A história pessoal de cada ser é parte da história bio-sócio-cultural da Terra. Esta, por sua vez, faz parte da história cósmica. A nossa história cósmica reside na capacidade primordial de aglomerações químicas e físicas, pois somos feitos das partículas elementares como carbono, oxigênio e nitrogênio, que têm a idade do Universo, em torno de 15 bilhões de anos.
A interação polissistêmica freqüencial da Terra opera em cada seguimento evolutivo de cada ser, tanto espiritual quanto material, desde o protoespirítico ao ser autoconsciente.
É desta interação que se dá o continuum da essencialidade do Espírito no âmbito material, integrando significativamente o Espírito e a matéria no trânsito reencarnatório evolutivo. Isto compõe sua identidade, em uma somatória de experiências e sentidos, como a perenidade do Espírito e a finitude da matéria, que de outra forma, unilateral, não seria possível.
Neste processo, o vínculo creatura/Creador, na unidade do amor, é permanente e é o que sustenta cada ser no Universo. No orbe terrestre, o Espírito usa do que o planeta lhe oferece, mas a base e o fundamento de sua essencialidade se dão no pertencimento cósmico. A permeabilidade cultural no processo evolutivo do Espírito encarnado, gerado pela freqüência do grupo, insere na sua consciência uma forte noção de integração de grupo, de ideais e de saberes, de onde ele fará o trânsito de conhecimentos já processados ao adquirido e desenvolvido na interação cultural.
O Espírito faz trânsito de conhecimento integrativo desde o pequeno grupo familiar, o grupo cultural local até a composição macrocultural, inserido em cada um destes, sem perder sua identidade, pois é singular, mas sem se distanciar da significação história, evolutiva e registracional de cada singularidade.
A Doutrina dos Espíritos não se contrapõe ao avanço tecnológico, pois este decorre da própria evolução do orbe terreno, mas se contrapõe à massificação das mentes, que impossibilita a pluralidade, a diversidade e o desenvolvimento particular de cada indivíduo, através da interação diversificada.
Está na consciência do ser, a prontidão aos fazeres e aos saberes, principalmente os saberes sociais, pois no outro, o ser se alcança, como também o sentimento de pertencer a algo maior, de pertencer à Humanidade, ao Universo, ao Cosmos.
O Espírito é o autor de seu destino e a demonstração de seu ser, não importando a adversidade enfrentada. Está inserido em um contexto biológico, social e cultural; e mesmo que não perceba, está inserido em uma cadeia de ações onde uma altera a outra, mesmo não tendo o alcance do entendimento desta transformação.
Não há relação, seja qual for, que não haja modificação. E não importa a adversidade que o Espírito experiencie, ele é a demonstração do seu ser e autor de sua jornada, onde, na busca da objetivação de seus propósitos, muitas vezes não percebe a transformação que ocorreu e nem o alcance desta mudança, no contexto vigente do qual faz parte.
É a alteralidade, onde ao reconhecer a singularidade do Espírito, reconhece-se o outro como sua continuidade e seu complemento, sendo que a irredutibilidade do indivíduo está firmada na certeza de que cada ser é único, singular, no respeito às diferenças, sem embates de idéias, mas somatória de ideais, onde se deve salientar o melhor da pessoa humana, respeitando sua individualidade e diversidade cultural, social e religiosa.
Somos parte na totalidade, onde convencidos da essencialidade do pertencimento, devemos buscar permanentemente o equilíbrio, a harmonia e a fraternidade na diversidade e nas adversidades.
Surgimos a partir de formas primitivas, portanto o homem não deve ser arrogante, pois o ser humano foi o último a se desenvolver na Terra. Podemos estar no topo da pirâmide evolutiva, mas é toda a base que nos sustenta. Faltando qualquer pedaço desta pirâmide, toda ela ruirá.