UMA CRIANÇA E QUARENTA E DUAS AGULHAS

Não me admira o extinto animal, em que os progenitores brigam, dilaceram e fazem de tudo para proteger sua cria de possíveis ataques.

Fatos como o da ultima semana ocorrido na cidade de Ibotirama, situada a oeste do estado da Bahia é que me chocam.

Moro na cidade de Barreiras – Ba que fica a aproximadamente duzentos quilômetros da cidade em que uma criança de apenas dois anos foi levada para o hospital com queixas de dores no estômago, dores pulmonares e diarréia.

Ao chegar à emergência, depois da retirada de alguns raios-X, constata-se que aquela pequena criatura possui nada mais nada menos que dezessete agulhas espalhadas pelo seu pequeno corpo.

Como o hospital local não tinha suporte para atender a uma emergência de tal porte, a criança foi levada para o Hospital do Oeste, que fica aqui em Barreiras, e ao chegar, o corpo médico que atendeu a criança dá uma atualização para o diagnóstico anterior. Não existem apenas dezessete agulhas no menino, mas sim 42!

A mãe do garoto, que além deste possui mais cinco filhos alega não saber como essas agulhas foram parar lá. E pelo estado dela, vê-se que não está mentindo.

A avó, que cuida dele enquanto a mãe trabalha o dia inteiro, disse possuir apenas uma agulha em casa, para pequenos reparos em roupas, e fica fora do alcance das crianças.

A suspeita agora recai sobre o padrasto que está foragido há dois dias, e que segundo testemunhas, nas ultimas vezes que saiu com a vítima, a mesma voltava chorando muito e irritada.

Os médicos descartam a possibilidade de essas agulhas terem sido engolidas, ou postas de uma só vez. Segundo eles, isso vinha acontecendo há vários dias sem que ninguém percebesse. E só perceberam por que algumas dessas agulhas perfuraram órgãos vitais, fazendo com que ocorressem os sintomas. Sintomas esses que levaram a família a procurar atendimento médico.

A criança continua internada em estado grave, mas estável, aguardando melhora do quadro para que se possa realizar cirurgias de retirada de agulhas que estão alojadas em órgãos vitais, como a que está no pulmão.

Sendo o culpado da família ou não, a pergunta que fica é a seguinte: como alguém tem coragem de cometer um ato tão desumano contra um ser tão inocente?

Se alguém tiver alguma resposta convincente e humana, acima de tudo, por favor, fique à vontade.