Uma Barbárie.

Nem os bárbaros que viveram no império Greco-Romano poderiam ser tão maldosos a ponto de fazer do inimigo uma vítima, com torturas que alcançassem a ingenuidade e a falta de defesa dos adversários. Jamais seriam capazes de atingir uma incauta criança de 02 anos de idade, mesmo que isso fosse em nome de uma causa que defendiam como povo guerreiro e que tinham nas veias a sede das conquistas. Nem esses homens tão selvagens seriam capazes de abusar da infância e da ingenuidade de uma criança tão pequena, submetendo-a a tortura desumana e sanguinária a ponto de torná-la uma presa da mesquinhez e da ignorância.

Parece que quanto mais civilização o homem alcança, maior é a sua capacidade para a crueldade. Os bárbaros lutavam e matavam, mas tinham em mente uma conquista de território, até porque na época tinham pouco conhecimento teórico quanto às relações humanas e as formas de solucionar problemas, por isso se apegavam à única cultura que dominavam que era a "força das suas espadas". Entretanto, hoje, num mundo globalizado, onde a internet coloca o mundo aos pés das pessoas, fica humanamente impossível de ser justificar que um "homem bicho" possa se desfazer de todas as noções básicas de humanismo, para desprezar por completo a dor e o sofrimento de uma pequena criança para executar um plano macabro de furar-lhe o corpo em vários lugares, injetando agulhas na sua pele e na sua carne para satisfazer um rito satânico.

Por isso tenho a impressão que o título desta matéria deveria se mudado, para que não se faça uma comparação injusta ao chamarmos a ação desse tresloucado padrasto do menino baiano de um bárbaro, pois eu estaria simplificando sua ação inescrupulosa, colocando justificativas históricas da sua ignóbil ação. Definitivamente, não pode ser chamado de bárbaro, mas sim de monstro, mas não daquele monstro de corpo disforme e desalinhado, com um rosto horrendo, que só causa horror aos olhos. Estamos falando aqui de um monstro de alma, de um ser desprezível, de uma figura satânica incorporada no corpo de um homem. Hoje em dia vimos tantas coisas por aí, mas geralmente as maldades não vem em forma de tortura. Imaginem o estado de desespero e de terror que viveu essa criança, quando o seu algoz lhe procurava para injetar agulhas pelo corpo. Sinceramente, nesse momento todos nós que somos humanos e temos nossos momentos de fraquezas só pensamos que a melhor forma de reparar um erro com tamanha crueldade é utilizar a lei de Talião: "Olho por olho e dente por dente".Nossa vontade como ser humano é enfiar nesse monstro o dobro das agulhas que ele injetou no corpo daquele pobre menino, até porque como adulto deve ter maior capacidade de suportar a dor.

É deveras revoltante e não podia ficar calado no meu cantinho, sem dizer ao Brasil e aos amigos que acompanham minhas escritas que um caso de tamanha crueldade possa ficar anônimo nos corações de todos nós, sem que alguém escreva a indignação e todo o torpor de sentimento que invade nossa alma, pois não consigo me imaginar no lugar de uma mãe que, indiretamente contribuiu para isso, ao trazer para dentro da sua casa esse monstro. As pessoas são ingênuas e isso tem trazido muito sofrimento para dentro dos lares. Quantas vezes deparei com processos onde os padrastos abusam sexual dos seus enteados ou enteadas. Hoje em dia todos nós temos de andar precavidos em face da maldade humana. A ordem das coisas estão invertidas, pois antigamente todas as pessoas eram boas e só o tempo poderia se encarregar de mostrar a "outra face da medalha". Entretanto, nos dias atuais nos pegamos pensando ao contrário, ou seja, de que todos são maus e que somente o tempo de encarregará de mostrar que a pessoa é de boa índole.

Entretanto, é certo que esse monstro não está sozinho nesse episódio. As seitas que invocam tais sacrifícios são geridas por líderes que são os piores no contexto social, pois se encarregam de formar opinião nos seus adeptos. Assim, podem ter certeza que aparecerão durante as investigações outras pessoas que fizeram parte dessas ações satânicas que vitimaram uma criança indefesa.

A nós pessoas de bem e que estamos tão longe dos acontecimentos, só nos resta torcer que esse menino sobreviva e que depois disso seja iluminado por Deus, para que as pessoas que estejam próximas a ele lhe dêem carinho suficiente para que possa superar o seu trauma, pois essas agulhas não só lhe entraram na carne, como também estarão sempre fincadas na sua memória através dessas trágicas lembranças de quando esteve refém de um monstro.

Machadinho
Enviado por Machadinho em 17/12/2009
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