reflexão, e da observação isenta - e nos posicionemos a partir disso, porque assim, no caso de, para alguns de nós, tudo mais falhar no momento predito, ao menos guardaremos a consciência clara de que o profeta representou, antes, o amigo de última hora, que vem dar o aviso para nos conduzirmos, quanto àquilo que prevê, da melhor forma: sintonizando as nossas iniciativas com a Orientação Espiritual Superior, a fim de realizarmos o que, em comunhão com a vontade de Deus, mais nos convém, e à vida!

Obs: para os que se interessem em analisar de próprio crivo, forneço o link do site do professor Juscelino: http://www.jucelinodaluz.com.br

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Com amor,

Christina Nunes
Enviado por Christina Nunes em 22/07/2006
Reeditado em 05/10/2006
Código do texto: T199392
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