RELIGIÃO. O DESCONHECIDO. FARDO PESADO OU LIBERDADE?
O DESCONHECIDO. FARDO PESADO OU LIBERDADE?
Crônicas
Substituindo Deus como principal fundamento da lei, que é de ordem natural, como ensinam as principais escolas da ciência do direito, a religião se torna uma questão privada.
Religião, hábito e felicidade se tornam mecânicas de um mesmo motor.
A primeira não pode e não deve viver do segundo para alcançar o terceiro elemento.
“Deus só é bem conhecido quando se toma conhecimento de que é desconhecido”, dizia o venerável São Tomás de Aquino.
Complicado, não(!), bastante simples, hábito é uma segunda natureza, significa regra, felicidade é dado que passa relatividade, longe da ocorrência como regra, assim, o que é desconhecido, nem pode ser regra e muito menos relativo, pois a relatividade não admite o que seja absoluto e Deus, desconhecido objetivamente, é absoluto subjetivamente.
Dessa forma as religiões não podem “vender” felicidades como hábito; prosperidade, curas, posturas cidadãs.
Daí serem e deverem ser laicos os Estados e são eles que autorizam o exercício dos credos e das crenças; está na Constituição Federal.
Como sabemos, a laicização dos Estados necessária, pois não se deve proibir esta ou aquela crença que guarda conformidade com a lei, não tem colocado em exercício seu critério legal fiscalizador.
Por quê? Não é bom esquecer que governo é partido e partido depende de voto.
Assim, a Carta Política, Constituição Federal, permite a liberdade e exercício de culto àquelas religiões que não atentem, violem a ordem pública.
De que se trata? Trata-se de não professar princípios que configurem crime definido na lei.
Vale dizer que não podem exigir de seus adeptos nem operar práticas definidas na lei como crime.
Estão escancaradas tais práticas, como promessa de cura, de prosperidade, ausência de socorro a quem dele precisa e tantas outras violações civis, de cidadania, como não poder cantar o hino nacional nem perfilar diante da bandeira e até mesmo não festejar aniversários, estes últimos fatos, evidentemente, não constitutivos de crime.
Não desço a detalhes que todos conhecem, estão na mídia, nas televisões, nas folhas policiais.
Esse o fardo pesado, cadeias que não libertam na procura do desconhecido, Deus.