O arrozal...
Quando ainda adolescente, anos cinqüenta, já trabalhava com meus pais, nas lavouras de café. Como o cafezal dava muito trabalho, e quase 100 % se faziam manualmente, o arroz para o gasto se plantava nas entrelinhas dos pés de café. Quando eu já começando a manejar a plantadeiras manual que denominada de matraca, foi-me passada a responsabilidade de fazer os plantios de arroz, feijão e gergelim em que as semente são menores e fáceis de regular a saída na quantidade certa. Usava-se plantar duas linhas um pouco mais juntas entre os vãos de ruas dos cafeeiros. Para outros plantios, como o milho, a mandioca e outros, usavam-se riscar o chão com riscador com tração animal. Naquela época eram terras de cultura e plantava por vários anos sem usar nem adubos e nem venenos. Talvez porque as matérias orgânicas das folhas dos cafeeiros e o não cultivo com arados favoreciam para que não precisasse usar adubos. Eu ficava encantado com a beleza do arrozal, recém nascido e quando já começa a dobrar as folhas frágeis, porem resistentes a sol e calor, sendo coisa da natureza mesmo, pois elas são mais fortes do nós, quando referimos ao calor do sol.
Por falar em lavoura de arroz e eu agora noutro extrema cá nas Minas Gerais, em Frutal, no ano de 1979/88, alem da atividade empresarial em Auto Peças, Mecânica, e Auto Elétrico, também praticava agricultura. Dedicava também à cultura de abacaxi, e produção de sementes de capim. Em 1979 nas terras que íamos plantar abacaxi, por falta de mudas resolvemos plantar arroz, numa parte de 9,5 hectares. Planta também feita quase manual em que os meus irmãos Renato e o Aldo, fizeram usando o trator para puxar duas plantadeiras, de tração animal. Como era terra de primeiro, após a derrubada da floresta, que fora para plantar abacaxi, o arrozal, saiu super bem e muito viçoso. Chegou o tempos da colheita, os seus cachos ficaram tão viçosos, que chegavam dobrar ao meio, devido ao peso dos grãos muito bem granados. A produção deste arrozal chegou a mais de 50 sacas por hectare.
A cidade de Frutal, já foi palco de rei da produção de arroz. Nos anos 60, era comum se encontrar por quase todas as ruas da cidade, servindo como secador de arroz e se via as pessoas sempre remanejando o arroz em grãos, para secagem mais rápida. Quando vinha chuva, era aquela correria, para o devido ensacamento e cobertura com as lonas próprias.
Havia os caminhoneiros especialistas no transporte do arroz naquela época, como: Orilo Gonçavalves, Cacildo Botelho, Brás Lemos, Jovino Lemos, Waldomiro Karan, João Bernardo, Bolívar Rodrigues, Luiz Antonio Lupino, Adamastor, Yonei Queiroz, entre outros...
Os caminhões daquela época eram movidos ao combustível gasolina e a marca mais usada pelos mesmos era o GM/FORD/INTERNACIONAL. A gasolina naqueles anos era tão barata que chegavam a usar o motor em V8 com dois platinados. Os táxis também naquela época a maioria era Ford V8 importados.
Esses caminhoneiros todos foram meus clientes no auto peças e a peça que mais se vendia era o platinado, que exigiam ser importado com a aleta de lubrificação azul.
A foto acima é da lavoura de arroz comentada em que retrata também os cunhados, Adagmar, Adolfo e Ivone e Celso Batista Carneiro.
José Pedroso
Em 19 de dezembro de 2009