Rosas... rosas... rosas...
ROSAS... ROSAS... ROSAS...
A rosa como flor tem um encanto especial, e está inserida em muitos contextos da literatura, da mística, do romance, da música, do folclore e até da filosofia. Sobre rosas, o velho Caymi afirmou que “um amigo meu disse que em samba, canta-se melhor flor e mulher, e eu que tenho rosas como tema, canto no compasso que quiser”.
O fato marcante é que as rosas estão intimamente ligadas com o amor e o romance. Quando se quer demonstrar afeto, homenagear, pedir perdão ou dizer alguma coisa além das palavras, nada melhor que um belo maço de flores, especialmente rosas. Diz-se que as rosas vermelhas indicam paixão, as coral, sinceridade, as amarelas, respeito, as brancas, simpatia. É tudo uma questão de codificação, tudo inserido no glossário das flores. Rosas e amor são idéias e juízos afins.
Eu conheço um poeta, cuja namorada lamenta a pouca duração de rosas no vaso, que afirma não importar quanto dure o buquê, pois o que vale é o brilho dos olhos da mulher que recebe essas flores como oferta.
No campo da mística e da espiritualidade há várias histórias como as rosas que Santa Terezinha fez chover, do dia de sua morte. Minha sogra Ruth, hoje na casa do Pai, era devota da Pequena Teresa de Lisieux. Todas as flores que ganhava ela levava para Santa Terezinha.
Ainda sobre flores há uma história de um ateu-suicida, que foi salvo da perdição final por causa das rosas que – mesmo não crendo – ela dava à mulher para que esta obsequiasse Nossa Senhora.
No campo do folclore há várias histórias, entre elas a de um colega meu que entrou no florista para comprar flores para a “namorada”. Quando saia da loja com um enorme buquê de rosas, ele dá de cara com a esposa, não lhe restando nenhuma alternativa que dar as flores à própria.
Conheço outra história em que o marido desligado nunca dava flores para a esposa. No dia que ela morreu, ele encheu a casa de belas rosas vermelhas. Tarde demais! Flores e amor devem ser dados na hora certa. Depois não adiante mais...
Juntando os juízos de flores e morte, conta a lenda que no cemitério um japonês cobriu o túmulo do pai com grãos de arroz. Ali perto, um brasileiro encheu a campa de rosas amarelas. Sem entender o ritual no nipônico, ele perguntou: “Você acha que o morto vem comer todo esse arroz?”. O homenzinho, na sua sabedoria oriental respondeu: “Vai sim, no mesmo dia em que o seu defunto virá cheirar suas flores”.
Meu pai, João Manoel, que hoje mora no Reino, era um frasista e gostava de filosofar. Pois ele afirmava que se deve ter cuidado ao ofertar flores a uma mulher: “quanto maior o buquê maior o tamanho do remorso”.