CIRCUNCISÃO

Para entender sobre se a circuncisão é válida ou não em nossos dias, publiquei no Recanto das Letras o texto A LEI QUE CRISTO CRAVOU NA CRUZ, onde explico com maiores detalhes sobre as quatro leis que continham os livros da Lei, as quais foram dadas por Deus a Moisés no monte Sinai, pois elas não foram inventadas por Moisés. Essas leis dividem-se em Lei MORAL (os Dez Mandamentos), que é eterna e universal, haja vista que foi escrita pelo próprio dedo de Deus nas tábuas de pedra (rocha), e Jesus é a Rocha Eterna da Salvação. Deus, inclusive, mandou que Moisés as guardasse na arca do tesouro (arca da Aliança), que não podia nem mesmo ser tocada, e serviria para testemunho perpétuo. A lei ORGÂNICA é outra delas, mas foi ditada por Deus e escrita por Moisés em material que o tempo pode deteriorar. Essa serviria para a nação de Israel daquele tempo. Ela não era permanente, haja vista que as leis civis se aprimoram conforme evolui a mente da sociedade e Deus justamente pretendia melhorar esse povo, fazendo-o mais civilizado e exemplo a ser imitado pelos outros povos. A lei de SAÚDE. Esta também é permanente, pois em todos os tempos o corpo humano sofre e adoece por causa de agressões decorrentes de mau uso, como alimentação inadequada e impura, ingestão de bebidas alcoólicas, uso drogas, etc., trabalho excessivo, descanso e lazer insuficientes, lazer agressivo, sentimentos deturpados e muito mais. E, por fim, a lei CERIMONIAL, que era a forma de penalidade pela transgressão das outras leis e até dela mesma. E justamente a lei Cerimonial apontava para o sacrifico que Cristo viria a fazer pagando a penalidade pelos erros de todos os seres humanos. Sendo assim, quando o próprio Cristo se fizesse o sacrifício perpétuo em um cerimonial universal e permanente o cerimonial diário (que era um símbolo) que apontava para o verdadeiro, deveria cessar.

Em qual dessas leis, porém, se enquadraria a circuncisão? Certamente que na lei de SAÚDE, pois tem-se observado quão grande benefício a circuncisão produz para a esposa do circuncidado. Todavia, Deus disse a Abraão, quando ordenou-lhe circuncidar-se e a todos os machos entre sua gente, que a circuncisão era um símbolo de pureza, representando que eles, que contaminariam muito menos suas mulheres, compunham o povo de Deus, que deveria ser diferente dos outros povos também pela saúde, vigor e longevidade. Entretanto, mais do que um símbolo de pureza física, a circuncisão do prepúcio seria a característica física de um povo submisso aos sábios conselhos para a vida do Sábio de todas as eras, que os ensinaria a serem mais civilizados e humanitários que os outros povos, os quais, vendo-o, se praticassem o mesmo e se submetessem aos mesmos ensinos, alcançariam também tal grau de evolução.

E, ao morrer Cristo, teria Deus abolido a circuncisão física? De forma alguma, pois ela não fazia parte da lei Cerimonial, que foi dada por Deus como superada ao rasgar-se o véu que separava o lugar Santo do Santíssimo no templo onde se cumpriam os rituais cerimoniais, indicando que, a partir do momento em que o Cordeiro verdadeiro foi imolado (quando Jesus espirou na Cruz), qualquer ser humano seria o sacerdote de si mesmo, podendo então adentrar ao lugar Santíssimo do santuário verdadeiro no Céu (onde está Deus) manchado com o sangue desse Cordeiro.

E teria o apóstolo Paulo abolido a circuncisão? Também não. O que ele disse é que desde a morte de Cristo esse distintivo físico já não teria valor simbólico, pelo que dispensou os cristãos não judeus, que antes eram gentios, dessa prática dolorida. E acrescentou que ninguém poderia condená-los por não praticar tal ordenança, pelo simples fato de que ela já não distinguiria o povo Deus, pois essa distinção se faria então pela “circuncisão do prepúcio do coração” através da submissão a Lei do Senhor (que Ele disse que estaria enfim gravada no coração humano), tomando o Cordeiro Cristo por sacrifício punitivo toda vez que a Lei soberana fosse novamente transgredida. Cristo tinha sido sacrificado inocente por si mesmo, pois guardou toda a Lei, mas o fizera para pagar por nossa culpa, preservando assim a Lei que nos protege, a qual é Ele mesmo, a Rocha eterna da Salvação.

Entretanto, qualquer homem que em nossos dias circuncidar-se, não com o objetivo de distinguir-se como pertencente ao povo de Deus, continuará produzindo saúde e longevidade, pois nosso corpo continua sujeito a contaminações como antes.

Portanto, toda a lei cerimonial foi abolida na morte de Cristo na Cruz, mas a lei de saúde não foi. Todavia, Deus nos desobrigou da circuncisão física, mas Ele passou a "circuncidar-nos o prepúcio do nosso coração" quando O obedecemos. Sendo assim, há ainda uma circuncisão e a antiga tampouco foi proibida, mas apenas tornou-se facultativa.

Deus não proibiu circuncidar-se fisicamente, pois esse ato é muito salutar, resultando em grande benefício não só para as esposas dos circuncidados, mas para todos os que dela desfrutam o convívio. Mas a circuncisão que distingue atualmente o povo de Deus é a "circuncisão do prepúcio do coração humano" quando se guardar a Lei de Deus, dando testemunho de que Ele é o Senhor de nossas vidas. Este é, portanto, o sinal entre Deus e o Seu povo.