NOSSAS LEIS.

Não sei se sou maluco, ou penso demais. Das duas, uma tem sentido, pois na minha cabeça surgem as mais estapafúrdias idéias. Outro dia escrevi sobre o massacre da infância e da adolescência pelas imposições de necessidades criadas a partir do capital. Hoje, surge-me a idéia de que nossas leis são patrocinadas por bandidos.

Não quero dizer que os legisladores sejam bandidos, embora muitos deles tenham contas a ajustar com a justiça, mas, por ingenuidade, deixam-se envolver por idéias apresentadas como boas, mas no fundo no fundo tem outro sentido.

Na minha infância e na de muitos na minha idade ou mais velhos, qualquer deslize era motivo de uma boa surra dada por nossos pais. E veja que chegamos aos cinqüenta, sessenta, setenta anos. Enquanto nossa juventude está se acabando antes dos trinta, morta ou presa. Isso porque, leis absurdas, patrocinadas não sei porque gênio, impedem e até levam à cadeia, pais que baterem nos filhos, amparadas por procuradores, juízos e conselheiros tutelares. O crime tem sua contribuição, pois há necessidade de soldados em suas fileiras, assim como usuários de drogas, traficantes, pistoleiros e outros bandidos mais, isso porque o pai não pode mais educar seu filho.

Se o filho cometer qualquer delito, e um pai punir, poderá ir parar na cadeia. As escolas não podem suspender ou expulsar um aluno mal comportado, pois poderá responder processos e pagar indenizações absurdas. Enquanto isso, o crime prolifera. Crianças e mais crianças, adolescentes e mais adolescentes cometendo as maiores barbaridades por falta de freio. Freio que os pais não podem dar mais e muito menos os colégio por conta das aberrações legais.

Isso tanto é verdade, que na semana passada, alunos quebraram escolas em São Paulo. Tocaram fogo em arquivos, quebraram cadeiras, computadores e ficou por isso mesmo. A imprensa noticiou, mas já no outro dia esqueceu o assunto.

Pedagogos que se acham verdadeiros salvadores da pátria passam a ditar normas de conduta para nossas crianças e nossos adolescentes e a mídia a dar destaque a tais pessoas. Também por conivência, pois o que vemos são verdadeiros incentivos televisivos ao crime à violência, ao ter de qualquer maneira.

Aqui não estou defendendo o espancamento de crianças e de quem quer que seja, mas somente uma maneira de se colocar limites. Nos casos extremos de espancamentos, sim a lei deve tomar atitude, mas um simples castigo, um puxão de orelha, umas palmadas nada disso faz mal, muito pelo contrário leva a criança ou o adolescente a entender melhor as coisas e passar a ver o que certo e errado. Foi assim no passado, e não vemos como isso tantas atrocidades como vemos hoje com tais leis, tais atitudes pedagógicas.

Deverão aparecer os pedagogos defendendo seus pontos de vista. Nada mais compreensível, pois estão defendendo seus empregos. Mas já chegou a hora de se rever leis, e o povo entender que para nos representar não basta ser líder, mas um líder que possa entender as necessidades básicas da população. Pessoas que tenham não só condições de nos representar, mas que sejam assessoradas por pessoas com visão das necessidades da sociedade e não por apadrinhamentos.

A sociedade precisa reagir urgentemente a essas leis absurdas feitas em nosso pais, por interesses não sei de quem.

Bismark, general prussiano, já dizia: "os homens não precisam saber como são feitas as leis e as linguiças."

Henrique César Pinheiro

Fortaleza, dezembro/209